Tuesday, October 31, 2006

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Mas não era pra sempre?!

Era, o para sempre acabou ontem...

Não consigo entender... se era para acabar porque se deixou chegar a este ponto?

Porque de onde estava parecia-me uma recta, não vi a curva e despistei-me.

E a pensar que as coisas seriam diferentes, que tu ias mudar, que a história não se repetiria...

Sempre me pareceu esse o problema, e pelo menos esse repete-se constantemente.
Ainda não consegui perceber porque sou tão turvo quando me acho tão claro, ainda não consegui perceber como a minha inevitabilidade parece uma coisa "alterável" aos olhos dos outros.

Porque comigo eras doce enquanto ao resto do mundo mostravas os dentes.

Mas esse também sou eu, esse existe, apenas não existe sozinho.
Nunca fui feito de uma só cor, nunca pareci monocromático. Será um problema de daltonismo?
Não sei onde ainda vejo surpresa...

Não...não... eu não te vi assim...

Problema de quem vê o que quer e não o que se mostra... eventualmente serei culpado, mas não sou o único...

Não entendo, não sei qual é o teu problema.

O meu problema é que sou selvagem...

Sunday, October 29, 2006

Cores Vivas


Nem sempre estou em vermelho vivo ou em verde incandescente.
O que estou é sempre pronto para vestir a alma de cores garridas.

Felizmente, apesar de teoricamente ter uma ligeira propensão para deprimir, esses estados de baixa auto estima duram muito pouco tempo.

Tive aí um periodo em que me pareceu que as coisas não estariam a correr como deveriam, um hiato em que me senti mal porque não tinha atingido as expectativas que tinham criado sobre mim.
Depois a luz aparece e tudo fica bem mais claro.

Posso estar novamente enganado, pode uma vez mais parecer o que não é, no entanto os astros voltaram a alinhar-se, o cinzento está de partida.

Bom que ainda quando não deveria apenas dependia de mim e os muros mantiveram o seu especto de granito...ainda que na altura fossem de esferovite.

Engraçado como nem tudo que reluz é ouro e a imagem refletida no espelho tem muito o cunho de quem olha para ela.
A objectividade é uma ciência oculta para mim, não me desprendo do que quero e do que acho que deve ser.

Nunca pedi que me compreendessem mas sempre exigi que me respeitassem.

Nunca pedi que me ajudassem mas sempre exigi que não me atrapalhassem.

Ouvi de muita gente em muitas alturas que se renasce depois de uma dor muito violenta e que o que não nos mata torna-nos mais fortes.
Pra mim o segredo é manter as lanças afastadas do meu corpo, não tenho qualquer curiosidade em provar o meu próprio sangue.

E a pele de cordeiro volta a rasgar-se.

Saturday, October 28, 2006

Subliminar


São como aquele parente que não queres apresentar mas que vais mandando umas tacadas para ver se te perguntam por ele para teres uma aberta para o expores.
Adoro o jogo das subliminare, gosto da encriptação das frases, acho divertido.
É uma forma muito boa de aprender com quem se fala, o quão inteligente (ou burro) é, que tipo de personalidade se esconde debaixo da pele e onde quer essa pessoa levar o barco.
Eu, por exemplo, digo muito poucas vezes claramente o que quero dizer.
Umas vezes mando a chamada subliminar funcional, aquela que é muito mal disfarçada mas que infla o ego da outra pessoa porque acha que a descobriu e que foi bem mais esperta que eu.
Divertido não?
Outras vezes, quando o objectivo é realmente a manipulação, em vez de ter uma subliminar ordeno todo o discurso para empurrar para uma só solução.... e aí se vê quem realmente apanha uma subliminar.
Encaro como uma arte e como todas as artes tem de ser trabalhada e aperfeiçoada.
Se eu não soubesse cultivar o subconsciente dos outros não teria sucesso naquilo que faço, então, mesmo em horário pós laboral quando dou por mim o jogo está criado.
Mais divertido do que criar o jogo é tentarem jogar comigo.
Normalmente, só dou o pontapé na mesa e atiro à cara que aquilo não vai resultar quando é excessivamente mal feito e não há outra forma de não me sentir insultado.
É como em qualquer desporto...profissionais não gostam de jogar com amadores.
Uma coisa é uma batalha, outra é uma chacina.
Quando me tentam manipular com mestria, aí sim, a coisa ganha contornos hilariantes.
Não revelo que sei.
Não me mostro, sequer, desconfiado...apenas não faço nada daquilo que querem que eu faça.
Nestas alturas é ver o adversário suar, do tipo "foda-se... o que estarei a fazer de errado?! Ele não percebe e ainda assim não faz aquilo que eu quero!".
Pois, é a história de querer ensinar o Padre Nosso ao vigário...não é?

