Monday, February 29, 2016

Não me Divorciei, Só Ando um Bocado Menos Fixado


Saturday, February 27, 2016

O Sol Nascerá III (The End) e Um Provável Chacete

Há mais para dizer porque a história não acabou mas quando comecei esta paneleirice em partes tinha III em mente e não sabia se as iria escrever. Obviamente, vou.

A AMIGA

Conheci a amiga dela mais ou menos ao mesmo tempo que a ela.
Naquela altura, a Amiga tinha acabado um relacionamento há coisa de 1 ano (acho...) e andava um bocado perdida, como acontece quando acabam relacionamentos longos, especialmente quando não se quer que acabem.
Então, andou metida com um ou outro gajo pouco recomendáveis e houve um momento - quando ainda não sabia o que se passava entre mim e a minha primeira - em que me agarrou pelo pescoço e enterrou-me a língua. Chateou-me porque ela era (e é) muito boa mas aquilo não teria como acabar bem para mim.
Em condições normais, teria rotulado o comportamento dela como de pêga mas não o fiz e não o faço porque é coisa que não é. Estava à toa... (é um dos casos em que se comportou como uma sem o ser).

Depois, conheceu um gajo por quem se terá apaixonado e começou a namorar com ele tendo, depois, casado.
Ora, porque eu e a minha primeira ardemos e não mantenho contacto, ela ficou com a Amiga nas partilhas, pelo que eu estava lá quando o relacionamento começou mas já não quando o casamento se deu nem depois. Perdi o rasto a tudo.

(Enquadramento temporal: correndo o risco de me enganar, ela tinha acabado com o gajo que falei primeiro há 16 anos - contando o fim como hoje - e, sem risco de me enganar porque me foi dito expressamente, já não nos víamos desde 2009 e, pelos vistos, foi curto porque era S. João e eu estava ocupado)

Fast Forward para há, talvez, 4 anos atrás:
Durante as minhas caminhadas, cruzei-me numa manhã de sábado com o minha ex e os sobrinhos dela. Dissemos olá e ela perguntou-me se não queria ir dar uma volta ao (insert nome de cena). Respondi que sim, não ia fazer nada senão caminhar, e lá fomos.

Neste encontro - vamos focar-nos na Amiga - soube que ela tinha voltado para o gajo com quem tinha terminado quando vos contei.
O que aconteceu?
10 anos (por favor, não se agarrem a datas...sou mau) depois de se terem separado o gajo esteve Às portas da morte com uma merda que desconheço e ela foi visitá-lo.
Nessa altura, ela estava casada e ele quase... foi tudo com o caralho.
Ardeu tudo à volta e, agora, têm 2 filhos (ela continua boa, o que me dói um bocado...)

Fast Forward para Quarta-Feira Passada
Já por aqui passou a reacção a Terça da minha ex mas, como previsto, não foi a única...
Então,
a Amiga disse que foi muito bom ver-me e tal, que eu estava óptimo (sempre foste lindo - o que nunca fui - mas agora estás tão elegante... - coisa que também não estou), se a J era minha amiga ou algo mais e por aí fora.

Depois, parou de perder tempo:
E então? Se não estás com a J, estás com alguém?
- Nop. Continuo a voar sozinho...
Oh K...tenho tanta pena...
- Não tenhas! Nunca me safei mal e agora ainda me safo menos mal!
Não estou a falar de curtes... Foi uma pena...
(percebi para onde isto ia e interrompi a sequência para o que, nela, mais me interessava)
- L, a L contou-me a tua história com o T. Dás esperança ao Mundo!
Pois...tu sabes que eu sempre fui apaixonada por ele... Foi muito duro com o F mas...
- ...mas para que irias ficar se tinhas de ir?
É isso mesmo. Não valia a pena. Ele, agora, também tem dois filhos.
- Cool, L. Fico muito contente.
Tinha de ser K, é a minha alma gémea, não tenho dúvidas.
(tudo que disse é verdade, é mesmo uma esperança para o Mundo este tipo de histórias mas o meu cinismo/realismo não se esgota!)
- Sim, deve mesmo ser. Correu bem, até ver!
(e ela fodeu-me!)
Pois é, nunca se sabe o amanhã mas além de ter a certeza que ele é a minha alma gémea, mesmo que tudo corra mal amanhã não me arrependo. Já valeu a pena. O que estaria eu a fazer?!

Pois...esta ideia de que vale sempre a pena viver é muito acarinhada nas minhas veias mas a minha cabeça não permite este tipo de eventualidade. Quer dizer, eu sei que tudo pode correr mal mas se eu à partida achar que vai correr mal já não vale a pena.

Fui cínico.
Fui tosquiar e saí tosquiado.

Mas! Esta história é, de facto, tudo o que interessa no Mundo; agora, em 1.000 tentativas quantas serão bem sucedidas? E quanto custará quando não forem?
Ela cagou e decidiu, sem hesitar, pagar para ver.
Aplaudo em pé.
Admiro todas as pessoas que fazem o que me sinto incapaz de fazer, seja fechar correctamente um envelope seja abrir-se ao desconhecido.

Ok. Chacete!

Para tentar explicar um pondo de vista, disse isto a um gajo:
Sabes o pessoal que jejua para atingir um determinado fim? Ok. Se estes gajos forem honestos e os quiseres seguir não é o jejum que interessa, é quereres jejuar. No fundo, jejuar ou não jejuar é igual.
É óbvio que deves experimentar jejuar para ver se tem o mesmo efeito que no gajo que jejua mas, no fundo, ele quer jejuar porque funciona para ele e tu podes não querer jejuar porque funciona para ti.
Jejuar e não jejuar é igual.

Não percebeu e é comum não se perceber...

Se pretendermos o bem de alguém não lhe devemos impor comportamentos mas também não devemos aceitar que não vejam os seus comportamentos.
Por exemplo: o meu irmão disse-me uma vez que não gostava de Bossa. Ok, respondi, mas nem sequer da Chega de Saudade nem do Desafinado?
Não sabia o que era, o que não é aceitável.

Então, sentei-o e chapei-lhe com meia hora de Bossa.
Ouviu tudo e disse: Pois, não é a minha cena.
Tudo bem. Não percebo como se pode não gostar de Bossa mas desde que se conheça, cada um é cada qual. Não tens de gostar. Não estou a vender nada. Não quero impingir mas não aceito ignorância.

Recusar-se o que se desconhece não serve.

O que acontece é que porque a maioria está investida em convencer e não em dar a conhecer, a diferença entre uma coisa e outra perdeu-se.
A gaja que, há uns tempos, me disse que não tinha química comigo nunca seria um problema se não tivesse continuado com porque não disparo em várias direcções. Não. Não tem nada que ver. Não sentir química com alguém porque não é satisfatório e suficiente mas completar com uma explicação parva já não é.
Tenho a certeza que a gaja ficou a pensar que eu a estava a tentar convencer que queria alguma coisa comigo (e queria) mas para lhe provar o contrário, quando pôs os lábios a 2 centímetros da minha boca, de olhos fechados, não completei o serviço: Não sentes química, não sentes química. Tudo certo.
Quando me foi levar a casa, voltou a insistir no assunto e disse-lhe: Olha, é óbvio que estás atraída por mim mas isso não faz diferença desde a altura em que dizes que não. Não queres, não há. Mesmo que estejas enganada. Não te quero convencer de nada. E fui-me embora.

E este é um paradoxo ridículo: o que as pessoas querem mesmo é serem convencidas, mesmo que com mentiras. Querem ser guiadas, Querem uma bengala. Querem um paizinho. Querem ser desresponsabilizadas das suas opções e preferem poder dizer fui enganada!.

Não e não.
Não.
Não.

Olhos abertos!
Não tens de aceitar. Não tens de querer.
Tens de saber o que recusas. Tens de saber o que não queres.

Friday, February 26, 2016

O Sol Nascerá II (É pouco comum esta continuidade mas como nada que me apeteça aconteceu no entretanto)

Apesar de parecer uma ideia demasiado etérea ela não é difícil de entender: tudo existe com base no seu oposto.
Não existira felicidade sem infelicidade nem dor sem prazer.
Se tudo fosse felicidade não existiria felicidade e se tudo fosse dor não existiria prazer, não haveria, sequer, a necessidade de conceitos. 
É a existência dos paradoxos que nos impedem de ser completamente lineares e é a sua existência, também, que fomentam os conflitos internos por que todos passamos mas que nem sempre revelamos; uns por falta de necessidade de mostrar (como eu) e outros por vergonha de os ter.

De vez em quando dão-se casos que demonstram numa mesma frase o conflito, ou seja, uma única frase e o seu contexto demonstram os dois lados de uma mesma moeda; uma única frase explica o porquê e o por que não.

Então,
no seguimento do encontro descrito no post que precede, era mais ou menos óbvio que a coisa não morreria ali. Não quero com isto dizer que haveria desenvolvimentos significativos - não houve - mas...assim não ficaria.
O nervosismo que descrevi revelava uma coisa que, para mim, era óbvia: quem se envolve de uma determinada maneira num determinado momento não consegue passar a falar do tempo nunca e foi isso que aconteceu; a superficialidade não se recupera depois de se mergulhar suficientemente profundo.

