Friday, May 02, 2014

Esqueço-me Sempre de Coisas que Queria Dizer e Agora Irá Acontecer o Mesmo

...E UMA OUTRA VEZ O RACISMO

Nesta última semana temos sido bombardeados com a cena do Daniel Alves a comer a banana que lhe atiraram e o dono dos LA Clippers que foi banido da NBA.
São coisas diferentes...

O Daniel Alvez teve aquele momento de génio! Foi muito melhor do que dizer que ia abandonar o campo ou virar-se e insultar o arremassador de banana. Furou-lhe o balão ao não se sentir ofendido e ainda o fez parecer mais parvo do que aquilo que ele seguramente será.
Outra coisa foi o #somostodosmacacos lançado pelo Neymar.
Não, meu amigo, não somos todos macacos, nenhum de nós, que sabe ler e escrever e que vê televisão e que paga os teus patrocínios é macaco; não somos só nós, os brancos a quem não atiram bananas, que não são macacos. O pretos não são macacos. Os amarelos não são macacos. Os vermelhos não são macacos.

Ofende-me mais esta estupidez pseudo-engraçada do que os idiotas racistas. Pelo menos os idiotas racistas não tentam cavalgar a onde mediática para vender sapatilhas. São só isso: idiotas. O que já é muito.

O tipo dos Clippers faz-me mais confusão...
A única explicação semi-lógica que encontro é ele tratar a sua equipa como os antigos fazendeiros tratavam as senzalas: colónias de escravos.
Como é possível um racista ser dono de um negócio em que talvez 80% dos intervenientes são pretos?! É uma coisa que não consigo compreender, é-me superior... a proximidade das coisas que me repulsam repugna-me, não entendo como para outra pessoa possa ser diferente.

Não entrarei na discussão de se conversas privadas não deveriam continuar privadas; chamo burro e idiota a muita gente sem que eles saibam e nem deveriam saber. São coisas que se dizem mas não se sentem, necessariamente.
Mas que não entendo este gajo, isso não entendo.

DEVERÍAMOS FAZER MAIS DO QUE CONSEGUIMOS?

A resposta é tão evidente como a pergunta é parva.
Se fazemos o que conseguimos não podemos fazer mais.

A realidade, contudo, dá cabo destas evidências. Muitas das vezes a palavra "conseguir" substitui a palavra "confortável". Muitas das vezes não é que se não consiga é que dá muito trabalho ou que não apetece.

Eu, por exemplo, gosto pouco de pedir satisfações; não gosto de me justificar e não gosto de exigir que os outros o façam.
O ponto negativo desta posição é que deixa coisas excessivas votadas à imaginação; o ponto positivo é que se formos desconfiados (para utilizar uma palavra mais neutra) vamo sempre achar que nos vão mentir se disserem algo diferente daquilo que esperamos.

Há uns dias, dei um pequeno passo em frente: desconhecendo o porquê de uma pessoa começar, de um momento para o outro, a tratar-me de maneira diferente e contra tudo o que é o meu instinto natural perguntei estamos com algum problema que eu desconheça? e a resposta foi Não.
Ora, evidentemente, é mentira; eu realmente não sei o que se possa ter passado e já me debrucei sobre isso. Tentei pensar se poderia ter criado alguma situação ou mal entendido que levasse a alguma alteração do status quo... e não encontrei resposta.

Moral da História: mentiu-me e eu fiquei sem saber o motivo da ocorrência. Burro! Se me tivesse mantido fiel aos meus princípios teria evitado uma pergunta e uma mentira e o resultado teria sido o mesmo que veio a acontecer: Desliguei da corrente.

PURISTAS

Este post vem a propósito de um amigo antigo e por quem tenho um enorme carinho; fosse sobre outra pessoa e estaria crivado de palavras como burro e idiota e mal informado ...não vai ser o caso porque a pessoa não merece porque é apenas um neófito nisto da realidade vs espiritualidade.
Não me referirei mais à pessoa mas falarei do tema.

Ninguém odeia mais falar de dinheiro do que eu; odeio o momento em que se começa a pensar, no fim de um jantar, quem comeu o quê e quem paga o quê. Nestas situações não volto a jantar com estas pessoas; quando se almoça, tolero estas questões porque estamos, apenas, a alimnetar-nos; quando se janta está-se em festejo e uma máquina de calcular é mal-vinda.
Pela mesma razão, se achar que um determinado jantar pode ser demasiado caro para a minha situação no momento, não vou. Para estar a pensar se mais um W ou menos um W me faz diferença, fico em casa.

Por contraponto, e à boa maneira iconoclasta, acho que nada é mais importante que o dinheiro.

Podemos todos pensar em saúde e tal mas, se pensarmos antes de comprar o que nos dizem, perceberemos que com mais dinheiro se tem melhor saúde; não se trata da parvoíce de pensar que antes não ter um cancro do que ter dinheiro!! Não! São estupidezes que nos contam!! É sempre preferível ter dinheiro porque se tivermos cancro temos mais hipóteses e, tanto quanto sei, um dos motivos de cancro não é a carteira recheada.
Podemos pensar, também, que, por exemplo, em termos de eleições ou deposições de gajos que mandam nos países o dinheiro tem importância mas não é tudo!! Pois. A este digo isto: Andaram a tentar mandar o Berlusconi de saco durante ANOS a fio. Como caiu ele? Os juros da dívida pública subiram 1 ou 2% e ele foi-se embora. Moralidade? Escolha? D-I-N-H-E-I-R-O!

O exemplo, contudo, muitas vezes usado para contrabalançar o materialismo descrito são pessoas como Salazar ou Ghandi.
Salazar porque, de facto, não enriqueceu e não era motivado por dinheiro;
Ghandi porque andou de lençol e tal e marchou pelo sal e coisas do género.

Pois bem:
Salazar ou Ghandi (ouço joelhos a bater de nervos e punhos a castigarem mesas em desagrado) queriam outra coisa que era menos palpável mas que em muito se assemelha ao vulgo metal: poder; culto de personalidade.

É verdade que é menos vulgar mas será menos perigoso?
Tenho para mim que não.
Quando as pessoas apenas querem dinheiro, podemos dar-lhes; quando as pessoas querem poder e ser adorados e mandar e tal, é mais difícil porque este tipo de coisas não se podem imprimir e, normalmente, levam a resultados mais desastrosos.

Em suma, para não continuar a provocar a ira: As pessoas querem coisas, SEMPRE. As coisas podem ser mais nobres ou mais sujas; o caminho pode ser mais arborizado ou mais árido; o pensamento pode ser mais óbvio ou mais elaborado....mas as pessoas querem COISAS!!

2 Comments:

Blogger Dinada said...

A sério...parabéns!
Tal e qual o que eu penso, embora com muita pena minha não consiga estruturar em texto o que aqui redigiu.

Pois que BOA!

2:29 PM  
Blogger Kaiser Soze said...

Grato.
Ainda que prefira que me queiram o corpo que a mente, obrigado. eheheheh

3:38 AM  

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