Friday, October 27, 2006


Não quero 10... na verdade também não quero 5 e nem sequer 2.
Não quero que seja a Monica Beluci... na verdade também não quero que seja a Luana Piovani e nem sequer a Catarina Furtado.
Quero pouco, quero que sela uma, quero que seja ela, quero que seja minha e quero, especialmente, ser dela.
Quero muito, quero tudo.
É uma necessidade que se fez utopia talvez... o que acontece a todas as necessidades que não se satisfazem.
É uma coisa bem inesperada como a cara não condiz com a careta quando não se vê a possibilidade de acordar no meio do sonho e nele ficar.
Da nascente foge-se para a foz para que alguma coisa acabe por fazer sentido.
Um anjo que se traveste de demónio.
O ponto de ruptura ou de conciliação, um minuto escondido e disfarçado.
Nasce-se para uma coisa e vive-se para outra, tem-se diamantes e mostra-se pedras, é-se doce e oferece-se agrura.
Muitas vezes se diz que os fins justificam os meios, no entanto, não raras vezes os meios não têm fins à vista.
Minutos que se acomulam e horas que se perdem.
Dias que se vão juntando e uma vida que se esvai.

Wednesday, October 25, 2006


Já me apareceu variadas vezes no caminho esse chicote.
Umas vezes claramente a estalar nos meus ouvidos e outras mais escondido mas igualmente presente.
Sempre me divertiu, mesmo que no momento não ache particular graça, quando olho pra trás não posso deixar de sorrir.
Tenho algumas certezas na vida, cada vez menos pra ser franco, mas uma é segura: Eu não sou domável (pelo menos pela "força").
A melhor e mais eficaz forma de me ver mostrar as presas é tentar impor-me um comportamente ou tentar forçar-me a ir por determinado caminho.
Nunca resulta.
Poder-se-ia pensar que é medo ou coisa de macho, no entanto não é uma coisa nem outra.
Aconteceu, até, de eu ter vontade de me deixar levar, de fechar os olhos ou estalar do chicote relampejante nos meus ouvidos...
Infelizmente (ou felizmente...vá-se lá saber) acabou por me irritar os tímpanos e...entramos no caminho de não regresso...
O problema que sempre se colocou é que nunca quiseram ouvir-me, sempre preferiram acreditar no que não estava lá, sempre surge quem queira domar o lobo, sempre aparece quem ache que vai ser diferente.
Vou compartilhar com as mulheres uma sábia frase (que até me foi dita por uma Senhora de 60 anos há muitos anos atrás mas que nunca me saiu da cabeça de tão verdadeira):
Mulher inteligente não quer ser a cabeça do homem, sabe ser o pescoço.
(Será esta a saída?!)

Tuesday, October 24, 2006

Tribal

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Será de estar perto demais?
Será de estar longe demais?
Será? Será? Será?
Os traços não se unem, as linhas não fazem sentido, os pontos não se aproximam, as coordenadas estão perdidas, os caminhos não aparecem no mapa...
Por vezes as respostas e os planos saem de baixo de uma pedra ou detrás de uma rocha e outras vezes ainda saem de lugar nenhum.
Precisa-se de sentido?
A organização visual em conflito latente com a intuição.
O tempo dirá o que é certo ou errado, sempre foi assim e não vejo hipótese de mudar. O único pequeno óbice é que quando o futuro se torna presente a merda feita agora transforma-se em passado e aí nada mais há a fazer, além de acomular experiência.
Foda-se a experiência!
Onde andarão os seres iluminados? Ah...são todos charlatões, pois.
Onde estão os profetas? Ah... perderam-se na era das indulgências, pois.
Precisava de um GPS interno para saber qual o caminho e em que lugar as linhas soltas ganham sentido, no entanto, idiota como sou, tenho certeza de que quando o GPS não me indicasse o caminho que me parece o correcto acharia que deveria estar avariado.
Um dia aprendo, apenas não será hoje.

Monday, October 23, 2006

The Spiral


Tenho problemas de medida, sempre os tive...
Começa nas roupas e acabam em todo o lado.
Nunca soube, exactamente, onde parar. É-me difícil encontrar aquela linha imaginária a partir da qual nasce o exagero.
Sou capaz de trabalhar 16 horas diárias durante duas semanas, já o fiz e, caso houvesse necessidade, faria uma vez mais, como há dias quem que não tenho vontade de fazer nada...e não faço mesmo.
Não acho necessariamente que tenho uma vocação ou propensão para o abismo, não vejo qualquer atractivo em ser radical e nem me parece uma visão inteligente e metódica da vida...eu só não sei parar...
Já tive o meu encontro com o exagero e não gostei...no entanto, cruzei-me uma vez mais com ele.
Felizmente, pela experiência adquirida, parece-me que será suficiente o ameaço de uma curva descendente para a evitar.
"Que medida usar para quem não tem medida?"
Simples...muito simples...
Se a questão se prende em exageros....desta vez vou para o nada durante uns tempos.