A Frase (recebida por E-mail no dia seguinte - que foi ontem - é uma no meio de muitas mas não é descontextualizada)
Sabes que estás no meu coração. Nunca me dediquei tanto e me dedicaram tanto amor...e isso marca..

Isto não foi provocado por mim. O verbo em questão foi usado mais vezes e foram ditas mais coisas mas, para o caso, interessam menos.
O que interessa é isto: esta frase condensa o que mais quero e o que mais temo.

Por um lado, como é evidente, não me esqueceu apesar de terem passado mais de 10 anos e, além de não me ter esquecido, ainda sou o tecto do Mundo. Não me serve outra coisa e não quero outra coisa. 
Por ter tido (ou ainda ter, em abstracto, não sei) isto não sou nem nunca fui amargo pelo caminho que a minha vida levou e leva. Com o acumular da experiência fui constatando o que sempre me pareceu e que é ser mais raro ter-se isto do que ter-se o que eu não tenho....e eu tive ou tenho mais do que uma vez.
Só assim faz sentido; só assim quero; só assim aceito.
Como me poderia contentar com menos do que tudo? Como poderia andar a molhar os pés quando posso estar completamente imerso? Sim, dá mais trabalho mas eu não sou avesso ao esforço.

Quem é ou foi amado assim não pode nem deve ser amargo. Eu não sou.

Por outro lado, o que a frase revela é que com quem quer que se tenha casado só se casou pela metade e esse quem quer que seja posso ser eu e podem ser vocês e isso não é, para mim, aceitável. Faço e fiz o que posso e o que pude para nunca ter essa dúvida porque não consigo viver com ela mas, em modo 100% honesto, é um bocado como garantir que nunca se foi corno: quem o pode fazer?

O problema é que o gajo em questão é um entre uma imensa multidão. É um entre o que acredito ser a maioria. Para quase todo o lado onde olho (de cabeça, identifico 3 eventuais excepções) o que se passa é o mesmo que se passa com ele; não é esquisito, é vulgar, apesar de se querer pensar de outra forma.

E o que piora tudo é que ela (e muitas outras) não é uma pêga ou uma aproveitadora ou uma pessoa de índole duvidosa, ela não é nada disso. Ela é boa pessoa, muito boa pessoa. Ela é comum nesta actuação, ela aceitou o menos porque foi o que deu para fazer.
Não pensem que vou criticar, não vou mesmo! Para felicidade dela e de muitas outras pessoas ser um bocado menos feliz - sim, assumirei que são felizes por uma questão argumentativa e por aceitar que não são todos como eu - é aceitável
Para mim não é aceitável.
Soma zero: tudo ou nada.

....e as forças que não se explicam:
Pode parecer um péssimo momento para ter sido exposto a isto uma outra vez mas não foi. No meio da tempestade é bom haver um período de acalmia que não nos deixe esquecer que também a tempestade passará.
É bom ser lembrado ou relembrado que há motivos para se ser como se é e para se querer o que se quer. 
É bom esfregarem-nos na cara que não sonhámos com coisas, é bom esfregarem-nos na cara que elas existem.

...e também isto é bom porque me deixa um bocado mais contente comigo: era muito fácil eu alimentar este sonho de tempos passados e criar problemas onde eles não existem quando estou ausente; era fácil alimentar ainda mais o meu ego à custa da ideia romântica dela que as coisas ainda se podem arrumar
Não fiz nada disso.
Eu gosto dela. Eu gosto de todas as mulheres que partilharam mais de um mês comigo mas não como deveria gostar para pensar em reavivar. Há coisas que não têm volta.
Eu e ela não vamos voltar a acontecer, então calei-me e não disse mais nada depois de ter percebido para onde isto ia.

É por causa dela e de mais uma ou duas ou três que não posso ser uma pessoa amarga.
Alguém de quem gostam ou gostaram como gostam ou gostaram de mim não tem o direito de se sentir injustiçado.

Só para terminar, porque não quero que pareça o que não é:
Eu não sou feliz porque perdi as pessoas que tanto gostaram de mim, preferia não as ter perdido.
O que não preferiria era não ter tido tudo isto à custa de menos.


Tuesday, February 23, 2016

O Sol Nascerá!

Não tenho um osso de new age nem de místico no meu corpo, ou pelo menos é o que acho...
Falar de energias e karma dá-me um bocado de náuseas, pelo que evitarei os termos mas, nesta altura em que escrevo, sinto-me como aqueles gajos que chamavam e chamam milagres ao que não tinha ou ainda não tem explicação científica.

Os dias e as alturas nem sempre são boas mas tenho muitas dificuldades em reconhecê-lo porque me faz sentir uma vítima que não sou e as mais das vezes as coisas correm mal por motivos que são perfeitamente visíveis mas que ignoramos e, pior dos piores, por motivos perfeitamente visíveis e que optamos por ignorar.
Ora, apesar de não o reconhecer, quem já me viu nu tem mais facilidade em ver que estou com o céu mais nublado que o costume e, para essas mesmas pessoas e pelos mesmos motivos, tenho menos vontade de o esconder; quem já me viu vulnerável faz-me menos confusão que veja novamente.

- Foda-se, que queres? Foi agorinha. Podes dar-me um par de horas?!
- Ai, K... é o karma, meu filho! Sofre! (isto parece agressivo mas é uma tentativa de me fazer rir, o que aconteceu)
- Pá. Posso ter um desgosto por uns momentos? Dá?!
- Se dá? Então não dá! Podes apaneleirar o tempo que quiseres. Olha, o meu maior desgosto foste tu e, ainda assim, aqui estou. Pelos vistos, não me passou! 
(vejam como sou mesquinho: não desejo nem nunca desejei ser o desgosto de ninguém mas, só para não haver mal entendidos, se é para ser que seja o maior!)

Umas horas depois, ligam-me para ir ver um filme nomeado para os Oscares.
Ok, disse e pendei não é má ideia um gajo distrair-se...
Na mesma altura, lembrei-me que se passa uma cena às terças à noite que ando a querer fazer há muito tempo mas que tenho evitado porque beber no início da semana e dormir pouco - não interessa quanto bebo nem quanto durmo...dá-me cabo da semana - , mas como ia estar na rua e ia, aproveitava e checava o que se passava.
Porque não quero mal-entendidos: ia lavar-me em porcas!

E agora, a descida pela toca do Coelho:

O filme não tinha sido nomeado para os Oscares agora mas em 1994;
O filme era Macedónio e falado, suponho, não posso jurar, em macedónio e albanês.
Resumo: Terça-feira à noite, um filme Macedónio.

Quando entrei na sala, dei conta que lá estava a minha primeira Ex e a melhor amiga dela, gente com quem me dou muito bem e de quem gosto mas como o meu ânimo não estava como deveria estar fingi não ter visto e segui para o meu lugar.
Segundos depois, a amiga dela (que já não via há, seguramente, 10 anos e cuja história hei-de contar porque vale a pena) veio ter comigo e fez a festa que contava que iria fazer, causando algum desconforto a quem estava comigo. Já viste quem está comigo, K? e eu olhei para trás e fingi-me surpreendido (não vai há muito que falei com ela mas vê-la deve ter uns 2 anos). 
Fui dar duas de letra e ela (a Ex) ficou muito nervosa, como é mais ou menos costume.
E o filme ia começar: Falamos mais depois.

Terminado o filme, fui lá despedir-me (e perguntar pelos Pais dela, tinha-me esquecido e pesava-me na consciência) e a amiga pediu-me o número para não perdermos o contacto outra vez. Ditei-o e ela perdeu-se a meio do caminho tendo o resto sido ditado pela minha Ex.
Ainda sabes o número de cor? perguntou-lhe a amiga e ela não respondeu.

Saí de lá contente e não me fui lavar em porcas, o que a minha semana agradece.
Poder-se-á pensar que o meu ego já tinha sido massajado o suficiente, por um dia e talvez seja mesmo isso.
Na minha cabeça, contudo, o que se passou foi mais isto:
Poderia tornar-me daqueles gajos ridículos e amargos que fingem não querer o que não têm. Poderia vir para cá ou para outro lado dizer que o que prefiro é estar sozinho porque as pessoas são umas bestas (o que até seria corroborado pelo nervosismo de alguém casado e com filhos).
Não o farei. Não seria verdade.
A verdade é esta: não prefiro estar nem ficar sozinho mas não terei companhia a qualquer custo. Imaginar a mediocridade é-me infinitamente mais doloroso do que a solidão.

Confirmo que o resultado não é bom, as evidências revelam-nos mas o que acontece e quando acontece é extraordinário. Sou o maior desgosto de uma, outra disse (espero que tenha sido só dizer) que me queria matar, outra não consegue não ficar com borboletas no estômago sempre que me vê e também não o consegue disfarçar e outra está apaixonada há 20 anos...
Isto que descrevo não me infla o ego por ter gente que assim reage ou reagiu comigo. Quero o melhor para elas e, obviamente, o melhor não sou nem fui eu.

