Friday, July 31, 2015

Esqueci-me


PONTOS

1 Adivinha da Vida Real

a) Um gajo anda a roçar-se em tudo que mexe a ver se se safa;
b) Um gajo aproveita que uma gaja que anda a ver há uns tempos passa por ele e, depois de um sorriso, diz-lhe ao ouvido: Deslumbrante, como sempre!;
c) Um gajo vai ao bar e está ao lado dele uma gaja que andava a olhar para ele do outro lado do bar há algum tempo; Dá pela presença dela, olha para ela e ela está a olhar para ele, a uns centímetros, e diz-lhe com um encolher de ombros: Sou tímido... e vai-se embora.

Eu sou qual?

2 Os Metralhadores

Os indiscriminados andaram a roçar-se em tudo o que mexia (menos - e foi mesmo a única - numa mais gorda que por lá andava. Esta merda incomodou-me e estive quase a ir roçar-me nela mas eu não sei fazer disso...), pelo que era uma questão de tempo até a merda correr mal.

Um deles deve ter irritado alguém que o empurrou e veio contra mim. Pus-lhe a mão ma cabeça e empurrei-o de volta para onde estava e continuei na pista, na minha.
Metade do bar ficou parado a ver o metralhadora a pegar-se e à espera, pareceu-me, que a coisa virasse para o meu lado. Não virou.

Nem sequer me irritei, já andei vezes suficientes à pancada e já vi muitas mais ainda para ficar nervoso com um camelo qualquer.
(disse a um gajo que conheço bem para ir pedir um cigarro ao namorado, um tipo amigo dele que não conhecia. O namorado ouviu e ameaçou ficar ofendido mas depois amainou dizendo qualquer coisa como pá, eu sei que é a brincar, um gajo não está em competição para ver quem é mais homem!, pois não, respondi-lhe, senão ganhava.)

3 Almoços Divertidos

Por motivos que não repisarei, hoje está a ser duro. A diferença e o que endurece é que...bem... estiquei-me mais do que o costume, ontem, então o sofrimento é um bocadinho maior.
Levaram-me a almoçar, como costuma acontecer à sexta, e eu deixei porque é sempre divertido.

- K, tens de arranjar namorada. Tu já não tens idade para isto!!
- Eu sei, B... mas ninguém me quer... Queres tratar disso?!
- Ok. Mas como não conhecemos muita gente em comum, tenho de escolher dentro do X.
- O que quiseres!
(e recostei-me porque vi que ia ter muita graça)
- Então, casadas não pode ser. As casadas de lá são chatas e eu não conto.
- Certo... então estou fodido porque solteira há uma!
- Não. Só não podem ser as casadas. A I também não serve porque não ia resultar; a C fala muito e não tem corpo para te agradar; a R é boa mas não é muito esperta, por isso podes dar umas voltas mas para namorada não serve! 
(aqui já me ria)
- Pronto, sobra uma (literalmente, UMA, sem nome).
(aqui passei a rir-me bem mais)
- Foda-se, a volta que tiveste de dar. Estavas com essa merda entalada há quanto tempo?!
- Acho que há uns dois meses! (e começou a rir-se).

4 Como Termino Telefonemas que Me Começam a Chatear

Ok. Já chega. Não estou para conversar mais.

Pode parecer que estava irritado mas não. Só estava farto de falar ao telefone e não queria mais, é relativamente frequente este tipo de fins.

Thursday, July 30, 2015

Não Tens Saudade?

Hoje perguntaram-me isto.
Respondi que não e antes que me deixassem acabar disseram-me: não é saudades minhas, parvo, é da situação e do lugar.
Percebi a pergunta e a resposta é a mesma.

Não sei se se trata de uma incapacidade inata parecida com a de não sentir ciúmes ou uma racionalização tão entranhada que passou a ser natureza, um pouco como a macieira. Descobri recentemente que a macieira nasce do enxerto de uma árvore na outra mas quando cresce deixa de ser um enxerto para passar a ser a mesma coisa. 

As saudades, como vêm nos livros, resultará de um hiato de ausência que, enquanto dura, é para sempre e talvez seja aqui onde me desviei do rumo: aprendi a viver com pouco - ainda que tenha de ser muito desse pouco -, então estou permanentemente preparado (ou julgo que estou) para me libertar de tudo.
Espera o melhor mas prepara-te para o pior seria uma expressão que usaria caso não tivesse caído na popularidade que rouba o sentido às palavras porque as usa sem parcimónia.

E porque hoje não vai ser hoje durante o próximo mês:

Wednesday, July 29, 2015

Como regressei a um ritmo bastante acelerado que tem durado até depois do jantar, as coisas com alguma graça ganham mais graça, sendo certo que já o tinham antes.
Vou resumir por falta de paciência e, até, de interessa.

- Já não o via há algum tempo mas também estive de férias..
- É verdade. Correram bem?
- Sim.
(...)
- Furei o nariz às escondidas, na altura. Os meus pais não queriam deixar.
- Pois. Não sei o que é, não me costumam dizer não. Eu furei com 12 mas só tive meia dúzia de meses e foi a minha mãe que me levou; a tatuagem também me foi paga, mal fiz 18.
- E o que fez?
(mostrei porque não é difícil)
- Ui... é horrível!
(e ri-me muito porque, estranhamente, franqueza desta diverte-me. Provavelmente porque não me interessa o que acham ou deixam de achar)
- Pois... devo entrar em férias definitivas em X porque o meu contrato acaba...
- Isso é que é uma pena.
(e pegou numa folha de papel que tinha à mão, escreveu e deu-ma; dizia escreve-me@omeunúmeronãoconvémdar.com - naturalmente, não escreverei aqui o endereço)

Porque acho graça a estas coisas, contei isto antes de escrever aqui e contei porque não identifico, então é só divertido.

Ah?! Assim?!
- Sim, assim.
Ah, K... isso não é possível!
- É, é. Já te disse uma vez que comigo é como a música do Zambujo. Eu faço, de bom grado, boa parte do trabalho mas, no fim, foi ela que pediu.

É Também Por Isto

Os meus interesses são muitos e variados - demasiado variados dirão alguns - mas nenhum deles é tão grande como aquele que tenho pelas pessoas (ainda que não goste, particularmente, de falar com elas porque mentem).

Então:
O que tu és, não é desejado. Procuras uma identidade que te pareça aceitável (mas para isso a) primeira pessoa que tens de enganar és tu próprio. Mentes para ter paz, mentes para ter tranquilidade, mentes por amor"

Isto que acabo de transcrever é Marlon Brando na primeira pessoa em confissão para uma câmara que não tinha ninguém atrás.
Vamos esquecer tudo o que poderá ser previsível num artista e fixar-nos naquilo que seria, de fora da janela, impossível prever: o sentimento de que não é desejado e que precisava ou achava que precisava de mentir para ser amado.

É verdade que a vida dele foi trágica desde que nasceu e que houve muitos traumas envolvidos; é verdade que há feridas que não saram; é verdade que o sucesso é medida pelo exterior e que entre paredes a coisa é outra.

Será que o meu interesse é sádico?
Não. Interessa-me, apenas, o inesperado. Acho engraçado que, no fundo, nós não sabemos merda nenhuma dos outros, onde me incluo apesar de fazer muito esforço em sentido contrário.
E interessa-me, também, o problema insolúvel que se consubstancia em sermos a única prisão de onde é impossível um gajo evadir-se.

Tuesday, July 28, 2015

Porque há coisas tão mais importantes do que filosofia e economia e política internacional e por aí fora, aqui fica (tem mais tempo do que devia mas não sei cortar cenas)


Felicidade (pouco) vestida de preto.