Thursday, October 19, 2006






http://www.youtube.com/watch?v=0Hx21knmj7w

Hoje não escreverei nada, descobri isto agorinha mesmo e não vou conspurcar...se alguém quiser ver, faça bom proveito.

(o paraíso deve ser isto em boa companhia...)

Wednesday, October 18, 2006

Big Mouth


Tenho pra mim que falar demais é um dos maiores males do mundo.
Falar demais só causa problemas, tanto pra quem ouve (umas vezes) como para quem diz as palavras (outras vezes).
Nunca padeci muito desse mal, pelo menos nas coisas que realmente importam. Lembro-me de em criança ser tagarela, aquilo a que muitos chamavam de "comunicativo", mas com o passar dos anos cada vez digo menos palavras, aquilo que muitos chamam de "antipático" e outros de "anti social".
Porra, mas debitar milhares de palavras por segundo é socializar? Se é eu não quero!
Por que carga d´água terei de andar a falar de coisas que, muito provavelmente, não interessam a quem está no mesmo círculo que eu? Por que motivo tenho de fazer assunto?
Depois acontece aquilo que frequentemente se chama de ferir susceptibilidades, do tipo "foda-se... Carminda? Quem tem coragem de chamar Carminda a uma filha?!" e do outro lado da mesa ouves timidamente "A minha mãe chama-se Carminda...".
Ganda socialização....
Isto é um exemplo inocente, a pior das espécies são os Sinceros e os Digo aquilo que penso.
Pior, há uns que têm orgulho nisso.
Caralho...mas alguém se interessa com a sinceridade deles? Ou com o facto de dizerem aquilo que pensam?
Muitas das vezes são, no mínimo inconvenientes, no entanto, na maioria das vezes são acéfalos e pensam merda nenhuma.... o que me leva a pensar "pra que dizes o que pensas se só pensas em merda e ainda assim pensas mal?!"
Esta apologia à sinceridade é um alimento farto para moscas, é vê-las a circular veloz e freneticamente perto destes seres de pouca (nenhuma?) noção de que calados seriam, seguramente, bem mais úteis à sociedade.
Inteligência é saber quando estar calado, muito mais do que saber quando falar.
Aliás, desde há uns tempos para cá bordei uma frase a ouro no meu cérebro que tento lembrar com a frequência possível:
Diz apenas metade do que sabes...e ainda assim se tiveres MESMO de dizer!

Tuesday, October 17, 2006

Janela

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Parece-me distante aquela janela...
Ainda me pergunto se estarei ajoelhado ou serei apenas pekeno,
ainda não descobri se sou eu ou se é ela
quem teima em prender-se ao terreno.
.
Quando a água me faltou a fonte surgiu
do meio de um matagal denso e sombrio,
levou a Lua que de cansada dormiu
e trouxe o Sol que serviu de pavio.
.
Engraçado como me pareceu que o dia era perene,
esqueci rapidamente a escuridão do bréu
e senti os raios tornarem-me a pele quente,
o Sol ofereceu-me o dia que era meu.
Se idiota é o neurónio que se perde,
mais burro é o outro que se rende.
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Ainda a admirá-lo o Sol apagou...
Ainda anestesiado o calor desapareceu....
Ainda iludido o corpo se deitou...
Ainda perdida a alma se deu...

Longe


Muitas vezes me sinto um extra terrestre...
Não que me sinta deslocado onde me movimento, não que me pareça que esta (o planeta e não este lugar em específico) não é a minha casa... apenas me sinto muitas vezes longe.
A minha humanidade está meio que perdida, anda no meio dos escombros, umas vezes porque não a quero e outras vezes porque ela não me quer.
O que me aproxima de pessoas manifestamente diferentes de mim é esse toque de vulnerabilidade, essa demonstração de que o meio ambiente os afecta e os deixa realmente tristes ou alegres.
Eu sou um tipo intenso, quero muito ou não quero nada, tenho muita vontade ou não tenho vontade nenhuma. Algumas vezes pergunto-me se estes sentimentos extremados não são a busca da picada de abelha que quem me rodeia sente com muita facilidade e o meu estado de anestesia permanente não me permite.
Nunca fui capaz de chorar por causa de um filme, dificilmente o passado me persegue, não me lembro de ter medo do futuro, dispenso com grande facilidade o que não me agrada e ainda assim, com toda esta força de carácter (se o for mesmo) sinto-me frequentemente vazio.
A cada dia que passa me pareço menos emotivo (por circunstâncias mil que vieram agudizar a minha predisposição para isso), os minutos correm e eu páro.
Não me sinto a pairar por cima de tudo nem enterrado no sub solo, sinto-me, isso sim, a passar "por entre" sem tocar realmente em nada.
Há caminhos a serem percorridos, há uma direcção tomada, no entanto, é um destino que, aparentemente, é deserto, a minha vista não alcança mais do que dunas e um ou outro cacto que me faz companhia nos 10 segundos que demoro a passar por ele.
Há uns dias uma das pessoas que se perdeu no mundo, como eu, disse-em que eu não sou tão mau como pareço, que me preocupo demasiado com o que de mais obscuro se passa dentro de mim...
Eu não me acho tão mau, apenas me acho distante, longe, solto, pairante, etéreo... e se não sinto nada o que de bom posso entregar a alguém?!