...e é muito reconfortante: às vezes duvidamos do que fazemos e em momentos desagradáveis sentimos que tudo que se fez foi mal feito e que deveríamos ter sido outros a fazer outras coisas...
Eu não fui feito para me dar bem com o normal e ter o normal não é um preço que pretenda pagar.


Monday, February 22, 2016

Há Sempre um Vendedor?

É uma questão engraçada.

Eu sinto-me vencedor quando tenho razão mas, às vezes, é algo como um dos gajos de hiroshima ter avisado os conterrâneos: olhem lá, amanhã vão foder-nos com uma ogiva e depois de levar com ela - ponderando a existência de fantasmas -, ele diz tão a ver?! Burros da merda!

Mas, bem vistas as coisas, ele sabia que a ogiva ia cair, tinha razão mas não se foi embora.
Ganhou?
Gosto de pensar que sim ainda que a utilidade seja diminuta, a haver utilidade nesta vitória.

Outra coisa que poderia ter parecida com o gajo de Hiroshima, partindo do princípio que ele também ultrapassaria a idiotice de se contentar em ter razão, seria que perceberia que nada de bom viria da vitória além do afagar de ego (é parecido com a anterior mas não é bem igual).

Vamos, por um momento, pensar que o gajo de Hiroshima, por acaso, tinha sido forçado a sair lá da terra mas não queria; afinal, ele previu que a bomba ia cair mas a bomba só cai quando cai e ele, como todos os seres, pondera a dúvida.
Então, enquanto comprava porcas na cidade ao lado, a bomba cai e ele já lá não estava.
Cool! Com razão e vivo!

A chatice é que com a bomba tombaram todas as pessoas que ele conhecia e de quem gostava. Ao menos ele estava vivo e isso já não é mau de todo!
A vitória e a sobrevivência, de súbito, não pareceram assim tão fixes.

Percebem o que quero dizer?
Nem sempre há um vencedor mesmo quando há quem perca mais.

O gajo de Hiroshima há-de ficar contente mas não se sabe quando, não é?

Vai Parecer Mentira...

Há uma piada recorrente quanto à sexualidade de dois gajos que conheço, sendo que só um deles é meu amigo. É mesmo só uma piada (acho) mas tem sempre graça.
Este fim-de-semana, tive um jantar que incluiu uma gaja que conhece os dois e, como de costume, a piada saiu.
Foi esquisito que a piada tivesse doído mas isso apenas instigou a coisa.

Agora...a parte que parece mentira:
eu já tinha largado a história mas ela carregou. Então, bora a torna a coisa o mais credível possível.
Descobriu-se que ela está interessada num dos dois, algo inesperado e não planeado...e comeu completamente a mentira óbvia que estávamos a contar...mentira que só parámos quando ela verteu lágrima.

Reparem: ela desboncrou-se toda e, pelos visto, à data, o mais longe que chegou foi tomar café com o gajo em questão, desde Dezembro.
Foi então que a estupidez dela ao acreditar na história inventada me fez acender as luzes todas de problemas bem mais profundos.

(a partir daqui, passa a ser credível a história e confiem que o que contei antes não faz justiça ao ocorrido por falta de paciência em contar com maior afinco)

Então,
divorciou, pelos visto, há dois anos mas não aprendeu nada com isso.
Toda a conversa dela (de forma inconsciente...ela nem ouvia o que dizia mesmo depois de ter sido alertada  e só a alertei porque já tinha mais cerveja do que o que devia) andava à volta do quando conhecer alguém e estive fechada durante dois anos e agora que decidi abrir a porta acontece-me isto (a eventual homossexualidade do gajo) e o que me havia de acontecer...

...escapa-lhe, como a muitos, que a melhor maneira de não encontrar é procurar.
Tentei dizer-lhe que os 2 supostos anos de clausura pelos quais passou só o foram porque não aconteceu outra coisa;
Tentei dizer-lhe que depois desses dois anos de suposta clausura pelos quais tenha passado não vão fazer com que aconteça o que não aconteceu no entretanto.
...ela não percebe isto...

Depois (para entenderem a paranóia), porque passou grande parte da noite a tocar-me, algo que deu motivo a que recebesse SMS´s no entretanto perguntando que se passa?, começou a falar de química...
Perguntei-lhe se estava a falar de química comigo e ela disse que não, que não tinha química comigo porque...tinha química com ou tal gajo e não era de disparar para todos os lados.
Oh, B...tu és solteira e ainda nem sequer te enrolaste com o gajo. Como podes pensar ou dizer que não sentes química porque tens a atenção focada noutro lado? Não tens de sentir química nenhuma comigo e isso não tem nada de mal...o que não faz sentido é dizeres que não sentes química porque a sentirás por outro gajo com quem lanchaste... e só para que conste, química que dura desde Dezembro e que, até agora, deu direito a lanche não é química.

Percebem?
Desespero não é sexy e ela está desesperada, daí que só sentisse química pela pernas dela.

...se calhar ainda conto o resto, noutra altura, mas para já está de bom tamanho.

Saturday, February 20, 2016

Bingo!

Há uma razão pela qual a astrologia continua a manter a sua importância: a grande satisfação que proporciona aos seres humanos a ideia de que o universo se interessa por eles, a ideia se que até as estrelas mais distantes fazem alguma coisa por eles, a ideia de que não são pessoas vulgares, a ideia de que marcam uma diferença.

Osho

Para Quem Tenha Pensado: "Eh, Pá...A Cena da Namíbia Foi Muito Específica!"


...pois foi.

Diversos...

DEVAGAR?

Não tenho a certeza que seja uma ideia generalizada mas não é pouco comum e vai-se agudizando à medida que se corre para a frente na faixa etária.
A ideia, neste caso em concreto, é que talvez seja melhor ir conhecendo e ir apaixonando (?), ou seja, conhecemos alguém, vamos conhecendo melhor e melhor e melhor e, a dada altura, pensamos é mesmo isto! Bora passar à próxima fase e sermos um casal!

Racionalmente, nada tenho a apontar. É uma construção lógica. É muito importante e, talvez, determinante a compatibilidade para se pensar no longo curso.
A realidade, contudo, fode isto tudo (felizmente!, digo-o sem reservas).

Não percebo e nunca vi alguém ir-se apaixonando. Já ouvi dizer que aconteceu, já me disseram que lhes aconteceu mas nunca correspondeu à verdade e nunca foi devidamente comprovado (para que fique claro, ninguém me disse que se foi apaixonando porque se sai da boca qualquer pessoa entende a estupidez que acaba de dizer, daí sair em eufemismos).
Há um escritor cujo nome não me recordo que disse qualquer coisa como mas há amor que não seja à primeira vista?!, o que me custa replicar porque tenho dificuldades com o verbo mas...reduzindo a paixão não sei se estará errado.

Concebo, por exemplo, que alguém se aperceba que está apaixonado depois de o estar (culpado) mas fico sempre com a impressão que o sentimento recua muito tempo ainda que não tenha a certeza de ter sido quando bateu os olhos a primeira vez - ainda que os meus olhos mereçam que se apaixonem por eles à primeira.
Não sei se há tempo que faça nascer o toque da pele que se quer sentir. Não sei se há tempo que faça nascer a vontade constante de se estar a tocar na outra pessoa (sei sei, não há!).

Prático:
Uma vez caí numa esparrela deste tipo.
Havia (há?!) uma mulher que gostava muito de mim e pensei foda-se, se ela gosta assim tanto de mim eu também devo gostar dela... e embarquei, mais ou menos, na coisa.
Devia gostar dela, não havia motivo nenhum para que tal não acontecesse. Éramos muito compatíveis e, no papel, ela era tudo o que eu queria e isto sem qualquer exagero: Tudo!
Não resultou e eu quis mesmo que resultasse, foi a primeira e última vez que tal me aconteceu.

O tempo não me fez apaixonar. Não acredito que alguma vez o faça.
Adoro a racionalidade e a ordem mas desisti dela para determinados aspectos porque não é racional que se queira, à força, gostar de alguém mas já é racional deixar-se este sentimento para segundo plano e procurar companhia, apenas.

...eu tenho toda a companhia de que preciso, não quero mais.

AMADO OU TEMIDO

Este é um assunto milenar.
Hoje em dia, momento de abraçadores de árvores e de cada um é cada qual, pelo que ninguém pertence a ninguém será difícil ouvir-se que se prefere ser temido.
Também não o ouvirão dos meus dedos, sendo certo que não tenho qualquer problema com as vacas que me dão os bifes.

A pergunta, quando a ouço, é sujeita a variações e nada tem de absoluta.
Para mim, a coisa funciona nesta base: depende do apreço e do que quero da pessoa em questão.