Monday, July 27, 2015

Escrevi aqui uma cena sobre a virtude da fluidez como a água (não escrevi assim porque é muito parvo mas estou a tentar melhorar de humor a todo o custo, incluindo o meu).

Então, 
havendo uma miríade de coisas que gostava de melhorar ou fazer desaparecer da minha personalidade, há outras que me agradam, apesar de entrarem em conflito com a minha vontade de tentar controlar menos e ser mais carpe diem (ups, ânsia de vómito quando escrevi esta latinidade).

Vantagem:
faço pouco barulho e ameaço quase nada, embora os avisos possam parecer ameaças que não são, pelo que, por norma, se rosnar um bocadinho o efeito tende a ser imediato, o que me agrada porque evita que morda, o que, volta e meia, me traz peso à consciência.

Ontem rosnei, resolveu-se;
Hoje rosnei, resolveu-se.

...e estou a rosnar muito, se querem saber, e isso resulta directamente de estar a ver vermelho há dois dias.
...e continuo a ver vermelho.

Para se ter ideia, 

Sunday, July 26, 2015

Conceito Giro

IATROGENIA
estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas por ou resultantes do tratamento médico.

Além do sentido literal, quantas metáforas são possíveis a partir do fazer-nos mal quem nos quer fazer bem?

Saturday, July 25, 2015

SMS enviado a um amigo:
Tá tudo? Nos últimos dois meses os valores variaram entre X e Y. Abr

Passados uns minutos, ligou-me.
Vou poupar-vos à estupidez que tanto prezo (entre a minha sexualidade questionável e os dentais que ele estava a ver na praia e a minha alusão a que ele aluga o rabo por dinheiro) e dizer apenas isto:
Pá. Isso é óptimo e como me pareces motivado, era de pensares em reduzir aos cigarro (perante o meu AH? de espanto, continuou) sim, nós vemos essas coisas e valoramos. A terapia está a funcionar, está tudo controlado, tu vais mantendo um controlo organizado e tal... é aproveitar.

Oi?!
Eu motivado? Controlado? Responsável? Metódico? Quê?

Sabem no que deu?
Estava a trabalhar quando enviei o SMS e quando falei com ele.
Depois deste chorrilho de insultos, sabem o que vou fazer?
Vou-me embora, foda-se!

Responsável e controlado é o caralho!

A Natureza Chatei-me

Esta semana, estava a ver um debate sobre a interminável questão da Grécia que, a dada altura, passou para um assunto realmente interessante: a Solidariedade Europeia.
Houve quem tivesse uma opinião parecida com a minha (aprofundamento em vez de alargamento) e união fiscal (com transferências de excedentários para deficitários, como fazem as federações).
A dada altura, um dos gajos disse qualquer coisa como isto:
Certo. Concordo que a solução é essa mas... já viram que um país antigo e, supostamente, estabelecido como a Espanha continua a falar de cisões? Eles, um povo supostamente estabelecido, têm tensões enormes e a Europa, que anda a rebentar-se há séculos vai adoptar a solidariedade? Ah, e a Alemanha continua a não admitir transferência de dinheiro, enquanto tal, entre as partes que compunham duas alemanhas antes da queda do muro. E isso foi há 25 anos!

Filho da puta. Tem razão.
A realidade é fodida e mesmo eu que me esforço muito por ver o quadro geral tenho muita dificuldade em sair da minha zona de vivência imediata.

Porquê a Natureza aqui?

A modernidade, em grosso, poderá ser definida como a altura em que o Homem dominou a Natureza. Se olharmos à volta, é mais ou menos isso que acontece quando se conseguem produzir quaisquer alimentos fora de época, quando se criam barragens para desviar os cursos dos rios ou, inclusive, quando o Ícaro deixa de ver as suas asas queimadas pelo Sol e pode voar sem medo.
Mas depois, um dia, dá-se um perá lá! Estes camelos pensam que controlam alguma coisa?! Ok. Peguem lá um tsunami.
É verdade que a capacidade de recuperação humana depois da catástrofe é muito melhor do que no passado mas, independentemente disso, não dá para controlar os tsunamis pois não?

E isso é, provavelmente, uma das fraquezas imensas que nos impregna e que vemos, as mais das vezes, como força.
A vontade de tudo controlar e tudo prever leva a que estejamos muito menos preparados para o imprevisto. E quanto mais avançada a sociedade mais atrasada é, neste aspecto.
Os povos nómadas da Etiópia estão-se a cagar para o Nasdaq, nem sabem o que é. Estruturas impermeáveis aos elementos (coisa que não existe) são relativamente indiferentes; as casas de adobe quando vão com a santa constrói-se outra e não têm de a andar a pagar depois de destruída porque não têm hipotecas registadas porque não foram financiadas por nada além de terra e braços.
Isto não é uma apologia à miséria, é um alerta para que o controlo total é uma alucinação colectiva que quando quebrada dói muito!

Querem mais?
Esta necessidade de controlo e previsão leva, por exemplo, aos ciclos noticiosos 24 horas por dia.
O problema deste tipo de canais (e vejo muitos porque sou estúpido) é que para estarem tanto tempo no ar têm de dar coisas que não são notícias mas epifenómenos que não servem de amostra para nada mas apenas para panicar.
Em termos reais, interessa que alguém tenha morrido esfaqueado quando ia às compras? Melhor: é mais uma notícia ou um apontamento? Seria notícia se, de hoje para amanhã, começasse a haver um acréscimo gigante de gente esfaqueada quando vai às compras. Será um apontamento se aconteceu uma vez em 20 anos.
MAS! esse apontamento absolutamente insignificante - excluindo para esse efeito o esfaqueado, claro - é coberto durante horas e horas e horas e quando isso acontece temos a ilusão de que estamos perante um acontecimento marcante que deve ser tido em conta...e não deve.

Há uns anos havia uma estatística que revelava que Portugal tinha a menor taxa de criminalidade violenta da comunidade europeia mas o maior receio da mesma.
É preciso mais?!

Querem mais?
Na vontade de controlar a economia fazem-se análises ao minuto das tendências esquecendo-se que não tendências de um minuto. Pode fazer-se uma análise de um sistema com um determinado hiato temporal significativo mas nunca ao minuto nem ao dia.
Depois, como é bom de ver, o pânico instala-se quando os juros, naquele dia, aumentam 2% e o êxtase toma o seu lugar se acontecer o contrário?
A diferença entre uma coisa e outra pode ter sido um camelo que ficou doente e, um dia, não apareceu para comprar cenas. O que revela isso em termos de tendência? Que de vez em quando um gajo está doente.

Isto pode parecer pouco mas não é.
O pânico não é amigo de ninguém e o seu oposto também não. 
Como se quer controlar tudo não se está preparado para o aleatório.

Querem mais?
Dizem-nos que devemos comprar casa e, para isso, muitos fazem empréstimos a 30 ou 40 anos. 
Afinal, o que pode acontecer em 30 ou 40 anos? TUDO!
E o que pode custar esta decisão?
A resposta é ilimitada: podes ficar sem casa e a pagá-la, caso percas o emprego e falhes as prestações; podes ficar preso a uma relação ou casamento porque economicamente não podes sair da situação (podem achar parvo mas só queria moedas de 1 € para quantas pessoas não se divorciaram e, assim, se transformaram infelizes, por causa de uma casa); podes ser forçado a manter um emprego de que não gostas porque tens obrigações; podes não mudar de profissão porque é um risco que não se pode correr ou, inclusive, não é admissível uma perda de rendimento mesmo que momentânea.