Monday, October 16, 2006

You Will Never Walk Alone

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Um dia destes estava a ver um tipo a dar uma entrevista na televisão sobre um irmão que tinha acabado de perder.
Vi-me muito no tipo de relação que eles tinham, achei coincidente em imensos pontos e aquilo abalou-me.
Poucas (quase nenhumas) coisas são capazes de me fazer sentir o peito a apertar, não sou muito sensível às estórias de vida á la TVI. Acho uma coisa suja, uma busca de audiências pelo sofrimento alheio e o sujeitar de humilhação pública por 10 minutos (ou menos) de mediatização.
O caso de que falei no início em nada se assemelha a isso.
Em primeiro lugar porque o tipo que falava é rico e extremamente mediático e em segundo lugar porque não foi uma tentativa de comiseração nacional mas antes uma homenagem.
Ora, a última vez que os irmãos se falaram, um deles sai do elevador e diz:
"Tu tens ideia do quanto eu gosto de ti?"
Ao que o outro respondeu:
"Claro, eu gosto de ti da mesma maneira..."
A minha questão é se alguma vez serei capaz de fazer uma coisa parecida.
Eu sei (e tu que estás a ler ficas a saber também) que não há sacrifício que o seja de facto se for pra proteger quem vive literalmente em mim.
Eu sei (e tu que estás a ler ficas a saber também) que não existe mais nada nem ninguém que calcorreia essa terra por quem nutra sentimento tão puro.
Eu sei (e tu que estás a ler ficas a saber também) que não sinto a falta de mais ninguém quando estou longe de casa.
Nós sabemos, mas será que algum dia essas palavras sairão da minha boca pra quem as devia ouvir?!
Não fui educado para dar beijos mas para evitar que de quem eu gosto leve socos.
Declarações de amor sinto-as mas não as faço e isso nunca me incomodou...a não ser no caso, porque não quero nunca que passe em claro...
Não quero bater as botas amanhã e que as pessoas fiquem sem saber pra que lado bate o meu coração...
Bem...pelo menos eu e tu que estás a ler sabemos...já não é mau de todo...

Friday, October 13, 2006

H


Sou assumidamente fã do CSI.
Gosto de todos eles, especialmente do NY porque tem o Gary Sinise (que é pra mim p melhor actor das 3 séries a uma distância considerável), no entanto, a figura do Horatio Caine é, no mínimo, fabulosa.
O Horatio funciona um bocado como detective/cientista/medium/macho/bom coração.
É uma figura que, estou em crer, se irá colar nos anais da história ao mesmo nível dos lendários Chuck Norris e Steven Seagal, ficando apenas a alguns metros do inegualável Charles Bronson.
Há inúmeras coisas que me encantam no Horatio.
Começarei pela capacidade de ver além de paredes que ele tem.
O tipo bate os olhos em alguém ou alguma coisa e é feito, de imediato, um raio x preciso e conciso. Melhor, a este nem o chumbo ofende o super poder.
Já vi a figura sentir por vibrações extra sensoriais a presença de uma bomba (ver seria impossível), olhar por uma janela e saber que estava uma vítima dentro de um bote coberto por lona no meio de um rio e até adivinhar que uma interferência num telefone resultava da proximidade de um aparelho auditivo.
Como sabe ele estas coisas? Porque é o Horatio e basta.
Tem, também, uma coisa que me intriga.... porque olha ele para as pessoas com o pescoço fletido para a esquerda?
Se atentarem, acontece sempre, em especial quando é um bandido mas já o vi olhar em jeito para as fêmeas óptimas que ficam húmidas na sua presença (esse poder eu gostava de ter também).
Além de tudo, Horatio é um super macho que não teme nada nem ninguém e que só não se ri na face do perigo porque ele pura e simplesmente não se ri!!!
"Rir ou sorrir é coisa de bicha" pareço subentender das suas atitudes.
Horatio é tudo, Horatio rules!!!