Dá menos trabalho ser temido do que ser amado e isto muito por causa da natureza egoísta da humanidade.
Imaginem este cenário:
Eu quero que alguém venha cá, de imediato!
Se a pessoa souber que se não vier vai apanhar na tromba assim que a vir, tenderá a aparecer;
Se a pessoa souber que se não vier me vai ferir os sentimentos, tenderá a vacilar.

Então,
o elemento de vontade (amado) é fundamental para mim quando estamos a falar de gente de quem gosto e cujo bem-estar prezo. Pessoas que quero mesmo perto de mim porque gosto delas, não falamos de conhecidos, falamos de amigos mesmo.
o elemento de preservação (medo) chega-me a maioria das vezes, quer porque é muito mais eficaz ao atingir a saúde do próprio quer porque não estou particularmente interessado em que goste de estar perto de mim ou não.

Isto parece um bocado maquiavélico e pode até ser mas se pensarmos, por exemplo, nos cães, eles aprendem muito mais depressa com os encorajamentos negativos do que com os positivos. Eu sei, eu sei, é cruel e não estou a instigar o choque eléctrico, só digo que é mais eficaz.
Nunca ouviram a expressão quem bate esquece por oposição a quem apanha? Pois, é a mesma coisa.

Lembrei-me disto porque me disseram que torno óbvio, sem falar, quando não pretendo a companhia de alguém (estamos a falar de algo estéril como ir tomar um café de 10 minutos), coisa que me agrada; não é que faça deliberadamente por isso mas faria.
As pessoas que sentem isto sentem que não são bem-vindas e devem senti-lo, coisa que evita que me chateie. Não sentem que me vão ferir os sentimentos ao ir, sentem que não terão - elas! - uns 10 minutos agradáveis.

Enfim...para mim, a questão não é tanto aplicada à generalidade mas à particularidade.
Há pessoas que prefiro que me temam e outra que prefiro que me amem.
Esta frase que acabei de escrever reforça a minha ideia original, por acaso: é manifestamente mais fácil fazer com que tenham medo do que fazer com que gostem de nós.

POLITICAMENTE CORRECTO

Não sofro muito com isto de ser politicamente correcto, acho uma perda de tempo mas....
Há uns dias, estava a ouvir alguém falar do fim da vida do avô e aquilo doía enquanto falava disso, doeu-lhe e doeu-me...

Perdi o meu avô há algum tempo e nem sequer era um avô distante, acompanhou-me a vida toda e durante quase todo o percurso só tive razões para lhe estar grato. A coisa azedou um bocado a partir de determinado momento mas nada de especialmente grava; aconteceu o que acontece a toda a gente quando descobre que pessoas que admiram não são perfeitas, coisa que espero que também em aconteça.
Volta e meia, a minha avó sente saudades do meu avô e pergunta-me se me costumo lembrar dele e esta pergunta mata-me: a resposta não é não mas seria raramente.

A minha cabeça diz-me que depois do pessoal morrer não há o que fazer. Não vale a pena levar flores, não vale a pena elogiar na ausência, não vale a pena ficarmos a pensar e a sofrer com a inevitabilidade de um assunto encerrado.
A minha consciência diz-me que devo ser um animal sem sentimentos e diz-me isto por causa do que vejo à minha volta...e sinto-me mal quando exposto a isto.

A génese da minha racionalidade é esta: o sentimento de gostar não deve ser egoísta, tanto de quem parte como de quem fica.
Não deve, quem parte, desejar que se estacione a vida porque uma outra terminou.
Não deve, quem fica, desejar o sofrimento alheio à custa de um sofrimento que pode ser alheio só para poder olhar para o sofredor durante mais tempo.
....mas, ainda assim, dói-me.

Coloquei aqui um gajo que concretizou o meu sonho fúnebre: um bar, samba, cerveja e, não constava lá mas confabularei, gajas boas e tudo a malhar-se.
Acontece que o meu sonho fúnebre não é esse, o que queria mesmo é que me mandassem para uma vala e sa foda. Pegassem no dinheiro do funeral e fossem para a Namíbia ver o deserto acabar no mar. Era isso que queria. Vão. Curtam. Não podem fazer mais nada por mim.

Gostava, também, que nos momentos - a acontecerem, caso não seja uma cena fulminante que também preferia - em que a cena estivesse a escurecer me mostrassem animação como a Morsa a matar-se (que pus aqui) ou a versão do Emigrante pelo Bruno Nogueira a perguntar se o gajo tinha ficado impecável para, depois, ouvir, morreu (vou pôr aqui) ou fotos de pretas podres de boas ou a minha mulher (a haver...) dizer-me que mais magro fico mais giro e que nem nestes momentos páro de pensar em pretas ou o meu filho (a haver...) dizer que tinha mandado o chefe (a tê-lo...) pó caralho.
Alegria.
...e se puder insultar um idiota, também gostava...

E agora:

Friday, February 19, 2016

Coisas Com Graça (vou aproveitar antes que azede)

I Demasiado Fresco

Não é segredo que gosto de andar cansado, não demasiado mas na medida certa porque entorpece o meu cérebro o que é uma coisa mais que boa.
Não estou sozinho.

Normalmente, às sextas estou um bocado cansado/ressacado e hoje não é o caso por mais do que um motivo.
Ontem não foste para a taina, pois não? perguntaram-me porque...não estou meio apagado.
Não foi dito por mal porque quem gosta que eu esteja apagado fica contente para dentro e evita demonstrar porque a melhor maneira de me acender é irritar-me. Foi dito como um desabafo e (é isto que tem graça) já ouvi bem mais do que uma vez de bem mais do que uma pessoa.

Os outros também me preferem um bocado mais cansado porque eu de bateria carregada sou muito rápido e muito inquieto o que apesar de não ofender...cansa.
Não é que não achem graça...é que também os outro preferem um bocadinho menos de K, o que é perfeitamente compreensível.

II Enganei-me...

Esqueci-me da marosca que tenho de fazer todos os dias para ter uma página com gajas boas para me distrair enquanto trabalho e, por isso, hoje estou num site de signos. Naturalmente, só me interessa o meu.

Poder-se-á pensar que é pouco característico um gajo que tenta toda a racionalidade que consegue perder tempo com astrologia mas a verdade é que, como as gajas de bikini que vejo por motivo diferente de ser punheteiro, é uma coisa que me diverte.

A este respeito, então:
 Impaciência
Coisa que aparece em tudo que é descrição do meu signo e, para ilustrar:
- Odeio esperar por elevadores, por exemplo. Eles não demoram assim tanto tempo para chegar mas aqueles momentos parecem a minha vida inteira. Sim, chego a ficar irritado.
- Sou capaz de fazer um desvio de kilómetros para não apanhar trânsito. Poderão pensar que assim procedo para evitar perder tempo mas não é o caso; pode demorar mais tempo e ser mais longe e seja lá o que for, o que me deixa em ponto de bala é ficar parado.

Feliz Coincidência?
Quando fazes um (insert signo) sentir-se a pessoa mais especial que conheces, ele fará tudo o que puder para não se aproveitar disso.

É óbvia a importância que dou a isto e posso dizer que é, provavelmente, a característica que mais aprecio em mim.

III Robbie Williams

Sim, outra meia surpresa: eu gosto muito de Robbie Williams e além da música (que gosto) o que muito aprecio é isto:

Estava a ver um concerto dele na Lituânia (acho) e o gajo pega na guitarra para cantar a Millennium, se bem me recordo. Bem, se não era esta seria uma outra que tenha sido um enorme sucesso.
Então:
o gajo fica sozinho com a guitarra, começa a tocar e a cantar. Momento intimista destinado a ser a Puta da Loucura mas dá-se que o pessoal não cantou tanto como ele esperaria e como teria planeado.
O que fez?
Hmm...esta música não deve ter sido um grande sucesso, por cá. Ok. diz a meio da música e continuou.

Ri-me muito.
Tem onda.

IV No Comments


Wednesday, February 17, 2016

Já Verbalizei Esta Ideia Muitas Vezes e Alguém se Lembrou Primeiro!!!

Coisas Com Graça...

- Fogo...ainda estás vivo?
- Hoje jantas, filho?...

Estas foram as maneiras escolhidas para me receber depois de uma ausência pouco habitual, foi a forma de me dizer que sentiram a minha falta.
Poderão pensar que não foram mais explícitas porque tiveram problemas em admitir mas não foi o caso. O que se passou é que adaptaram as apreciações que queriam fazer e os sentimentos que queriam demonstrar de forma a não me incomodarem.

Não gosto que me controlem nem que me façam perguntas em termos inquisitórios, ainda que responda se perguntado não o farei com alegria e dependendo do meu estado de espírito posso ser, até, um bocado áspero.
Então, porque a única coisa que interessa é se estou bem (que é o que acontece quando se gosta de gente) sacrifica-se a vontade própria em benefício alheio.
Tenho apreço por isso e é por isso que faço o que faço, com gosto, por quem acho merecer.