Pensar que se controla uma vida a 30 anos é estúpido e não deixa de o ser porque toda a gente o faz.
Uma casa vale isto? Nada vale isto mas parece que não há opção.
(sem sair muito disto, quando ouço os mais iluminados dizerem que as dívidas não são para se pagar mas para se gerir tenho vontade de espancar. Não entendo. Se as dívidas fossem para pagar - e já nem digo todas mas para a tornar controlável - não tínhamos de andar a pensar em reputação e em cada palavra que se diz: só se preocupa com o que os outros pensam quem deve e estes são menos felizes).

Querem mais?
Vamos ser parvos e dizer que ah, se eu destruísse esta merda toda à bomba não havia natureza que se safasse! e também aqui estariam errado, além de parvos pelo harakiri,
Como a Natureza não dura 50 ou 100 anos, daqui a uns milénios, coisa pouca para a eternidade, haveria de aparecer uma célula qualquer e começar isto tudo outra vez e não seríamos nós quem se riria no fim.

E querem o pior?!
Devem haver poucos control freaks como eu.
Tento controla tudo o que me rodeia ainda que pareça que sou estouvado. Detesto surpresas, detesto o inesperado, detesto mudar de hábitos, detesto atrasos, detesto alteração de ritmos... e sei que tudo isto é incontrolável.
Sou perfeitamente capaz de aceitar que não vou ser feliz mas já não que poderei ser controlado, o que é mais ou menos o mesmo de ser infeliz, para mim.
Tenho uma imensa dificuldade em fazer coisas porque sim e raramente as faço. Sou capaz de quase tudo se souber porquê; se o objectivo for claro não há problemas, mesmo que o falhe, mesmo que seja inacessível...agora, porque sim?

Ia escrever mais mas não me apetece.
Para ilustrar, se isto me acontecesse ia ficar muito fodido, provavelmente ainda mais fodido do que se acabasse mesmo:

Friday, July 24, 2015

Se uma corrente é tão forte como o seu elo mais fraco não valerá mais a pena ser uma barra de ferro?

(não estou bêbado, juro!)
Às vezes os nossos maiores medos são-nos atirados à cara. E eu nem sou um gajo com muitos...

Há uma gaja que, infelizmente, está mais perto de mim do que deveria. Esta gaja acha-se importante, inteligente, bonita, boa e interessante. E acha-se muito de cada uma destas coisas.
O problema é este (e vou, apenas, ter em conta opiniões generalizadas e não as minhas próprias...): a esmagadora maioria (não digo toda a gente porque não falo com toda a gente) acha-a insuportável, feia e o oposto de boa.

Poderíamos falar, aqui, da ditadura de maiorias e tal. Pode estar toda a gente enganada e ela certa, não é? Bem... em tese, é...mas a maioria das vezes quando muita gente acha alguma coisa tem motivos para achar isso.

Porque tenho eu medo disto?
Eu não me importo que me achem insuportável, feio, gordo, burro e todas as outras coisas que possam imaginar (menos benfiquista). Não me interessa muito. Vivo bem com isso e, às vezes, até prefiro.
O que me importa muito! é imaginar que eu, como ela, posso achar-me uma coisa e todas as outras pessoas acharem outra sem que eu saiba.
Entendam, não é a mesma coisa...

...e porque é sexta:
Estava a almoçar e ao meu lado estava um casal com uns 40, acho.
Não prestei atenção se estavam a falar nem nada, o que reparei é que o idiota passou o almoço todo com o auricular bluetooth metido na orelha.

É pouco, eu sei, mas tive vontade de o espancar.

Thursday, July 23, 2015

A Parafrasear, Porque Não Presto Atenção Suficiente

Quando fiquei conhecido, a minha editora queria atribuir-me guarda-costas porque houve muita gente que não gostou do que escrevi.
Pensei que era parvo, e recusei... depois dei por mim a ficar nervoso em público, tenso e um bocado paranóico com medo de ser atacado.
Então, arranjei o treinador mais fodido que encontrei, o maior e mais intimidador, e comecei a encher.
Agora, pareço um guarda-costas e estou mais calmo.

Passei pelo mesmo, excluindo ser famoso, mas ao contrário.
Desde sempre fui grandinho e quando dei pelo facto de que estava a mirrar ou que pensei que estava a mirrar comecei a encher.
Pode-se pensar que é parvo, porque, afinal, costas largas são tão à prova de bala como costas estreitas, certo? Certo mas o princípio é outro: Confiança e a confiança já é mais parecida com alguma coisa à prova de bala.

Quando chego às conferência, agora, com o meu ar de guarda-costas no meio de professores e académicos e banqueiros de investimento ficam a olhar para mim de lado. É suposto ser desmazelado e pastilento. Não sou uma coisa nem outra, não visto o papel e gosto disso.

Compreendo.
Eu também.

Estas duas são do Nassim Taleb

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No seu leito de morte, um poderoso avô diz ao neto favorito de todos aqueles que com ele contactavam o seguinte:
Não tens um único inimigo de nota. Toda a gente gosta de ti, ninguém te critica nem fala mal dos teus actos.
És uma desilusão....

Compreendo.
Tendo a concordar

Esta não me lembro onde desencantei. 

Wednesday, July 22, 2015

momento Facebook (o teclado inteligente escreve Facebook com maiúscula...)

"As asas gigantes do albatroz impedem-no de caminhar"

Baudelaire, bitches!

Faz de Mim Má Pessoa?

Há uma coisa - é mais pessoa mas acaba por ser um misto das duas - que me incomoda um bocado; quando estou de mau humor dá-me vontade de começar a queimar mas quando estou de bom humor só tenho vontade de irritar ainda mais, o que consigo com facilidade porque é um talento natural que possuo.

Isto não se prende com o título, não tenho peso na consciência a respeito.

Por estes dias, eu sabia que a dinâmica ia mudar por vários motivos que não me apetece escrever porque estou claramente a ficar sem forças e se não fosse a minha natureza compulsiva nem aqui teria vindo.
De todo o modo, a mudança de dinâmica tem sido uma das alegrias dos meus dias.
A atenção da coisa dirigiu-se, por falta de outra opção, para quem sobra (que, naturalmente, não sou eu) e isso está a deixar a opção num estado de nervos que não tinha previsto.
Porque me dou bastante bem com a opção, tenho-me rido muito com o sofrimento dela; tem sido muito mais agradável do que poderia prever e porque a opção se dá bem comigo, a relação é recíproca, nem se importa que o mal dela me divirta.

Isto prende-se com o título mas não muito, tenho um pouco de peso na consciência a respeito mas nada que incomode.

O meu domingo foi mau...
Os motivos foram vários que, também por cansaço, não me apetece descrever.
Acordei a pensar que ia almoçar uma determinada cena - e saí da cama só por isso - e quando cheguei era outra. Fiquei muito fodido!
Perguntei porque iria comer o que me serviram e não o que era previsto e, não satisfeito com a resposta, passei para o silêncio, fingi que comi dois bocados, levantei-me e voltei para a cama.

Sabia que o ambiente tinha pesado mas não liguei muito. As pessoas estão habituadas à minha bestialidade e sabem que, as mais das vezes, o problema sou eu, como era o caso.
Dois dias depois soube que a repercussão do meu comportamento tinha sido muito maior e tinha causado mais do que o "ele é assim. Deixa-o ir que isso passa-lhe" que era o que esperava.

Isto prende-se com o título. Ainda me pesa muito na consciência.
Poucas coisas me doem mais do que ser um idiota com quem não merece.