Quando ouvia de todos os lados "ah...tu vais é comer gajas!!!" respondia com a verdade: "não...quero música..."
A verdade soou a mentira com uma violência tal que acho que ninguém (nem a minha mãe ehehe) acreditou.
"Isso não faz qualquer tipo de sentido, a mim não precisas de enganar..."
Pois...pra mim fazia e agora continua a fazer.
Deve ser a estória do cesteiro que faz um cesto e do tipo carnal que vai para o paraíso da carne pra comer peixe.
Felizmente, como em tantas outras coisas, tou-me bem a foder pro que pensam ou deixam de pensar.
Quando passei a porta do Trapiche ou do Bom Sujeito ou do Salgueiro ou de 1000 outros lugares onde entrei o tempo parou, entrei realmente em estado catatónico.
Lembro-me vagamente das conversas da primeira hora pós entrada, tenho ideia de ver dedos a estalar em frente aos meus olhos a dizer "oi?! acorda!", infelizmente não dava para acordar.
Pensamento de Fenris: "Cerveja e samba...o paraíso deve de ser assim..."
Desde a cuica que me entrava no cérebro ao pandeiro que tomava conta das minhas pernas, partindo do cavaquinho que me impedia de pestanejar ao violão que bloqueava a minha boca.
Há coisas que não se explicam e que nem se tentam explicar, na verdade nem quero.
Pareceu-me que houve um raio de felicidade a passar-me à frente, mas não tenho a certeza...sempre que me passou à frente foi rápido demais e nunca tiva a certeza de o ser de facto.
Traduzindo em palavras que outro escreveu, e só o faço porque realmente pinta muito bem a coisa, não sou fã de transcrições:
"O Gringo, subiu o morro e bebeu cachaça.
fumou maconha e obteve a graça,
depois do samba sua vida nunca mais foi a mesma!"

Thursday, October 12, 2006

A Regressão


Hoje, no exercício das minhas funções profissionais, cruzei-me com uma besta.
Não gostei da forma arrastada como se mexia, não gostei da forma como estava vestido, não gostei do cabelo, não gostei do ar...
Cada vez acho mais que o livro não se julga pela capa, começando por mim que sou bem mais do que aquilo que aparento (para o bem e para o mal) e que tenho uma forma diferente daquela que vêem em quem faz da vida o mesmo que eu...mas aquele tipo.
Então, além de o ver, ouvi-o.
A voz era tudo que o andar parecia, rude, estupidamente altiva, manifestamente de um qualquer camelo que a quem o espelho revelava uma outra coisa que os outros não viam.
Pensei então "foda-se, que nojo de homem..."
Uns minutos depois, além de toda a boçalidade demonstrada, decidiu atacar um subalterno que não lhe podia levantar a voz e que não tinha culpa absolutamente nenhuma da merda que se estava a passar...mas..."o responsável não tá cá fodes-te tu" pareceu-me ouvir de algum lugar.
E então, revelou-se perante os meus olhos uma arrogância que também é a minha.
Sei muito bem que sou capaz de olhar de cima quando me irritam, sei muito bem que se for convenientemente provocado me sobe o sangue e não há limite que me apareça à frente.
Até hoje, o que me ocupa a mente é não ser filho da puta com quem não merece, indelicado pra quem não pediu, arrogante pra quem me brinda com simpatia, rude pra quem cumpre o que tem a fazer com esmero e avarento pra quem me alimenta.
Todos os casos que não se enquadrem no descrito, ou que sejam antagónicos melhor dizendo, quero mesmo que vão pra puta que pariu sem parar na casa de partida.
Mas ver aquele asqueroso ser mal ajambrado e de altivez extremamente duvidosa fez-me temer perder a linha, enganar-me... transformar-me numa coisa viscosa e sem alma (a minha é negra mas ainda existe...)
Olhos na estrada Fenris....olhos na estrada!!!

Wednesday, October 11, 2006

Acertos



Este fim de semana que passou andava, entre sonos plenos de ressaca, a fazer uns zappings.
Nessa viagem plena de virtudes e de merecido relaxamento para os meus neurónios previamente anxarcados de bebida, encontrei uma concorrência para a Novela de Homens a que já fiz referência.
O nome deste ilustre seriado não o sei (e que importa isso?), mas posso assegurar que passa na M6.
Ora, é um produto bem mais avançado e correcto no que aos destinatários diz respeito.
Sempre que eu mudava de canal e lá passava alguém estava a levar com alguma coisa, fosse uma pilada ou uma bela dedada.
A cena durava o tempo suficiente, havia pele à força toda e movimentos claros de que alguma introdução estaria a ocorrer.
Agora o piece de resistance.....LESBIANISMO!!!!!
Numa das obrigatória passagens aí estavam duas fêmeas (uma nem era grande coisa mas...quando são duas elas tornam-se, de imediato, 10 vezes mais apelativas) em plena luxúria, dedos malucos e línguas operantes.
Sofre da mesma pobreza de enredo e de argumento da monocromática série nacional, no entanto, com tanta espetadela a coisa passa mais despercebida por dois motivos:
1) as cenas inter comidela são curtíssimas o que facilita o trabalho do argumentista;
2)tem tantas gajas com ar de porcas que a falta de som nem incomoda.
Continua a não prender a atenção por vastos periodos mas a verdade é que dá o que se quer sem pudores de parecer fácil....é mesmo fácil e nem tenta disfarçar!
Ps: a última vez que passei na serie nacional tava uma ruivita fraquita sentada em cima de um tipo na sanita e, pasme-se, via-se a alça do segura mamas....BAH!
Ps1: nem as mães de bragança se opõe a esta merda, como poderia ser boa?!