Isto levanta-me problemas, contudo.
Tenho dificuldade em criar contrariedades, mesmo que necessárias, a quem se preocupa genuinamente comigo, a quem é capaz de ultrapassar a curiosidade e, até, o próprio bem-estar em prol do meu e das minhas coisas e das minhas manias e das minhas idiossincrasias.
Preciso de desculpas para que as minhas vontades superem as dos que me são próximos e se não me exigirem coisas é algo de muito difícil...

...e lembrei-me das exigências que tenho com os outros e de que me disseram que espero dos outros o mesmo que esperaria de mim em circunstâncias idênticas.

Não direi correndo bem mas direi correndo como se quer que corra, a minha ausência poderá ser bem mais prolongada e bem mais dolorosa. E também isto pesa nos meus actos e nos pesos que coloco na balança.
Não tenho interesse em ausentar-me porque a minha ausência doerá. Não gosto de causar sofrimento, então, para mim, isto não é coisa pouca.
Provavelmente por ser egocêntrico, acho que só eu sou capaz de fazer o que faço e de dar o que dou, pelo que tudo gira à minha volta.

Os outros, em circunstâncias idênticas não sentem a obrigação que eu sinto porque raramente se sentem responsáveis como eu me sinto. Não é uma coisa externa, não é uma imposição ou pressão que vem de outro lado e que é colocada sobre mim; é uma coisa interna, uma imposição ou pressão que vem de dentro e, por motivos óbvios, é muito difícil escapar.

Poderia, então, ficar no meio da ponte entre o que quero e o que querem de mim; o que ocorrerá entre uma medida e outra...e fico, só que por pouco tempo.

É aqui que a porca (adoro porcas) torce o rabo quando pensam que quero dos outros o que quero de mim: eu não exijo que façam o que eu faço como eu faço e, para ser absolutamente honesto, nem sequer exijo que façam o que quer que seja mas não me podem exigir que fique para ver.

Percebem o que quero dizer?
Não exijo que se decida à velocidade da luz mas não posso aceitar que não se decida.

Este tipo de conversas acabam, sempre, mais ou menos da mesma maneira quando o interlocutor, que me entende como animal de circo ou selvagem, me descreve todas as nuances e dificuldades que uma decisão acarreta: Ok. Eu entendo tudo isso e acho óptimo que tudo se pondere...mas a solução é qual?
No fim de contas, tem sempre de haver uma solução.


Tuesday, February 16, 2016

Very Cool!


Reality Shows, O Deles É o Nosso!

Sabido como é que os Reality Shows me agradam:
Nos sites da especialidade anda a ser muito comentada a relação da Bernardina e do Tiago (contexto: a Bernardina e o Tiago são um casal nascido de um programa destes - onde voltaram - e que tiveram um filho e que passam a vida a insultar-se no FB e onde mais conseguirem e que casam/descasam à velocidade da luz e que ele encorna - diz-se que ela também mas parece-me mais duvidoso - quando tem a oportunidade, oportunidade que procura)

Então,
ela insulta-o e agride-o durante o programa; ela passa a vida a desconfiar dele e a dizer que ele não presta; ela anda sempre a tentar ouvir as conversas dele; ela anda sempre a discutir com ele sobre tudo e mais alguma coisa.
ele, que estava separado dela, quando percebeu que iria a votações para ser expulso declarou o seu amor por ela; ele entrou a amar outra gaja (mais velha e que o sustentava...e ao filho) e deixou-se disso rapidamente; ele não a destrata muito verbalmente - fazia-o no FB e por SMS; ele, quando ela o ataca, diz-lhe que ela não o ama mais.

Ora, o que se lê das apreciações tecidas é que ela é psicótica e que tem a mania da perseguição.
Não, não é.
As pessoas só são psicóticas se não tiverem motivo para o ser. É como o pessoal que tem a mania da perseguição: se estiver a ser perseguido, não é mania. É como o pessoal que é paranóico: se tiver fundamentos para o que pensa não é paranóia.
Ela tem todos os motivos para a psicose que a apoquenta. 
O problema dela é um outro e muito mais comum: ela gosta de quem não gosta dela.
(estou a coçar-me para não dizer que ela tem o problema de ser estúpida e estou a evitar dizer tal coisa porque...gostar de alguém também é uma doença que dá cabo da massa cinzenta de um gajo).

O que é pior, contudo, é isto: a Bernardina é como nós, apesar de querermos pensar que não é. A grande diferença é que ela está a passar em público o que muitos passam em privado.
A Bernardina é o exemplo perfeito para muito do que acho e do que escapo.

Por muito que se goste de alguém há linhas que não podem ser passadas porque há danos que são irreparáveis.
Só gostar não chega...

Digo muitos palavrões e mando muita gente foder, tanto a brincar como a sério mas nunca mandei nenhuma mulher com quem me relacionasse foder, nem sequer a brincar.
Faço um enorme esforço por não ceder aos meus ímpetos de mandar tudo prá puta que pariu quando surgem contrariedades, ainda que eventualmente graves e faço-o porque raramente funciona fazê-lo e depois vir dizer enganei-me. Este engano vai dar azo a muitos outros do mesmo tipo e entra-se num ciclo de onde nada de bom sairá.
Quero que me contem tudo, mesmo o que, eventualmente, não vá gostar de saber porque a confiança é algo muito difícil de restaurar.

Poderão dizer que sou demasiado radical. Não desconsidero.
Só que...olhem para a Bernardina e para o Tiago...aquilo, apesar de comum não é aceitável.
Gostar é fundamental mas não chega.

E é por isso que só fecho a porta uma vez.

Sempre As Pequenas Diferenças...

Parece-me que terá sido há bastante tempo que contei que uma gaja que por aqui anda me contou que não queria ter filhos, coisa que não correspondia à verdade. Agora está grávida (não estou a ligar uma coisa à outra. Podia ter-se dado de ela mudar de ideias mas não foi o que aconteceu) e comprovou-se o que me pareceu na altura: não é que ela não quisesse, o que se deu foi que acreditou que já não podia/ia a tempo, ou seja, que a janela se tinha fechado e fingiu que o que aconteceu foi que deixou de a querer aberta.

Ontem disseram-me que a minha suposta aversão por relacionamentos fazia lembrar o que acabei de descrever.
Ledo engano.
Há algum tempo - que não foi tanto assim - disseram-me que eu dizia que queria ter um relacionamento mas que, na realidade, não queria.
Ledo engano.

Esquisito, não é? Supostamente será verdade a primeira ou a segunda afirmação, certo?
Ledo engano.

A PRIMEIRA

Nunca escondi que queria ter sido Pai, por exemplo, desde os 20. E como não queria ser Pai solteiro, queria ter uma família completa desde essa altura.
Essa vontade não se alterou (bem...quanto aos filhos a vontade não se alterou mas sinto que talvez o tempo tenha passado...). Eu quero as mesmas coisas.Digo-o a quem quiser ouvir.

O que acontece, então, para que me ouçam dizer isto - se quiserem, e ainda assim tenham a mesma opinião?
Bem...não é porque são parvas...

É relativamente visível que não é por falta de oportunidades que não tenho companhia assídua.
Para as pessoas que me conhecem melhor, é, também, visível que tenho qualidades que fazem com que não seja de desprezar.
Somando as duas coisas, é porque não quero. 
Errado mas não parvo.

O meu romantismo, que não é o dos filmes parvos que vendem romantismo como ramos de rosas, dificulta-me a vida. Não aceito o menos o que leva a que ande, normalmente, no nada. Não aceito coisas mornas, não as aguentaria. Não aceito as metades que as pessoas estão dispostas a oferecer, interessa-me as metades que escondem.
Este conjunto de vontades que, na minha cabeça, são ordens não me deixam ter o que muitos dos outros têm e o que são as mais das relações que nos envolvem a todos.

Então, o que me distingue da outra é mais ou menos isto: Eu quero e quero muito mas eu só quero o que quero e como quero, não aceitarei menos.
Se não der, será um falhanço assumido mas não o mascararei de escolha.

(ah...e também é verdade que a minha esperança que o que eu quero me aconteça se foi desvanecendo...)

A SEGUNDA

Esta demora menos tempo...
Ela também não era parva.

Deixem-me entrar devagar nesta porque tinha e tenho apreço à mulher que me disse isto:
Quando as coisas correm mal na cama é raro alguém dizer: hmm...sabes, eu gosto de foder só não gosto de foder contigo...
Aliás, a uma que conheço aconteceu o seguinte: o gajo disse-lhe que ela era frígida e ela não teve coragem de lhe dizer não, não sou. Sou frígida contigo, só.

Foi mais ou menos isto que aconteceu: Eu quero...só não quero contigo.

Felizmente, quando me atirou isto à cara pôs-se a monte e não tive de lhe responder, o que faria se me fosse perguntado.
Felizmente, quando confrontado com um não dá mais! não costumo argumentar porque se não dá, não dá...

Exemplo dentro da primeira:
Não aceito que haja coisas que não me queiram contar, ainda que aceite que há coisas que não se conseguem contar.
O Eu conto tudo nunca é verdade mas a vontade de contar tem de ser.