Vou aprender, penso, mas o que acontece é o seu oposto. É verdade que o que isto me faz é secundário porque os outros, que não têm culpa, são prioritários...mas este tipo de merdas dá cabo de mim.

...e para aliviar e relembrar um gajo que já fui e que, de vez em quando, gostava de ser outra vez porque é bem mais divertido:

Tuesday, July 21, 2015

Num Minuto!

Hoje foram mais de 12 horas e ainda vai continuar pós-jantar.
Não me estou a queixar, é exactamente o oposto; menos tempo livre é sempre uma coisa boa no meu caso.

Revira os olhos, K adolescente que achava que ia ser muito mais radical e trabalhar pouco porque era uma saca (e mesmo nessa altura, as evidências apontavam exactamente ao contrário mas aquele K era, ainda, mais estúpido).

...e por falar Num Minuto:

Monday, July 20, 2015

Não tem sido Comum, por isso:

COISAS COM GRAÇA

#1
- K, tu não tens uns dias de férias este mês?
- Acho que não... parece-me que é em Agosto mas não tenho a certeza. Porquê?
- Bem... como tens andado com dores nos (insert body part) soube que há uma cena especializada que faz uma cessão de um dia, individual, para esclarecer...
- Soubeste é um sonho. Do nada?
- Não interessa. Podem receber-te prá semana, depois não sei...
- Pois, não vai acontecer mas já valeu ter-me rido com o que "soubeste" sem nenhum esforço!

#2
Estou enterrado em trabalho até às orelhas.
Porque tem isso graça?
O meu humor está melhor, estou menos cansado, o sangue corre melhor, a tensão baixa e as dores quase não existem.

Não sou bom com tempo livre a mais entre mãos.

#3
Estava eu com a música a entrar-me na cabeça quando reparei que estavam a olhar para mim de forma um pouco...bem...excessiva?
A coisa foi tão pouco à má-fila que quem estava de costas para quem me olhava teve aquela sensação de o que se passa aqui?! e virou-se para trás.

Perguntei disseste alguma coisa? porque podia ter-me sido dito alguma coisa quando não ouvia e deu-se, só, um abanar de cabeça.

No minuto seguinte, recebo um E-mail de quem se virou para trás:
Olha lá, o que é que ela quer? Quase que me desviei porque pensei que estava a incomodar.
Acho que lhe vou perguntar o que quer!!

Ri-me muito.

...e porque não tem de ser mesmo triste, mesmo quando parece:


Menos e Menos e Menos e Menos

Acho que em 2006 o Bourdain foi fazer um dos programas dele ao Líbano, mais concretamente para Beirute.
Enquanto fazia as cenas dele e dava conta do pulso da cidade, de bar em bar (bastante movimentados) começou um ataque aéreo israelita; acho que soaram sirenes mas não me lembro bem.
O pessoal saiu dos bares em busca de refúgio e um tempo depois houve notícia de que o perigo havia, momentaneamente, passado e...voltou tudo para os bares.

Eu, como os outros portugueses e, até, a maioria dos europeus tem muita dificuldade em entender como se volta para a cerveja depois de uma ameaça ou efectivo bombardeamento.
Parando meia dúzia de minutos e perscrutando um pouco mais do que é o mundo não civilizado (expressão maravilhosa por parva) percebe-se que os libaneses fizeram o que fizeram porque a humanidade adapta-se a tudo.
Se de cada vez que havia uma ameaça se parava eles nunca andariam e isso é tolerável de vez em quando mas não sempre.

Então: bem, ainda não foi desta. Onde íamos? Ah, o prato tradicional!

Por motivos que evito descrever e escrever, o que também não farei agora, fui forçado a ir despindo, camada a camada, o que podia dispensar sem saber, anteriormente, que o poderia fazer. A realidade fez questão de me mostrar que enlouqueceria se não me habituasse a menos e mostrou-me, também, que não é só em questões de indumentária que menos é mais.
Há uns anos tinha um telefone (que era um sonho, um objecto que lamento ter perdido mas que hoje jamais compraria...porque não é importante) que quando ia ficando sem bateria ia desligando as funções acessórias e mantendo as essenciais, até que a bateria morria e iam todas de vela. No entanto, ia sobrevivendo o mais que podia desprendendo-se de coisas supérfluas.

Eu, como o resto da humanidade quando tal se torna necessário, adapta-se o melhor que pode ao que tem e ao que é exposto.

O problema que surge, no meu caso em concreto mas acredito que seja aplicável a mais daqueles que se cruzam connosco na rua, é que nem tudo o que nos forçamos ou somos forçados a dispensar deveria, em termos gerais, ser dispensado.

Vou tentar ser menos ambíguo mas não juro.
Deixei de dar importância a quinquilharia. O telefone, a que já me referi, é uma dessas quinquilharias.
Não preciso, e não quero, o último modelo que é capaz de fazer centenas de cenas que não me interessam e de que não preciso. Não me interessa que seja super-rápido porque não preciso de super rapidez. Não me interessa que seja impressionante para quem vê porque não estou interessado em impressionar.

Deixei de dar importância aos bares e restaurantes da moda. 
Não preciso, e não quero, ver e ser visto num lugar cuja maior e muitas vezes única virtude é apenas essa. Não preciso, e não quero, perder tempo em lugares destinados a pavonear futilidades como o carro em que se chega, o relógio que se tem ou os sapatos que se usa.
O pior deste tipo de lugares, que já frequentei com assiduidade e onde era conhecido e reconhecido, é que o que realmente se deveria ir lá fazer, mas não se vai, é fraco. As bebidas são más (nem vou começar a falar da salada que se serve e a que se chama gin, agora) e a comida péssima; a única coisa que valoriza, tanto uma como outra, é o desproporcionado preço.

Deixei de dar importância a relações pessoais que sejam mais do que amizade e, por vezes, à amizade em si.
Quando somos forçados a adaptar a melhor forma de o fazer é sozinho.
Haverá quem tenha ideia e experiência diferente. Ouvimos e lemos, muitas vezes, falar do quanto alguém que estava lá ajudou e apoiou e tudo o resto. Pode tudo ser verdade mas a mim não aconteceu assim.
Como é sabido, não gosto de partilhar dor e problemas porque acho que os multiplico e não que os divido, então, quando tenho de fazer coisas prefiro fazê-las sozinho, isolado. Se correr bem, óptimo; Se correr mal, mau mas apenas mau para mim.

O desagradável destas alterações e mudanças que o tempo nos impõe é que nos desenraíza. Quando os hábitos e ambiente se alteram temos de ir atrás dos ventos, se queremos sobreviver. Os ventos levam-nos mais para onde querem do que para onde pretendemos. 
O agradável destas alterações e mudanças é que mostram que somos muito menos frágeis do que aquilo que, por vezes, pensamos e comprovam o velho a necessidade é a mãe de todas as coisas.

Em suma, reconhecendo que acho que me perdi, a dado momento, e não era bem isto que tinha em mente: Quando não se pode viver, sobrevive-se.

Saturday, July 18, 2015

Incondicionalidade e Um Pouco Mais

Tenho problemas com afirmações definitivas. Umas porque não acredito nelas e outras porque me forçam a cumpri-las independemente do que depois suceder.

Quantas vezes se ouve falar em amor incondicional? Provavelmente ouve-se menos quanto ao amor romântico, depois da adolescência, mas muito mais quanto aquele amor que se tem, por exemplo, por familiares.
É bonito, só não o entendo.
Muito por culpa da minha vivência profissional aprendi que quem mais nos/vos fode é a família e não por serem piores pessoas, afinal, todos somos familiares de alguém e, por isso, todos seriamos piores por isso, mas porque só nos fode quem está próximo. Uma evidência quase néscia mas a que precisamos de ser expostos para nos darmos conta dela.