Tuesday, October 10, 2006

Fados



As coisas que eu tomo como irreversíveis são, no mínimo, dignas de nóbel da idiotice ou estupidez...ou ambos.
Por norma, sou o gajo que não admite qualquer tipo de constrangimento, sou absolutamente reactivo, é muito difícil (impossível?) fazer-me conformar com aquilo que, realmente, não quero.
Depois vêm as minhas barreiras...
Quando tenho uma afta mordo-a até ela rebentar. Depois de rebentar fica a doer muito mais mas...se alguma coisa me quer causar dor, fode-se, se é pra doer eu faço doer ainda mais.
Nem a coitada da afta está autorizada a, por iniciativa própria, infligir-me dor.
Depois vêm as minhas barreiras...
O meu braço não irá torcer, no entanto, pode partir.
Acordo e vejo que nem tudo o que acontece faz sentido, que nem tudo o que eu criei merece viver, que nem todas as minhas decisões são acertadas, que nem todas as pancadas que dei foram merecidas, que nem todas as limitações que me impus deveriam existir, que nem todas as flores que pisei o mereciam e que nem eu merecia tê-las pisado.
Mas isso eu sei... ninguém mais sabe.
A comiseração e o "coitado... isso deve estar a martirizar-te" são piores que três pedradas na cabeça.
Eu faço, Eu pago!
Depois, de entre todas as baboseiras feitas e de todas as bolas pisadas, muito pouca coisa se salva além da minha paz de espírito por saber que a dor sentida fui eu que me infligi e mais ninguém.
Sou insensível ao exterior mas o meu interior corroi-me.
Engraçado que o mesmo que atrai acaba por matar... ou não é engraçado mas antes trágico.
Em qualquer das hipóteses, os que sofrem com as minhas incongruências e com a minha rigidez sobrevivem porque ultrapassam... eu tenho de viver comigo.
Eu sou especial, disso tenho certeza absoluta, mas a primeira bomba nuclear também o foi... e o mundo não seria tão mais feliz se ela não existisse?

Sunday, October 08, 2006

Le Microondas




Conheço gente que dormia no momento em que distribuiram a inteligência...e não há nada mais divertido que isso.
Esteve cá uma amiga dele.
Não sei ao certo de onde a conhecia e nem ao certo como a conheceu.
Dentro da normalidade, fêmea que cai em casa de gajo solteiro será traçada.
Ora, nada indicava que este caso seria diferente, então, esse tipo decidiu escondê-la até a conseguir comer.
Este é um modus operandi normalíssimo e nada reprovável, do tipo, "vou evitar que ela veja algum amigo meu que prefira".
Agora a pergunta milionária:
"onde a apresentou aos amigos?"
Numa discoteca onde o tipo sabia que toda a gente estaria etilizada e com vontade de se safar.
Foi bombardeado com milhares de "já a comeste?" e, no seguimento da resposta negativa, "mas vais comê-la ou dá pró pessoal se mandar pra piscina?"
O tipo respondeu que "ainda não a comi mas está pra breve".
Ok...se assim é... o pessoal mantém-se em stand by mode.
Quando a mesma pergunta foi feita à miuda (estados etílicos recordo) ela respondeu "foda-se, não me comeu nem me vai comer. Não tou a perceber porque me anda a dizer ele que fica com cíumes e tal..."
(Alguém disse aí que o sinal passou a verde?)
A palavra espalhou-se e a guerra arrancou, eram morteiros e balas pra tudo quanto é lado...e o otário a ferver ehehehe.
Fim da noite, quando um já se estava a orientar com a tipa, vem o deficiente neuronal dizer que se ia embora porque estava irritado.
Regras de Ouro:
1) se tu não comes deixa comer.
2)se a queres esconder esconde-a mesmo e nunca a leves onde os predadores estão a uma cerveja da perda de memória.
3)se és burro fodes-te.

Friday, October 06, 2006

Doom


Um destes dias fui ao casino.

Gosto do ambiente, gosto da envolvência, gosto do clima de tudo ou nada, gosto da bebida, gosto do ar empestado de fumo... gosto de lá ir.

Antes do mais, digo claramente que eu não jogo!
Não porque ache chato, não acho.
Não porque ache errado, cada vez vejo menos as coisas assim.