Não concebo segredos, não concebo medo de magoar que impeça de falar, não concedo roupa quando quero nua.

....e é por causa de merdas como esta que não é o eu não quero mas antes o eu não quero de qualquer maneira!

Monday, February 15, 2016

Mais Banalidades!

Tenho tido uma discussão recorrente com um benfiquista, por aqui.
Além do normal que um Portista e um sócio de um clube menor têm para discutir, a coisa tem andado à volta do facto de o SLB andar a investir na formação por falta de cheta e não por uma visão estratégica da coisa.
O gajo não concorda. O gajo acho que estão um passo à frente. Nada o demove disto. Acho que é assim que tem de ser.

Disse-lhe que era uma idiotice, por mais que não seja porque uma equipa que queira ganhar títulos não se pode agarrar à formação. Não há um exemplo disso.
Respondeu-me o clássico Barcelona.
Ora, o Barcelona tem, na equipa titular, 3 jogadores da formação. 3 em 11 (o Piqué e o Jordi Alba começaram lá mas foram para outro lado vendidos e não emprestados).
Disse-me, também, que o United dos tempos áureos tinha muita gente da formação.
É certo. É verdade. Só que o MU daquela altura não era este. Quando o MU começou a dominar Inglaterra não a dominava antes; ou seja, teve tempo e deram-lhe tempo sem ganhar para poder criar uma coisa que demorou tempo e que não exigia resultados imediatos (como o Ajax, por exemplo).
Agora não pode e não faz.

Isto pode parecer muito singelo e desinteressante para quem não gosta de futebol mas esta é uma imagem daquilo que impregna todos e por todo o lado: Dizem-se cenas e passa-se a achar que são verdade, acriticamente.

 O Mark Cuban veio do nada e é bilionário, todos podem ser. Não, não podem.
As pessoas têm direito a ter a sua opinião e a expressá-las. Todos somos especiais e temos direito a ter uma voz. Não. Não temos. Opiniões não solicitadas são falta de educação. Dizer banalidades sem interesse não permite o direito a uma voz.
Tudo é subjectivo, pelo que todas as opiniões são válidas. Não, não é, Mesmo quando tecemos uma opinião subjectiva ela terá de ter uma base factual, ainda que ténue, senão é um devaneio estéril e que serve apenas para preencher ar.

Não é porque se acha que o que se acha está certo.
Não é porque se acha que se tem o direito de ter de ser respeitado no seu achismo.

Foda-se para o facebook e os para os blogues.

2 COISAS

I

Porque se dão palavras com muita facilidade nos dias que correm elas vão perdendo o seu significado e ganhando o peso de uma saudação. Esquece-se o que elas verdadeiramente querem dizer porque não aplicadas apenas ao que deveriam ser.

Há muitas expressões que poderia usar para o efeito mas escolherei o Meu Amor
Chama-se Meu Amor a muitas pessoas, algo que me parece similar ao Minha querida que uso com frequência para mulheres, um termo que já nem carinhoso é e muito menos significa que me são queridas, de facto.
Por conta desta vulgaridade, foi-me esquisito dar importância a chamarem-me de Meu Amor e não conseguia explicar muito bem o porquê de gostar e valorizar quando mo dizem.

Então,
este fim-de-semana estava a ver um filme que em determinada cena a mulher dizia o nome do gajo a quem se dirigia aquilo que lia e que tinha escrito e depois de dizer o nome completou com Meu Amor.
Não o tratou por Meu Amor, disse o nome dele, e depois acrescentou o que ele era. Não o estava a tratar, estava a dizer-lhe o que ele era.

Pensei: foda-se, é por isto...
Tive de ouvir a coisa fora de contexto para perceber o contexto em que me parece estou inserido.

Fico contente quando descubro explicações mesmo considerando que é possível estar enganado.

II

Tenho dificuldades em dormir acompanhado. Não digo que não consiga porque já consegui mas é manifestamente estranho, para mim.
O motivo pode ser estar pouco habituado a ter companhia, o que é verdade; o motivo pode ser não gostar de partilhar espaço quando só quero dormir, o que pode ser verdade; o motivo pode ser sentir-me muito exposto quando os meus sentidos estão desligados, o que é verdade.

Para que se perceba:
é-me tão pouco comum - e quando digo dormir é isso mesmo que quero dizer e não passar pelas brasas 15 minutos em 3 horas - que consigo lembrar-me a última vez em que tinha dormido mesmo com alguém abraçado a mim ou abraçado a alguém.
é-me tão pouco comum que a última vez que tentei dormir com alguém ia na segunda noite e deram-me uma cena para dormir porque na primeira não tinha dado e estava praí há 40 horas sem conseguir descansar mesmo; e mesmo com a cena para dormir só me foi possível dormir um par de horas de forma ininterrupta.

Eu sei que isto não diz muito, em termos do que as pessoas pensam ser importante ou marcante mas não somos todos iguais.
É mais habitual precisar-se de gestos teatrais. Presentes caros (que revelarão os valores que damos a outra pessoa) ou sacrifícios poucos habituais (que revelarão que estamos dispostos a colocar o nosso bem-estar em plano secundário).
Em ambos os casos, são actos de outros que nos revelam o que por lá anda.

Eu consegui dormi.

II/2

Seria óptimo pensar que tudo está resolvido e que tudo se ajeitará porque o substrato do que interessa está lá, seria óptimo e, até, racional, coisa que adoro.
O que acontece e o que nos mostram as horas e os dias e os anos que se vão passando e os cenários que nos vão sendo expostos é que a racionalidade não ganha sempre.

Somos mais tragédia do que romance, apesar de querermos pensar coisa diferente.
É por isso, talvez, que o Notebook tem mais sucesso e aceitação do que o Legends of the Fall mas isso, por si, infelizmente não transforma o que acontece no que se quer que aconteça.

Friday, February 12, 2016


everything's gonna be alright

É uma expressão engraçada.
Quando a ouço, o que é raro porque raggae nem é muito a minha cena, lembro-me da do Carola que canta Finda a tempestade, o Sol nascerá, o que me diz um bocado mais.
A diferença talvez seja subtil ou talvez até seja nenhuma mas não me diz o mesmo. Finda a tempestade, o Sol nascerá dá a ideia de continuidade e não tanto do correr bem em termos clássicos, é só uma afirmação da continuidade da vida.

Pode parecer pouco característica esta mensagem de esperança vinda de mim mas ela é temperada com a realidade.
Não acredito que tudo vá correr bem porque correrá como se espera, acontece muito poucas vezes. Ok, não era isto que queria dizer, o que queria mesmo dizer era não acredito que tudo vá correr bem porque correrá como se quer. Sim, é mais isto.
O que me parece é que continua. Não é o fim em termos absolutos. O que me parece é que será, porventura, uma perda. Não a perda de tudo mas a perda do que se quer ou se pensa querer.

Então,
mais o Sol nascerá do que everything´s gonna be alright.

A minha vida como a vossa, quem quer que sejam, teve momentos de desilusão. Nenhum de nós há-de ser especial neste quesito, o que se lamenta sempre.
A minha vida como a vossa, quem quer que sejam, deve ter parecido que ia acabar em mais do que uma ocasião (a minha, espero que não a vossa, até de forma literal já pareceu que ia acabar uma ou duas vezes) e se estão a ler, como eu estou a escrever, é óbvio que não acabou.

Isto não é um grito de esperança, isto é uma constatação de facto, algo que me parece mais reconfortante. Os factos são mais reconfortantes do que a ficção por serem indesmentíveis.
Acontece o mesmo com o que ouvimos e vemos: se acreditarmos nos factos mais do que na ficção estaremos mais prontos para que o Sol nasça.

Epifanias:
Na fase mais escura pela qual passei cheguei a pensar que seria, de facto, o fim. Não metafórico. Real. Achei que não ia conseguir aguentar. O meu ânimo já tinha dado de si e pensei que a seguir viria o corpo.
Mais uma vez: achei realmente que ia acontecer o descrito e porque não sou um gajo dramático até se pode dar que fosse um exagero mas é pouco provável.
Mas,
ad nauseam como tanto tem aparecido ao longo destas linhas, o Sol nasceu.

2% Jazz, 98% Funky!


Thursday, February 11, 2016

YOU AIN´T ALONE


Música ajuda sempre!

A DOR

Sim, provavelmente mais uma definição pouco comum da coisa.
Por exemplo, dói-me comparecer em casamentos ou festas de aniversários alargadas porque sou forçado - ou sinto-me forçado - a falar de coisas que não me interessam com gente que não me interessa. Para se perceber a dimensão do bicho, quando digo com pessoas que não me interessam não quero dizer pessoas de quem não gosto; por princípio aplica-se também a vocês, ou seja, não tenho nada contra quem não conheço mas não tenho particular interesse em conhecer.

Mas há pior, e é esse pior que nos traz aqui hoje:
O que dói mais do que a socialização forçada é fingir que está tudo bem quando não está. É uma dor pouco frequente porque não tendo a fingir que estou impecável quando não estou, coisa diferente de andar a desabafar o que me apoquenta. 
Resume-se a isto: se estou de mau-humor estou de mau-humor e não me importo que notem, desde que me deixem em paz, como costuma acontecer.