Nenhum tipo de amor ou, sequer, relacionamento é incondicional, para mim. Nenhum.
Não, não vivo isolado num mundo darwiniano; não, não sou o maior dos crápulas; não, não desdenho a natureza humana ainda que não seja um apreciador da humanidade em si.
O que acontece é que não dou para vítima e também não sirvo para tapete. Não compreendo como se pode perdoar tudo a quem quer que seja, não entendo como se pode imaginar que uma qualquer pessoa não pode fazer nada para aniquilar o que por ela sentimos ou, especialmente, o que por ela estamos dispostos a fazer.
Poderá uma filha amar incondicionalmente um pai que a viola? Poderá um filho amar incondicionalmente uma mãe que matou o seu irmão? Poderá uma mulher amar incondicionalmente um homem que a espanca? Poderá um amigo gostar incondicionalmente de outro que não aparece quando se precisa dele?
Tudo é perdoável? Tudo é ultrapassável?
Eu sei que isto serão exemplos extremos mas o incondicional é menos extremo que eles? A menos que, como agora acontece frequentemente, se use a palavra incondicional de forma leve e sem atentar ao seu significado.

Reparem,
ouvi em qualquer lado uma afirmação deste tipo: esquecer é humano mas perdoar é divino. E quando se perdoa, ama-se.
Quanta gente divina anda pisada porque perdoa demais? Andar pisado também é divino? Depois das duas faces que se dá, passa-se para quê? Para o rabo?
Eu sei que o Deus do Novo Testamento é mais new age mas o do Antigo parece-me mais realista.

A única forma de alguma coisa ser para sempre sem restrições é que alguém morra antes, porque a única coisa realmente definitiva é a morte (e nem toda a gente acredita nisto).

UM POUCO MAIS

Não me escapa que quando páro sou maniqueísta.
Normalmente, perco muito tempo com nuances e com o que significa isto para este ou aquilo para aquele. Para as pessoas por quem tenho apreço sou bastante compreensivo porque não as meço por mim. Não lhes exijo o mesmo tipo de forças e fraquezas que me correm no sangue; não lhes exijo que pensem o mesmo que eu ou que façam o mesmo que eu independentemente de me assistir razão.
Compreendo muito. Tento compreender tudo.
Não encaro as limitações delas como defeitos mas como factos que nem sempre se conseguem controlar. Elas têm as delas, eu tenho as minhas.

A minha questão é de medida, como de costume.
Quando me obrigam a sair da subjectividade que descrevi e me forçam a ser o que por natureza não me é difícil: objectivo.

Pondo os pés no chão, tendo a ver a preto e branco porque, racionalmente, o que interessa é o resultado.
Se a minha complacência se vai o meu gelo aparece.
De que interessa os sentimentos e intenções e vontades quando o resultado é o mesmo? Interessa, em última análise, se alguém teve intenção de matar quando alguém morreu?
Ah, sim. Interessa porque se for voluntário ou acidental o juízo de culpa é diferente! e é verdade; Concordo sem reservas. Mas o que não muda é que alguém morreu, independentemente do juízo que ficámos cá para fazer, ao gajo que bateu a bota isso interessa nada.

Tenho muito poucos amigos e quando digo muito poucos quero mesmo dizer isso e não é nada de novo. Não tive imensas - ainda que algumas - desilusões, nunca foram muitas.
Sou, inclusive, um óptimo amigo. Só não faço o que precisam se não puder mesmo. Se me causar transtorno, nem hesito.Movo céu e terra, se tiver força para isso.
Além disso, sou tolerante a esmagadora maioria do tempo, nos termos em que já descrevi. Compreendo, respeito, procuro não julgar...todas essas coisas de que muitos se gabam mas que eu faço.

Agora, esses poucos não me dizem que não.
A minha manutenção é muito baixa, preciso de muito pouco muito poucas vezes e, por isso, se precisar não me podem dizer não.
Não sei se é muito ou se é pouco mas é a linha que é.
Não é incondicional.

E SÓ MAIS UM POUCO, SEM SAIR MUITO DISTO

Disse que alguém ter-me na sua vida tem custos.
Novamente, porque não se diz não faz com que seja pouco comum e parvo. Tudo tem custos. Tudo. E ter-me por perto também tem.

É politicamente incorrecto dizerem-se coisas destas e é politicamente incorrecto porque cada um é cada qual.
Pode ser mas que seja longe de mim.

Eu sou o gajo a quem se recorre quando a coisa fica escura. Os motivos para isso deixarei de parte mas, para ilustrar, digo o seguinte:
Trabalho há (talvez, sou mau em datas) 1 ano com uma determinada pessoa; há umas semanas, essa pessoa disse-me que ia fazer uma biópsia a uma cena e notei que temia ser cancro. Já tinha notado que alguma coisa se passava mas não me meto na vida das pessoas e não perguntei nada.
Enquanto o resultado não chegou, o meu contacto aumentou. Prestei mais atenção, perguntei mais coisas, mandei mais piadas, enfim, fiz o que achei que deveria fazer. Não era nada, felizmente.
Essa mesma pessoa, descobri ontem, acho, tem 1 filho com 6 anos (acho, também. Não prestei muita atenção).
Não sei a quantas pessoas ela contou da cena mas tenho a certeza que do filho toda a gente sabia...menos eu.

Arranja-se muita gente para comparecer ao casamento.
Estarão sempre menos pessoas no funeral.
O casamento, dispenso. Ao funeral apareço sempre.

Então, perguntem-se:
Deverá ter o mesmo custo e merecer o mesmo esforço quem aparece para a cerveja ou quem aparece quando não há cerveja?
É estranho quem dá mais exigir mais?

Se acharem, para mim não servem.

E SÓ PARA ACABAR

Há uns anos atrás, não muitos, em dias como este estaria, provavelmente, a preparar-me para apanhar uma bebedeira.
Em dias como este precisaria de um anestésico para esquecer o que não me apetece lembrar ou imensa confusão para me distrair. Mamas aos saltos e saias mais parecidas com fitas.

Essa necessidade, desapareceu.
Não foi de propósito, só aconteceu.
Deixei de precisar de estímulos deste tipo para conseguir encaminhar-me e sou mais feliz por isso.

O que também deixei de ter foi o ah, estava bêbado para justificar o que quer que seja mas também já não preciso.
É o que é. 

Friday, July 17, 2015

...o quanto vou ter de recuperar? Assim tanto!

- K, queres vir cá jantar?
- Não...hoje não vai dar. Talvez amanhã?
- Hoje não dá porquê? Amanhã não sei se posso...
- Hoje é sexta-feira, não gosto de sair de casa. Amanhã logo se vê se podemos os dois. Se não der, fica para outra vez.

Não é para jantar.
Não é por ser sexta-feira.

Podia dizer que não vou porque não me apetece e isso seria meia verdade. De facto, não me apetece.
O que acontece, em completo, é que mais que não me apetecer acho que hoje não consigo; e na verdade, não acho.
Se só não me apetecesse, ia na mesma porque não posso deixar que o meu ânimo desanime ou que pareça que desanime, o que é o mesmo, mais ou menos.

Ontem, quando cheguei a casa tinha gente que queria falar comigo.
O telefone tinha chamadas não atendidas, o pessoal de casa queria contar-me coisas...enfim. Não é que seja particularmente concorrido nem que tenha muito a dizer mas, provavelmente porque não me apetecia falar com ninguém havia quem quisesse falar comigo, como a Lei de Murphy ensina.