A cada dia que passa me identifico mais com a doutrina chacun a son gout (nem vou verificar se escrevi bem, ideias valem mais do que palavras...apesar de erros ortográficos serem detestáveis), tento, dentro do possível, respeitar, ou melhor, não me intrometer nos prazeres dos outros, aliás, detesto que se intrometam nos meus.

O motivo pelo qual eu não jogo é simples: os vícios são meus irmãos.
Até hoje nunca gostei de nada pela metade e quando me pegam não me largam.

Comecei a fumar aos 18 (dá pra ser mais idiota?) e agora queimo mais de um maço por dia.
Toquei a primeira vez em álcool aos 16 (todos os meus amigos bebiam já) e agora, apesar de não ter um problema com a bebida, gosto mais dela do que devia.
Poucas coisas me são mais prazerosas que o mundano e a boemice...onde se mete o jogo.

Naquele ambiente, as únicas pessoas que me preocupavam eram as que não estavam lá.

Vi o trolha a foder o ordenado, o carpinteiro também, o médico a mesma coisa... e os desgraçados que dependem deles? E a mulher dele que também trabalha e também ela vê o dinheiro que ganha ir com o caralho sem qualquer proveito? E o filho dele que vai precisar de umas sapatilhas e terá de esperar pelo mês que vem...se ele chegar?

Doi-me este dano colateral.
Doi-me a displicência.
Doi-me quem se fode e nada fez para isso.

Se o tipo passa fome mas é só ele que sofre com isso...tranquilo.
Se o tipo vai ter um ataque cardiaco porque desbundou o seu vencimento...não me incomoda.

Agora quem não sabe por que motivo lhe doi o cú...isso é triste...

INVEJA


Nunca sofri disso, não tenho inveja porque acredito que cada um tem o que merece.
Nunca quis ser mais bonito, mais inteligente...
O que me preocupa é trabalhar em todos os sentidos, pessoal e profissional, quero colher o que semeio.
Hoje, no entanto, recebi uma chamada que me deixou triste por outro ter o que eu queria pra mim, doeu-me ver noutras mãos o que tenho vontade de fazer de novo.
Não desejo mal, não quero que se foda, é de uma pessoa que me é querida, desejo-lhe, verdadeiramente, toda a sorte do mundo.
A sorte daqueles de que gosto é a minha sorte também.
Sinto, de há uns tempos pra cá, que ando perdido, que quero outras coisas.
Ando entristecido, ando sem olhar para os lados.
O ar não me entra nos pulmões porque não é este o ar que eu quero.
Os dias andam devagar e o meu pensamento anda longe demais.
Não é isto que eu quero, preciso, urgentemente, de mudar.
Ninguém percebe, ninguém sabe e ninguém precisa de perceber e ninguém precisa de saber. Há uma vontade que se vai quebrando, procuro e, o pior de tudo, sei onde encontrar.
Um dia destes vou-me embora e quando for não volto mais.

Wednesday, October 04, 2006

Erros


Começou há uns tempos na TV uma novela de homens...
De homens porquê?
Em teoria porque há umas quantas gajas boas (que nem são tão boas assim), aparecem umas quantas cenas de sexo (que nem sexo é, são uns beijos salpicados de pedaços de pele), um enredo inexistente que gira em torno de um garanhão que come todas e nada de diálogos que digam alguma coisa.
É ridículo, sem nexo e ofensivo pra quem é homem.
Em primeiro lugar, se querem usar sexo para prender a atenção do homem tem de ser beeeeeeeeeem mais explícito, terá de ter movimentos equestres claros, agachamentos efectivos e muita pele.
Essa coisa de "começa a despir, arfa um bocado e aparece uma mama" é manifestamente insuficiente.
Se é pra ver pessoal a foder temos P-O-R-N-O-G-R-A-F-I-A!
Quem será o idiota que fica a ver durante uma hora uma coisa insípida e mal cozinhada pra colocar os olhos numa gaja mediana que vai eventualmente num futuro próximo mostras as prateleiras?!
Será que alguém acha que nós precisamos de uma desculpa pra ver uma gaja nua? Que precisamos da ideia de que "ela aparece nua mas é parte do enredo, não é gratuito"?
Sentir-me-ia um verdadeiro mentecapto se apreciasse esta criação miserável e ofensiva.
Homens gostam de gajas mas não são (tão) burros.
É atentatório à condição de portadores de pénis achar que se vão fidelizar naquilo.
Santa paciência!