Mas!
Há situações em que preciso de fingir.
Por exemplo: estou a ficar ou fiquei fodido com qualquer coisa que as pessoas desconhecem mas, mais ou menos no mesmo momento, aconteceu outra coisa, mais ou menos de domínio público, que seria suficiente para me deixar quieto e calado.
Se as pessoas me vêm quieto e calado depois do advento de que tomaram conhecimento vão, naturalmente, achar que é por isso que o meu ânimo virou e não pelo que desconhecem. 
Porque não quero que pensem que o que pensam apoquentar-me me apoquente tenho de meter o nariz de palhaço e isso é muito desagradável.

Mas tu não és de ir abaixo, K e não sou mesmo mas também não sou de ferro, só pareço.
Às vezes a carga é muito pesada e acontece o mesmo que ao copo quando recebe mais uma gosta.

Mas tu não és de te queixar, K e não sou mesmo. Só que quando faço alguma coisa que considero ser queixar-me, ainda que não o seja para a generalidade, e as minhas queixas não são aplacadas fico na desconfortável situação de me sentir um parvo. E odeio sentir-me parvo.

PS. isto que acaba de acontecer chama-se venting (não cairia no erro de usar o termo português), daí parecer mais um conjunto de linhas vomitadas do que outra coisa.
PS1. ontem vi o Descobrindo Forrester e queria vir falar disso mas, agora, quero que o Forrester e a sua Descoberta vão pró caralho.

Wednesday, February 10, 2016

Momento Puta Da Loucura

De uma entrevista dada pelo Sócrates (o pequeno português, não o Grego)

Foi tudo menos uma prisão VIP. Trancavam a porta da minha cela todas as noites. Tive momentos difíceis. Mas lembrava-me que o Partido Socialista tinha nascido numa cela. Muitos líderes estiveram presos.

Esquisito trancarem a porta de uma sela;
Esquecido o PS ter nascido numa sela e alguns dos seus líderes terem sido presos...lembro-me de, pelo menos 2 que não deviam ter de lá saído.
Coitado do Sócrates...confunde-se com o Partido mas, bem vistas as coisas, podia ter-se lembrado do Mandela.

(dos tempos de Paris se ter) deixado inspirar pela vida do poeta francês René Char, que sempre lutou pelas causas.

O Char, como Sócrates, era um revolucionário!
O Sócrates não se manca...

A entrevista foi dada a um jornal holandês e poderia colocar mais citações mas tenho medo ou da minha bexiga não aguentar - por causa do riso - ou do meu estômago dar de si - por causa das náuseas.

Tuesday, February 09, 2016

Só Parece Igual II

Pensar na mudança como drástica só porque visível pode revelar-se um erro.
É fácil encarar-se uma mudança de emprego ou de relação ou de casa ou de carro ou deste tipo de coisas visíveis como uma alteração fundamental. Pode, até, pensar-se ser isto que ocorre quando uma gaja mete mamas ou quando um gajo altera o nariz.
Todas estas coisas são, realmente, alterações mas não necessariamente mudanças.

Muitas das vezes estas rupturas servem para nos levar de encontro ao que queremos ou ao que somos ou ao que pensamos ser mas não são mudanças tão radicais como parecem.

Coisas muito mais pequenas reflectem, de facto, mudança.
Condescender ou aceitar ou mudar a perspectiva parece muito mais corriqueiro e menos agressivo mas nem sempre assim pode ser entendido.
Muda-se por dentro, não por fora. E esta mudança não se vê e, por vezes, nem se sente mas quando se sente dói um bocado.

Odeio mudanças de todo o tipo e só as encaro quando não consigo evitar ou quando acho que merecem ser feitas (isto quando consigo, claro).
Ora, esta coisa de trocar de pele tem custos, umas vezes temporários e outras perenes mas de comum (entre transitórios e eternos) têm o facto de fragilizar enquanto duram; é como passar de um galho para o outro, se formos um macaco ou o tarzan: há um momento em que não estamos seguros em nenhum deles e esse momento não é fixe.

Deambulações e parvoíces, eu sei.

Só Parece Igual

Há diferenças que são subtis e invisíveis. Por vezes, além de subtis e invisíveis são difíceis de aceitar.
Parece-me comum a relutância pelo estranho. Pelo novo também mas o estranho nem sempre é novo.

Ontem senti-me esquisito. Não foi novo, foi esquisito.
Podia dar mais exemplos de um ou outro quase mas com os quases vou podendo bem porque consigo ignorá-los como uma impressão e não como um facto. Hmm...parece-me que aquela está a olhar para mim e coisas desses tipo. Até porque não gosto de andar a metralhar, não teria problemas em não ligar a impressões.
Quando passa do quase é pior (talvez não pior mas, para mim, esquisito).

Ao fim de duas passagens com passagem de mão pela minha anca e pela minha barriga (altura de quase porque estava muita gente e era difícil não tocar) desistiu de parecer e atracou-se mesmo a mim. Mãos à volta da minha cintura e pressão no peito enquanto me olhava bem de frente.
Sorri e afastei-a. Não me apeteceu. Não era quase. Não era nada má. Era importada Não tenho desculpa.

Quando estava para me vir embora: K, pera aí. A X está a chegar e como não sabia que eu estava aqui não deve estar sozinha. Pode ser que dê em alguma coisa.
Para não ser desmancha prazeres, esperei mais 10 minutos esperançado que ninguém chegasse a tempo para me poder ir embora descansado e sem ter de ser confrontado com mais uma coisa para a qual não fui educado.
10 minutos depois, Eh, pá. Amanhã trabalho. Tenho de zarpar.

...e ando há, praí, uma semana sem vontade de ver pornografia.
Era tão bom que fosse um vírus mas, nesta altura, parece-me crónico.

Não é (ou são) esta a única diferença que apanhei mas ainda não estou preparado para as outras.

Monday, February 08, 2016

O Diabo Sabe, Não Porque É Sábio. O Diabo Sabe Porque É Velho...

Normalmente, as pessoas acham que as outras são espertas quando sabem as coisas e as prevêem mas, as mais das vezes, elas não são assim tão espertas elas já viveram foi isso.

Quanto mais se vive mais se sabe;
Quanto mais se vive mais se percebe;
Quanto mais se vive mais se prevê.

O que é mais triste, no meio disto, é que quem junta saber, viver e ser um bocado esperto tende a ser realista, coisa que é muitas vezes entendida como cinismo.
A fraca fé que se vai ganhando na humanidade, ainda que não nos indivíduos isolados, aparece com o acumular de horas, memória e atenção.

É óbvio, por exemplo, que gente desesperada faz coisas desesperadas; que gente fraca tem atitudes flácidas; que quem tem coragem tem atitudes agressivas; que quem se habitua a perder tem menos hipóteses de ganhar.
Tudo isto parece uma la palissada mas dá-se o mesmo que se deu comigo quando me disseram que no México não há restaurantes mexicanos, há restaurantes. Óbvio, não é? Mas precisaram de me dizer para realizar.
O mesmo se passa com os exemplos que dei primeiro: todos óbvios mas que precisam de ser vistos para serem entendidos.

Com a minha vontade de confrontar as pessoas com a realidade seria de esperar que não perdesse uma oportunidade de lhes esfregar estas evidências na cara, certo? Errado.
Se puder, evito. Se puder, preservo a inocência de quem me rodeia e a quem tenho apreço porque, afinal, este encarar da vida de olhos esbugalhados não é a maneira mais feliz de se viver. 
Se não puder, não poupo. E sinto que não posso quando não estou ou estarei por perto e, aí, será melhor preparar quem tem de se desenvencilhar.

Tenho apreço pela inocência.

PS e a Nação e a Idiotice!

Não morria de amores pelo Passos Coelho e nem pelo PSD. Na verdade, não morro de amores por partidos políticos de qualquer espectro mas tenho mais asco a uns do que a outros.
Tenho - como se vê à vista desarmada - uma especial aversão à Esquerda que por cá temos. E tenho uma especial aversão a certos momentos da comunicação social, sendo certo que também não morro de amores por nenhuma.

Há uns tempos, o Passos foi crucificado por ter dito ao pessoal para imigrar e por ter chamado (ainda que descontextualizado) cigarras aos portugueses.
Levou forte na tabuleta, e com razão, por estas afirmações que só se tornam especialmente parvas porque anda tudo pelas ruas da amargura.

O Costa veio dizer que para o pessoal não sentir tanto o aumento de impostos devia andar de transportes públicos e fumar menos.
Podiam ter-lhe perguntado o que aconteceria se tal acontecesse. A previsão dele sairia furada e FMI outra vez? É que se ele conta ir buscar cheta à gasolina e aos cigarros e o pessoal anda menos de carro e deixa de fumar...
Nem sequer discordo que se carregue nos cigarros ainda que seja fumador; nem discordo que se carregue na gasolina ainda que seja condutor. Se se tem de bater, bata-se em coisas menos fundamentais. Nada a dizer.