As chamadas não atendidas, ignorei. Nem o atendes agora? depois de 1 ou 2 não atendidas eu respondi, o que costumo fazer porque me chateia ignorar quem se esforça e submete a questões deste tipo.
Ontem, não deu.

As palavras ouvi e, contrariamente ao que é costume, fingi-me interessado e não despachei os assuntos sem apelo nem agravo. E fiz isso porque em momentos em que não estou virado para ter conversas mais a sério finjo que me interessa para evitar que me perguntem o que é que eu tenho; e reparem, a maioria das vezes em que me perguntam eu não tenho nada além da costumeira falta de paciência mas quando tenho, mesmo, alguma coisa prefiro que não me perguntem porque não quero falar sobre isso.

Então, pareço quase simpático e quase tolerante para o que os meus ouvidos entendem como absurdo.
Tudo para que me deixem em paz.
Tudo para que não vejam que estou esgotado.
Tudo para que possa ficar sem piscar os olhos a olhar para um ponto imaginário na parede.

...e dormi como se tivesse corrido uma maratona, que foi, em termos figurados, o que fiz.

Thursday, July 16, 2015

Por Hoje, até Amanhã,

mas vou aproveitar para partir gente ao meio.


É Triste mas preciso de me distrair e vai ser com a miséria alheia...

Grécia? Bora!

Vamos começar por aquilo que é a Puta da Loucura.
Esqueçamos toda a parvoíce de andarem a dizer que os outros países europeus são terroristas e cenas que tais; vamos esquecer que, contrariamente ao que a Mortágua - que ainda vou perdoando por ser muito nova - faz diferença insultar ou não insultar aqueles com quem nos sentamos à mesa, mesmo que se corporizem em instituições as instituições são pessoas e as pessoas não gostam de ser hostilizadas; vamos esquecer que o plano queremos mais dinheiro mas não queremos pagar só faria sentido na cabeça de um mentecapto; vamos esquecer que formigas, ainda que bem posicionadas geograficamente, nada podem contra elefantes.

Lembre-mo-nos só disto:
Estes idiotas bateram com a mão no peito, mais como babuínos do que como Tarzans, e abandonaram as negociações ameaçando com um referendo para a opinião do povo quanto a um acordo...que já não existia.
Estes idiotas perguntaram (já por cá coloquei a pergunta, acho) aos Gregos algo a que ninguém estava preparado para responder, à excepção de meia dúzia de gajos que tinham estado nas negociações.
Estes idiotas regozijaram com a vitória do não, eles e os Gregos, para, agora, sem lhes perguntarem nada, chaparem-nos com algo muito pior do que aquilo que recusaram.

Fala-se, agora, muito de uma Europa vingativa e quando se diz Europa quer-se dizer Alemanha como se fosse apenas a Alemanha que andasse a vergastá-los.
A Europa só não gostou do circo e das mentiras que o Syryza andou a propalar e isso não é esquisito nem fora do âmbito de gente que se sente; isso só é triste porque por conta de um idiota de casaco de couro e de um macho recentemente capado quem se fodeu foi o povo.

Ah, mas foi o povo que os escolheu!
É certo mas não sei se era exigível que não o fizessem. Eles não são Portugueses (aqui elogiando os Portugueses), Portugueses que não perderam em parte nenhuma do seu passado o bom-senso. Temos muitos defeitos mas não caímos na idiotice. Veja-se que em condições provavelmente mais adversas não quisemos os Comunistas e isso é muito admirável.
O problema que se coloca, agora, é para onde vão os Gregos.
Não acho que a Aurora Dourada vá ganhar as próximas e aproximadas eleições mas há-de ganhar uma força que nunca teve.

E porquê?
Porque os gajos do Syryza os enganaram com a merda do referendo!!.

Dito isto,
fala-se, também, do ensinamento aos outros países (mormente o podemos espanhol) de que radicais por cá não dá e, por isso, partiu-se a espinha - ruidosamente! - ao Tsipras.
Não posso responder com certeza se é essa a ideia mas parece-me que lhes terá ocorrido. E quem pode criticar não se querer Comunistas na Europa? Onde se quer Comunistas? Onde foi o Comunismo bem sucedido? MAIS, onde foi um país Comunista democrático? E admite a Europa não democracias?

Como já muitas vezes disse:
Não se negoceia com terroristas.
Não se fazem ameaças vazias.

Não desejo mal nenhum aos Gregos, espero que as coisas melhorem, ainda que duvide, mas mais uma vez se prova o que faz a extrema-esquerda quando a deixam.

..Há quanto tempo não passava uma versão do Carinhoso?


Wednesday, July 15, 2015

Às vezes sinto-me como os animais. Ia dizer como os cães mas acho que animais é mais certo porque uma vez que há-de ser uma característica universal mas como não vivo na selva...

Porquê? Porque tendo a sentir o aproximar das tempestades.
Há, ainda assim, algumas diferenças.

Contrariamente aos animais, não tenho por hábito evitar as tempestades (o que parece corajoso mas não estou certo que seja e não é um assunto que me apeteça abordar).
Também contrariamente aos animais, sou capaz de provocar tempestades mas, já como os animais, em instinto e como reacção, nem sempre por vontade.

Uma vez, num filme cujo título não recordo, ameaçaram um gajo com tortura e ele respondeu-lhes "façam o vosso pior!"; não se chamava Vítor mas podia.
Sinto muitas vezes o mesmo. Digo muitas vezes o mesmo. Penso muitas vezes o mesmo. Faço muitas vezes o mesmo.

Pensem nas nuvens escuras como maus pensamentos que vão chamando outros.
Agora pensem que os pensamentos não são maus mas reais.
E agora pensem em quem não é muito profícuo em evitar que o pensamento se torne realidade.
E, por fim, pensem que essa pessoa está, várias vezes naqueles dias difíceis do mês.

Um sonho, não é?
Ando, há anos, a tentar sentar-me para que passe, como os Alentejanos fazem com a vontade de trabalhar, mas ainda não aperfeiçoei a técnica.

Conheço uma ou outra psicóloga (profissão a que acho mais graça do que atribuo mérito) e uma delas conheci com alguma profundidade.
Como acontece com alguma frequência, a coisa andou mais depressa para um do que para outro e, ainda que já tenha sido ao contrário em poucos casos, o mais lento fui eu. E quando digo mais lento o que quero realmente dizer é parado.

Quando se percebeu que eu não ia arrancar, num misto de ressabiamento e desabafo, disse-me qualquer coisa como: pessoas como tu não têm uma vida fácil. Vai ser uma maravilha enquanto for mas muito duro quando não correr como tu queres. Além disso, vai tendo cuidado porque em termos profissionais, em princípio, vais galgar rápido e forte mas a possibilidade de andares para trás é igualmente forte. Em termos pessoais, bem, é o que vês...

Teve graça porque não gosto de coisas trágicas.

Só não lhe atribuo especial valor porque tirar um curso superior para ver coisas evidentes não é dizer muito mas, ainda assim, deu para ver a evidência que nem sempre é tão evidente.

Lembrei-me disto porque me dá a vantagem de não ser fácil abater-me com ofensas ou considerações negativas mas a desvantagem de também não ser fácil levantar-me a moral quando não me estou a achar particularmente boa pessoa ou inteligente.

Por exemplo:
Eu acho que sou bonito. Não um estrondo nem um espanto daqueles que as salas páram quando apareço mas apenas isso: bonito.
Não me faz diferença que achem o contrário, a minha confiança não é abalável.
Eu acho que sou esperto ou inteligente (não percebo bem a diferença) mas não me considero brilhante. 
Não faz diferença que achem outra coisa mesmo quando seria necessário que fizesse porque todos temos dias maus.

