Monday, July 10, 2006

O Não

É uma palavra que em termos de relações pessoais me sai com uma facilidade incrível mas que profissionalmente está bloqueada.

A minha vontade é fincada com um "não" sempre que não me agrada qualquer coisa, sempre que me parece de pouca utilidade ou que não me trará satisfação.
Não tenho qualquer tipo de problemas em negar um comportamento ou vetar uma ida a um qualquer lugar que, na altura, não me apeteça ir. Já foi muitas vezes confundida com atitudes de menino mimado, já foi confundida com mau feitio, já foi confundida com ser do contra...talvez seja mesmo uma delas ou todas elas mas a verdade é que não tenho qualquer problema com isso.

Não me apetece não faço.
É uma lógica simples.

Profissionalmente, no entanto, é uma outra história.

O "Não" soa-me a incapacidade de produzir, soa-me a derrota...e com isso lido muito mal.
Sou competitivo, sempre fui, detesto o segundo lugar, detesto imaginar que há alguma coisa que não consiga fazer, detesto sentir-me incapaz do que quer que seja e detesto, ainda mais, assumir que alguma coisa será demais para mim.

O "Não" simplesmente não é opção.

É uma forma simples de me manipular e uma maneira simples de me fazer encher os olhos de sangue...tentar passar subliminarmente que não sou capaz de qualquer coisa.
Tem a virtude de me tornar eficaz, as coisas serão feitas...não existe alternativa.

Quando caio em mim, depois do "Sim" fico fodido por não impor determinados limites a mim mesmo, fico fodido de ser tão simples empurrar-me para 16 horas de trabalho, fico fodido de me deixar levar pelo lado competitivo negligenciando a minha saúde mental.

Desabafo ridículo este, não tem qualquer utilidade.
Daqui a 15 minuto o telefone toca e eu vou dizer "Sim".
É uma idiotica da qual não consigo fugir, é uma estupidez que me seguirá sempre.

A consciência reconhece mas o instinto manda.

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