Agora,
aumentar tudo (porque não será só isto) para repor tudo o que foi cortado na função pública e cortar, novamente, para as 35 horas semanais, parece-me um bocado excessivo.
É curioso: os PS e os outros mais à Esquerda encheram a boca dizendo que o anterior Governo dividiu o país ao colocar jovens contra velhos e tal.
O que acha este Governo que vai acontecer com estas medidas? A Função Pública já é amada pela Não Função Pública e agora sê-lo-à ainda mais...

...e a Comunicação Social...
Podem não ter dado conta porque agora tem de se andar mesmo à procura mas a Grécia continua fodida e com manifs a torto e a direito. Agora, com os nossos Syrizas dará menos jeito.

O assalto ao Governo vai-nos sair caro...

Não me Queria Mesmo Esquecer!

É mais por causa do Raphael Rebello mas...
Pode ser que a dada altura eu leia o que para aqui ponho e redescubra isto:


Sunday, February 07, 2016

INSTINTO

Uma deambulação de quem estava a sentir as paredes apertarem.

CORPO

Já todos havemos de ter visto reportagens que mostram bebés a nadar assim que nascem, uma capacidade que, entretanto, perdem.
Já todos havemos de ter visto cães comerem erva e quase todos devemos saber que isso se deve à falta de uma determinada vitamina.
O primeiro caso mostra uma desaprendizagem levada por um animal racional e o segundo uma necessidade detectada mas impossível de explicar ou, sequer, compreender por um irracional.

Um dos meus amigos transformou-se numa cena um bocado esotérica e de amante da natureza e cenas e será um dos poucos casos em que não criticarei porque não impinge isso aos outros ou, pelo menos, não me impinge. 
Numa conversa disse-lhe que estava com pouca vontade de comer carne. Dia que nunca pensei puder nascer mas que aqui estava; não é uma questão de saúde, não é uma questão de dar sainete nesta época de vegetarianos...só não me apetece.

A ideia dele é que o meu corpo começou a rejeitar carne porque a nossa estrutura, apesar do que nos vendem, não é bem de omnívoro (e chapou-me com uma explicação que tem que ver com a nossa dentição e com o intestino que transportamos que tem mais em comum com um animal herbívoro do que carnívoro) e o que está a dar-se é que a minha natureza está a dar de si,
Não sei nem procurei saber se ele tem razão quanto ao fundamento mas sei isto: o meu corpo não pede carne...também não diria que a rejeita no estrito sentido da coisa mas pedir não pede e agradece que coma outra coisa.

Reparem: não comprei o que me venderam quanto à geração saúde. Não quero saber quantas vacas morrem para satisfazer a minha vontade de enfardar o seu corpo. Só não me apetece e não vou forçar.

Isto parece uma coisa new age que detesto mas dei por mim a pensar que talvez não seja má ideia, com comedimento típico de um animal racional,ouvir o que o corpo nos diz sem perguntar.
A luta da humanidade é para controlar a natureza mas como esta última prova vezes e vezes sem conta um gajo não ganha a guerra apesar de ir acumulando umas batalhas.
Isto não é, também, um pedido de regresso à caverna (de onde se calhar nunca saímos mas isso é uma outra conversa). Isto é a constatação de que há muitas coisas que o nosso corpo de milhares de milhões de anos compreende e que a nossa consciência recém nascida não consegue acompanhar.

A MENTE

Pelos vistos, apesar de gostos e modas e tudo o resto, continuamos - nós, homens - à procura de uma boa anca parideira. Sim, eu sei, é esquisito porque, supostamente, também no caso da beleza são ditadas modas (gente transparente na idade média porque não precisava de trabalhar ao sol e o desespero por apanhar uma cor, agora; gente gorda quando isso era prova de que se tinha para comer e o desespero por ser como um pau de espeto, agora) mas estudos revelam que é isso que os nossos olhos procuram.
A sequência de Fibonacci não é muito diferente; esta sequência veio demonstrar o que a nossa cabeça não precisava de explicar porque fazia-o sem ciência: a simetria do rosto para o entendermos como belo.

Há muito mais exemplos desta destreza inata: há estudos, por exemplo, que revelam que ficamos com pele de galinha quando perto de um psicopata mesmo que não saibamos que o é porque é a reacção de uma presa ao predador; quando ficamos nervosos não tentamos que as mãos fiquem frias mas elas ficam porque o sangue corre para as pernas para se preparar para fugir.

Esta ideia de hoje (assumo que não sei se bem enquadrada) resultou de uma estatística que vi hoje à hora do almoço.
Nos Estados Unidos, a esperança média de vidas dos brancos está a aumentar de forma lenta mas a dos hispânicos e pretos está a aumentar de forma mais acelerada.
Contra-intuitivo, certo? Os brancos terão mais acesso a medicina (particularmente verdade no caso dos EUA) e a melhor alimentação e a melhor higiene e por aí fora - estas apreciações resultam da análise estatística dos rendimentos das raças no País.
...bem, mais ou menos...
A conclusão a que se chegou e que seria a primeira que me ocorreria para um facto tão estranho como este foi mais ou menos esta: expectativas!

Os pretos e os hispânicos (contexto americano, novamente) não sentem, historicamente, que o sistema esteja montado a seu favor. Começando na escravatura (para os pretos) e na imigração mais recente (para os hispânicos), então apesar de poderem lutar por uma vida melhor com todas as forças que tenham não esperam que ela aconteça por muito que lutem ou por pouco que lutem.
Podem ter esperança mas sabem que a probabilidade não é essa.
Os brancos têm uma memória colectiva muito diferente pelos motivos opostos aos que descrevi (look up WASP). O sistema estará montado para os beneficiar, pelo que, na sua cabeça, é uma constante melhoria de geração para geração, melhoria que até pode depender do seu esforço mas têm constatado, com custo, que estão mais ou menos no mesmo barco que os hispânicos e os pretos: a vida não é linear nem garantida.

O corpo é melhor tratado mas a mente fode-o de qualquer maneira.

O exemplo português não tem estatística e nem sequer é, tanto, uma questão racial mas eu fui criado por gente que achava que um curso superior iria resolver tudo porque havia míngua na geração anterior.
Então, a realidade apareceu: o canudo ajuda mas já não resolve como resolvia quando havia meia dúzia deles por cada cem pessoas.
Então, a minha geração está perdida, não no sentido metafórico de foi tudo com o caralho (ainda que possa ser) mas no sentido metafórico de que não sabe para onde ir.

Graças a cenas, desde cedo gostei da Teoria do Caos que me impede de achar que apesar de ser muito frequente que 2 + 2 sejam 4 não é sempre assim.

IA FICAR POR AQUI MAS MUDEI DE IDEIAS

Dentro do assunto nuances que adoro e visto de fora às vezes sinto que me faz parecer o pedante e intelectual que me desagrada, por pouco sexy, vamos perder 2 minutos com o Carpe Diem.

Eu detesto o Carpe Diem enquanto conceito de vamos viver cada dia como se fosse o último, É estúpido e ridículo. Destinado a impressionar miúdas adolescentes ou pouco desenvolvidas para coisas como pá, a vida é uma só! Vamos foder agora porque amanhã nem sabemos se estamos vivos!
Ora,
dá-se que, de facto, não sabemos mesmo se estaremos vivos amanhã... e nestes termos, o Carpe Diem não é estúpido...

É mais ou menos confuso mas vou tentar explicar:
Não consigo garantir a ninguém que estarei presente até ao fim dos seus dias da mesma forma que não posso garantir que quando acabar esta linha não terei um enfarte.
(não tive)
Não posso jurar para sempres porque não sei se isso existe ou se vai acontecer.
O que posso fazer é isto: Eu acredito, hoje e agora, que vai ser para sempre.

Resume-se um bocado a isto: Acreditar.
São juízos que fazemos neste momento e que não podemos garantir amanhã mas nunca podemos garantir o amanhã sendo certo que podemos garantir o agora.
Isto talvez seja um enorme embuste que criei para tentar ordenar o que, por si, não tem ordem mas todos precisamos de saber coisas e acreditar em coisas e trabalhar por coisas (caso contrário nem religiões haveria...).

Não é porque amanhã pode vir um tsunami e foder tudo que não devo construir uma casa agora;
Não é porque amanhã pode aparecer a Monicca Belucci 15 anos mais nova (podemos sonhar, certo?) que não devo comprometer-me contigo agora porque é isso que quero fazer;
Não é porque amanhã pode ocorrer de levar um tiro que não devo sair de casa agora.

Mais uma vez: pode ser um enorme embuste que criei para não paralisar perante a aleatoriedade de tudo que nos envolve mas, como ouvi o Pacino no Um Domingo Qualquer - You see it before you do it; You see it, you do it!
O que não consigo é não ver e fazer que é o rudimentar do Carpe Diem...e se eu não vejo não faço.

Não fumei nada, JURO!

...e Oldie But Good