Eu acho de mim uma coisa e, provavelmente, porque acho isso de mim é isso que sou.

Monday, July 13, 2015

Afecto com racionalidade chama-se amizade...por isso apesar de gostar de quem me marcou não sinto amizade.
Às vezes vemos pares se pessoas e pensamos: isto faz sentido, têm tudo a ver mas estamos a pensar no mensurável; estamos a pensar em interesses e vivências comuns e, às vezes, na própria aparência física.

O que não vemos - bem, às vezes vemos - é a única coisa que distingue uma amizade de outra coisa: a pele, o apelo das células, o fervilhar do sangue...

...e o que torna isto tão belo e tão trágico é a mesmíssima coisa, a impossibilidade de se escolher e de se planear.
Acontece.
E eu detesto merdas que "acontecem".

Estou bloqueado.
Prazo muito a minha capacidade de fazer mais do que uma coisa de cada vez, conseguindo distribuir a minha atenção com algum sucesso; penso em mais do que uma coisa ao mesmo tempo, consigo acompanhar mais do que uma conversa, falo ao telefone ao mesmo tempo que vejo televisão. 

De vez em quando, contudo, bloqueio.
Nestas alturas, a questão não se coloca, apenas, em fazer uma coisa de cada vez; nestas alturas só consigo pensar numa coisa e apenas nessa. Se não for a que tenho em mãos não adianta tentar muito.

Estou bloqueado.
Vejo pele, mão a viajar pelo corpo, bocas ávidas, paredes/camas/elevadores/escadas. Os meus olhos raiam vermelho. Os meus olhos não vêm mais nada.

O que fazer nestes casos?
Quem eu quero apertar deve manter distância.
Eu tenho de esperar que passe.

Sunday, July 12, 2015

Uma vez, uma gaja disse-me que gostava muito do Californication e do Hank Moody porque ele era o maior. Sexo, drogas e rock n roll. Não o entendia.

Estou a acabar de ver um episódio e o Hank é outra coisa: um gajo infeliz que se afoga em álcool e gajas porque não consegue fazer outra coisa. É um gajo que precisa que o salvem, que quer que o salvem mas que não consegue deixar que o façam.

O Hank pode parecer festa mas o Hank é desespero.

Saturday, July 11, 2015


Os conflitos internos são uma chatice. E repare-se que só me refiro aos internos porque os externos mais do que não serem chatos têm tendência a ser divertidos.
Os internos são sempre chatos...

As equipas de que fiz parte, tanto profissional como desportivamente, sempre tiveram problemas internos, como acontece sempre que há mais do que uma personalidade envolvida mas o objectivo - cumprido, diga-se - era que as fissuras não se vissem; pode-se discutir o que se quiser dentro de portas mas depois de passada a soleira não há qualquer problema no paraíso.
Pode ser-se acusado de hipocrisia por assim funcionar mas não me parece ser o que acontece. Não se lava roupa suja em público ao que acresce que quando há equipas há competição e quando há competição o que se pretende é bater na fraqueza alheia e quando não se encontra a fraqueza é sempre mais difícil.

A Pessoa individualmente considerada é um micro-cosmos de uma aquipa.
Somos todos mais do que aquilo que parecemos e mais do que a soma das partes revela. Somos Uma Pessoa que quer coisas diferentes na mesma altura e que sente necessidades contraditórias que pretendem encontrar um casamento que vá servir a todas.
Isto não é esquizofrénico.
Desde as lutas banais da vontade de comer um doce e emagrecer, ao mesmo tempo, passando por querer dar um soco num idiota que nos irrita e não pagar judicial ou fisicamente por isso.
Somos muitos, como a Legião.

Mas o princípio também não varia: fora, somos ou devemos ser uma frente unida que admite, contudo, desentendimentos entre as orelhas.
Porquê?
Bem, aqui a coisa vai depender mais daquilo que achamos do Mundo e de nós.

Eu acho que a demonstração de fraqueza é contraproducente ou chata e, às vezes, as duas.
Contraproducente porque permite que quem quer tirar bocado saiba onde atacar para ter mais hipóteses de sucesso;
Chata porque obriga quem nos quer bem a papar um chaço para o qual não podem, as mais das vezes, contribuir com a solução.

Ah, mas desabafar faz bem! e é bem capaz de fazer para alguns. Eu não dou para isso. Parece-me inútil.

Há uns dias tive de aturar uma merda de grupo que se assemelhava aos Alcoólicos Anónimos mas com outro fito.
O pessoal foi-se apresentando e queixando e carpindo e contando a sua história de vida e que tais. Além disso, era dado um cartãozinho com um sentimento (tive vontade de matar!) sobre o qual deveríamos falar.
Chegada a minha vez e lutando para não dizer Olá, eu sou o Vítor e quero que vocês se fodam mais por graça e irritação do que por outra coisa porque não queria que eles se fodessem; os outros estavam a aproveitar aquilo e espero que para eles resulte, disse:
Olá, sou o K, tenho X anos, sou Y há 6 meses e está tudo impecável.
- Está tudo o quê, não percebi.
I-M-P-E-C-Á-V-E-L
- E o cartãozinho?
(mostrando o cartão que dizia Vergonha) Nenhuma.
- Quer elaborar?
Quero. Não tenho vergonha de nada e nem sequer sou envergonhado.

...e esta é só uma das coisas que torna relativamente difícil conviver comigo com um grau maior de intimidade. As pessoas querem sentir-se úteis e comigo é mais difícil. Não porque as queira magoar nem porque as entenda como seres inferiores. É porque não faz parte da minha natureza pedir ajuda, especialmente quando não acredito muito que me possam ajudar. É só perda de tempo.

...e mais uma coisa que já ouvi vezes sem conta e que tendo a discordar:
É muito comum dizer-se que partilhar alivia o fardo. É coisa que nunca percebi.
Quando se partilha - especialmente quando não se pode ser ajudado mas apenas para dizer cenas - não se dá o milagre da divisão mas o da multiplicação.
Se a pessoa com quem partilhares os teus problemas e dilemas gostar de ti ganha um problema e tu ficas, também, com ele.

E para quê?

Friday, July 10, 2015

Critico muito coisas da minha juventude, não por delas me arrepender porque não sabia mais, mas por pensar foda-se, como podias ser tão burro!!.

Uma dessas coisas tinha que ver com cantores e autores.
Na minha cabeça pessoas que se limitavam a cantar o que pertencia a outros eram apenas parasitas. Não me ocorria que quem escreve não conseguisse cantar nem que mesmo que quem conseguisse poderia fazê-lo com menor qualidade.

A coisa foi mudando e a transformação acabou por dar-se com o Ney.
Cartola cantado por Cartola é de qualidade inferior a Cartola cantado por Ney (o que acontece com quase tudo que o Ney canta, independentemente do autor) mas o que ainda acontece é o seguinte:
Às vezes, em certas alturas, não é particularmente relevante o quão bem cantado ou tocado é. Há ocasiões em que se precisa ou se deve ouvir na fonte, especialmente com alguns temas e alguns géneros musicais.

Será relativamente indiferente quem canta o Toxic ou a November Rain; não fará uma grande diferença quem canta o Nós Pimba. O sentimento pode ser particular mas não é necessariamente denso.

Cartola a cantar O Mundo é Um Moinho é diferente do Ney porque quem teve um enteada (quase filha) puta foi o Cartola; foi ao Cartola quem doeu mesmo.
O Ney a cantar esta música é um sonho; o Cartola a cantar esta canção é de cortar o peito ao meio.