Tuesday, October 03, 2006

"Eu sou mais do que pareço"


É a típica coisa que uma pessoa desinteressante diz...
Sempre que ouço isso acende-se uma luz interna que me indica que o caminho é exactamente para o outro lado.
Engraçado como todos querem ser especiais e uma caixinha de surpresas sempre apta a surpreender na próxima esquina.
Se eu sou mais do que pareço é uma coisa minha e que, eventualmente, alguém (ou muita gente) acabará por perceber, não ando a pensar que "agora vou dizer uma barbaridade sem qualquer nexo para que percebam que o interior da carapaça não é vazio".
E se for? E se eu não for interessante? E se eu desiludir Deus e o mundo? E se perceberem que efectivamente eu sou burro? E se vier à tona que não tenho nada a acrescentar a nada?
Foda-se!
Nunca percebi que tipo de dívida é criada ao nascer que faz com que se tenha de ser alguma coisa, que tenha de se ser vermelho vivo quando na verdade se nasceu cinzento.
Cobranças que nunca se apresentam com cobrador, é uma coisa que vem do além e que é indispensável pagar sob pena de se ser infeliz.
De novo... Foda-se!
Lá me interessa que sejas mais que isso.
Lá me interessa que te sintas pouco valorizado.
Lá me interessa que o mundo seja injusto.
Porra, essas exteriorizações de densidade são o maior factor de enjoo e regurgitação que alguma vez vi.
Pra que se quer ser especial ao olhar e não à alma?!
Bando de marionetas vestidas com o melhor fato mas que lhes fica largo.
Mar de coisa nenhuma que correm pra lado nenhum.
Coisas mecânicas e desajustadas tentando à força que lhes afinem o motor.
Gente é Gente independentemente do valor que lhes seja atribuído, uma alma não se paga, não se compra e não se vende.

Ilusão

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Lembro-me de que quando entrei para a faculdade achei que estava a entrar na última fase da minha vida "louca".
Pensei, e acreditava nisso piamente, que quando terminasse o meu curso e fosse um profissional de respeito tudo se transformaria como num passe de magia.
Na época que entrei nesse fastidioso e pré definido mundo de pensadores que se querem livres mas mais não são do que autómatos (aka vida académica), tinha muitos dos meus amigos a entrar comigo, alguns mais à frente e outros ainda quase a sair dele.
As pessoas com quem tinha um contacto mais directo estavam ainda na fase de adquirir o canudo, ou porque, efectivamente, eram pouco mais velhos que eu (alguns) ou porque não queriam sair da faculdade sem ter a certeza que saiam com tudo muito bem sabido e, por isso, ficaram lá mais tampo do que deviam eheheheh (a maioria).
Quando dei por mim comecei a ter as minhas primeiras festas de formatura, os primeiros profissionais estavam formados e iam passar a ser pessoas de respeito.
Ledo engano...
Continuei a sair com eles à noite, continuava a ser a puta da loucura, continuei (como continuo) a ter gente que acorda no meio da sala, continuei a ter quem não faça a mais pequena ideia de como foi pra casa naquele dia.
Começou então a minha dúvida:
"Mas...nada muda? Continua tudo na mesma?"
Dúvida que se esclareceu quando eu passei a fazer parte dos profissionais, quando eu passei a integrar o clube do pessoal que usa gravata...mas a puta da loucura continua.
Não houve qualquer passe de mágica, acordei da mesma forma que me deitei, continuo na busca incessante de qualquer coisa, continuo a sentir que perderei alguma coisa de verdadeiramente importante sempre que penso em não me juntar ao pessoal que está a entornar a sua cerveja pleno de prazer e a falar de coisa nenhuma.
Sou responsável, trato das coisas com esmero, não falho na minha profissão mas...o sol cai e a lua nasce e a pele de cordeiro (vulgo fato) rasga-se em mil pedaços e vê nascer o lobo (vulgo bambora tá na hora).
Boys will be boys.
É mais uma daquelas dicotomias que me apaixonam...
Aquela coisa de te conhecerem pela metade (ou mesmo por 1/3), aqueles que te vêem como o profissional de opinião avalizada (e que de facto o é) e que nem lhes passa pela cabeça a sede que toma conta dele quando todos os gatos se tornam pardos.
Amanhã é véspera de feriado, as solicitações começaram a aparecer e eu a negá-las...mas alguém acredita nisso? Eu quero acreditar mas jurar não juro...

Sunday, October 01, 2006

Execrável e Odioso

Não há decepção maior do que aquela que impomos a nós próprios.
Há momentos em que não valho o chão que piso, há dias que deveriam ser apagados da memória e apenas o não farei porque mereço cada uma das adagas que sinto entrar no meu peito.
A mesquinhez, o egoismo, a necessidade de saber que a ferida que se causou nunca será completamente sarada, a vontade de ouvir que aqueles tempos apesar de passados nunca deixaram de estar presentes.
É detestável, é lamacento, é nauseabundo, é catastrófico, é digno de atravessar a rua, é o suficiente para fazer com que os olhos se preguem ao chão de vergonha.
Existem milhares de atenuantes, um milhão de desculpas, racionalização que faz com que não tenha sido tão mau como isso...e ainda assim a consciência faz com que não seja possível levantar a cabeça.
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