Mesma coisa no que se segue:
A Roberta, que por cá já passou, a cantar A Flor e o Espinho é, para mim, mais agradável e melhor interpretado, em termos de voz e colocação e tudo isso mas a mesma música, cantada pelo Nelson Cavaquinho, que a escreveu e a quem doeu, é uma outra coisa.
(e ainda foi com Minha Festa, de bónus)

Então,
nem sempre a perfeição interessa.
nem todos os dias precisamos que o que entra seja cristalinamente mostrado.
às vezes é a verdade.
às vezes de onde veio interessa muito.

Só que não pode ser sempre porque as depressões devem alimentar-se de merdas deste tipo.

Thursday, July 09, 2015

Um Buraco Onde Já Andei Metido

Estava à ver um debate na RTP e aconteceu, com dois dos intervenientes, algo a que me expunha com alguma facilidade quando era mas...bem, burro.

Estava o Vitór Bento a dizer que a Grécia precisava de aumentar as exportações para melhorar a situação quando o Carlos Daniel lhe diz que é difícil porque só corresponde a 5%.
Resposta: Não é nada! Em bens anda nos 12% e se incluirmos o turismo ronda os 25%.
Pois...o Carlos Daniel acha muitas vezes que sabe cenas porque ninguém contradiz...apanhou duro.

O Freitas do Amaral andou pelo mesmo.
Estava a dizer que a Grécia respeitava a regra do deficit primário e o mesmo Bento disse-lhe que não, com números e datas.
Freitas: agradecia que não me interrompesse!
Pois, problema parecido com o do Carlos Daniel.

Também já fui disto, de chutar cenas porque achava que sim e desinteressado dos factos.
Deixei-me disso quando apanhei e não gostei mas hoje talvez fosse diferente; hoje parece que cada um pode ter a sua opinião independentemente da realidade e habituam-se a isso. Pior! Ficam em choque quando o pessoal se atreve a mostrar que estão enganados.
É fixe ter opiniões mas é mais fixe saber coisas.

De vez em quando há um careca que nos fode.


(por uma questão de tempo e outra de paciência, resumirei)

- Ganhei 5 kgs desde o ano passado....
- 5 kgs... perdi mais do dobro disso em mês e meio, 5 kgs não é nada!
- Ah mas eu sinto-me mal...
- Oh, não vale a pena. Não vejo nada a mais, em termos de peso.
(esta sequência toda com um sorriso de escárnio que me é característico)

- O que eu acho graça é que me ande a massacrar constantemente com pão de sementes e fiambre de perú e sei lá mais o quê e depois quem anda a enfardar - ou a queixar-se de enfardar - não sou eu!
- Mas eu faço isso... ok, eu vou dizer o que acontece na realidade...
- Não é preciso, não é um interrogatório.
- ...é que eu chego cedo a casa mas...ahm...o...o meu parceiro (que era namorado da segunda vez que me viu e que não existiu no dia em que me quis sem camisa, passou a parceiro, o que é um sonho) chega mais tarde e eu vou comendo e comendo...
- Acho que não tem com o que se preocupar e mulheres de dieta são chatas. Jantar com mulheres grilo, que só querem alface, ninguém merece! Ah, e eu perdi X kgs e perdi-os porque tenho (cenas) como sabe. Não valeu a pena.
- Ah, mas ainda tem para perder!
- Já não me chamava gordo há coisa de 1 mês, acho...
- Não era isso que queria dizer... acho que está óptimo (e nesta altura comprovou-se que gente muito morena também fica visivelmente vermelha).

Pareço ouvir: Ah, K, por que não avanças para a matança?
Primeiro, como já disse, porque não quero confusões onde tenho de ir muito mais vezes do que desejaria e segundo porque não poderia perder a diversão que esta situação me dá.

e não devo alumiar mais, hoje


...porque é de manhã e alumia duas vezes


Wednesday, July 08, 2015

Como sempre, os problemas da humanidade são perenes e constantemente os mesmos.
Pode o andar dos tempos alterar o cheiro e a forma as o cerne não muda. É por isso que há filmes que são sempre um sucesso e maravilhosos independentemente da época em que são vistos ou feitos (o Ditador do Chaplin, para dar um exemplo que poderia ser muitas vezes replicado).

Porque passo pouco tempo sem reconduzir a música e, mais concretamente, Samba, aqui fica o motivo principal da snobeira para com esta forma de arte (talvez a melhor).
Sem mais:


...ok, com mais alguma coisa.
Este não é um caso em que a letra possa ser retirada sem se perder o sentido e muito menos um caso em que a letra prejudica a música (a Rosa do Pixinguinha é um destes últimos casos), daí que o seguinte não tem outro fito que não o de ser apenas muito fixe, o que nunca é pouco:


Tuesday, July 07, 2015

Haveria algo de relevante para escrever, hoje.
A Grécia e o Não; o Varoufakis e o pretenso desprendimento; a nova costela grega do Costa; o Trump presidencialista; o fim da bandeira confederada; o Casillas no Porto; a SPDE e os seus elementos...enfim coisas relevantes que, agora, não me interessam.

A minha tendência para me sentir contente é baixa mas para feliz é virtualmente inexistente. Não é dramatismo nem fatalismo, é o que é.
Culpo, algumas vezes, ter um neurónio a mais. Culpo, outras vezes, a inevitável finitude e na tempestade que sucede à bonança.
Adianta ficar mais do que um bocado contente quando tristeza não tem fim mas felicidade sim?

Estou quase feliz e se calhar nem é quase, por isso sa foda a actualidade e a política internacional.
Não sei como vou acordar amanhã, o que nem é metafórico, por acaso, e acredito que os eventos ainda estarão por lá.

E agora, uma versão de uma velha conhecida que nunca me cansa quando devidamente tocada.





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Monday, July 06, 2015

o Cão Pequeno

É conhecida a minha teoria quanto a cães grandes e pequenos e é também conhecido que me composto como cão grande porque é o que acho que sou, ainda que possa ser discutível.

Então, 
Estava mais doente que o previsto e tive de ir ao hospital numa fase em que já não conseguia falar e queimava de febre.
No caminho, estava em tal estado de irritação que provoquei, deliberadamente,  dois gajos. Um porque estava a atravessar a rua com vermelho para os peões e outro porque estava a ocupar mais passeio do que devia.
Por sorte, nenhum dos dois mordeu e evitou-se uma estupidez de que me iria arrepender amargamente...e porque não conseguia falar, a coisa não seria em palavras.

Porquê?
Porque estava a sentir-me muito fraco e isso levou-me a ser um cão pequeno.

Saturday, July 04, 2015

E é também por isto que tenho as mulheres em melhor estima que os homens:
Estou doente, de garganta e cabeça a tinir. Grave? Não me parece mas quem me vê ou ouve pensa que é terminal.

Se tivéssemos de parir, a humanidade extinguia-se!

Wednesday, July 01, 2015

Quando era mais miúdo tinha asco a ser previsível, chateava-me muito e isso foi uma das coisas que mudou. Hoje, prefiro que saibam o que esperar de mim e prefiro ainda mais controlar essa expectativa. 

Por isso, porque quero ser previsível mas não gosto de surpresas, estou aqui e optei por ser previsível.

Não gosto de ser apanhado na curva.
Não gosto de surpresas.
Não gosto que vejam o que não me apetece.

Podia estar muito irritado mas não estou...e isto acontece porque não me quero esconder. Só não estou habituado e não me apraz alterarem-me as rotinas.
Gosto do original mas gente evoluída apenas tenderá a gostar disto assim