Saturday, December 14, 2013

...e Mais um Resumo...

MANDELA

Não ia começar por aqui porque na minha cabeça sou o Rei Sol e as minhas aventuras e desventuras pessoais são muito mais relevantes.
Estou constantemente enganado a este respeito mas, em relação a Mandela, vou no lugar de passageiro porque não sou tão parvo.
Das figuras históricas contemporâneas é a única, das que me lembro, por quem tinha um especial apreço. E este apreço por Mandela tem que ver não com a sua santificação - que, seguramente, o próprio consideraria exagerada como qualquer pessoa que conheça a sua história o considera - mas com a capacidade que admiro em pessoas que fazem o que eu jamais conseguiria fazer.

É verdade que não faço salto à vara mas também é verdade que não tenho particular interesse nisso. O mesmo se alastra a tantas outras coisas que não sei fazer mas que não lamento profundamente.
Mandela era uma outra coisa.
SE me engavetassem três décadas e, ao fim desse tempo, me soltassem e me tornasse o gajo que manda em tudo, cabeças rolariam. Como nunca estive preso tempo nenhum, uso este termos estilisticamente mas não sei se não sairia suficientemente enraivecido para o tornar literal.
Mandela, não.
SE eu tivesse a possibilidade de governar ada eternum um país com a conivência explícita do seu povo e acreditasse que sabia o caminho, provavelmente fa-lo-ia. Por natureza acho que tenho razão e se não discordarem deixo de achar e passo a ter certeza. Gosto de conduzir porque acho que sei sempre o caminho.
Mandela, não. De cabeça, não me lembro de UM governante que tenha achado, por si, que o seu trabalho estava feito e os outros deveriam continuar. É espantoso. É único.

Além das muitas outras coisas de que não seria capaz mas gostaria de ser, ficam estas duas.
RIP Mandela.

INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA

Tenho tido, curiosamente, várias conversas a este respeito. Curiosamente porque me questiono muitas vezes sobre isto.
O Instinto de que falo não é o de matar ou morrer, literalmente. É mais aquele instinto que as pessoas têm, apenas, de proteger o próprio rabo. Defender-se por omissão, se assim se quiser pensar. Não levantar ondas quando acham que o seu barco é frágil. Não provocar um gajo de 2 metros quando se tem 1.20. Esse tipo de coisas.
Não o tenho...
O pior é que sei que não o tenho, queria ter e não consigo.

Não há parvo maior que o parvo que sabe que é parvo. Pense-se na árvore que cai na floresta e se ela faz ou não barulho se ninguém estiver lá para ouvir. Eu sou o gajo que está lá, sabe que caiu, ouviu-a cair e mesmo assim, se suficientemente irritado, não se interessa.
As pessoas que me querem fazer sentir melhor dizem-me que é uma questão de feitio. Tá bém. Pois é. Mas isso não me faz sentir melhor porque não me estão a dizer nada de novo, não vou ter uma epifania e mudar...eu sei tudo isso. SÓ NÃO CONSIGO FAZER NADA!
Na cena que faço todos os dias apareceu a necessidade de uma pessoa me acompanhar para ver como eu fazia o que faço para que ela soubesse como se faz o que também tem de fazer.

À partida, pareceu-me má ideia porque eu não sou exemplo pra coisa nenhuma mas não me opus. As pessoas têm de começar por algum lado.
Depois da cena feita, a pessoa estava mais ou menos assustada e disse-me que não lhe parecia que conseguisse fazer aquilo. Respondi-lhe que ela conseguiria fazer aquilo, só não conseguiria fazer como eu faço porque eu tenho um completo desrespeito pela preservação pessoal e uma quase atroz ausência de medo. As pessoas, normalmente, não são assim e ela também não tinha de ser.

Ela disse-me que queria ser e eu respondi-lhe que ela estava enganada.

AS PARVOÍCES

Acho que já pus aqui a cena do CR7 ter dito a uns miúdo que esperavam o transplante de medula óssea que não lhe dava jeito nenhum ter leucemia agora porque tem cenas combinada.
Ri-me muito porque adora estas estupidezes.
Agora mesmo, estava a passar à porta de uma tabacaria (não estava nada, fui comprar cigarros) e vi a capa de uma revista que, em parangona, dizia DEIXE DE SER GORDO!. Como um parvo, ri-me em voz alta a imaginar um gordo, e não tenho de imaginar muito, passar ali, ver aquilo e dizer FODA-SE!! COMO NÃO ME LEMBREI, AINDA, DE DEIXAR DE SER GORDO?!.

Isto é parvo a muitos níveis e não vou referir todos...
Primeiro, há muitos tipos de gordos. Não vou dizer que os há por convicção porque desconheço a sua existência, mas há os que vivem com o seu peso como com a maiora das coisas nesta vida. É o que é. Devia emagrecer? Devia mas não me apetece. Para eles, este DEIXE DE SER GORDO é muito engraçado. Há os gordos que sofrem com isso e para eles a expressão é uma punhalada. Para uns e para outros, contudo, é indiferente que um idiota grite, mesmo em palavras, este tipo de coisas...
Segundo, as pessoas que lêem revistas de fitness preocupam-me muito mais que gordos. Os gordos podem conversar de muitas coisas, como a maioria das pessoas, os gajos (e gajas, claro) que lêem estas revistas, não: ele é percentagem de gordura, spinning ou lá como se chama essa merda, o bem que lhes faz o exercício e como lhes limpa a alma, a contagem regressiva para a próxima ida ao ginásio, os segredos da depilação (estava uma vez num elevador de um,, you guessed it, ginásio, e esta conversa estava a ocorrer entre 2 gajos...) e todas as coisas super interessantes que tais...

Depois têm a particularidade de serem mentirosos, esses do fitness.
Voltando ao sempre presente Dr. House: num dos episódios, havia um paciente (cuja doença não se encontrava, claro) que era uma daquelas gajas que faz vídeos de exercício e que puxa pelos gordos e cenas que tais e era o próprio exemplo do programa porque era muito gorda antes de ter descoberto a maravilha do exercício.
Ora, a doença dela resultava de uma banda gástrica que tinha colocado (e ninguém sabia, era a parte oculta do milagre) e a solução era tirá-la. Em alternativa, podia ficar com ela, correr mais riscos e ter de tomar medicamentos para o resto da vida.
Resumo: tirar a banda era mais SAUDÁVEL, aquilo que ela apregoava e que jurava ter sido o motivo de ter querido emagrecer.
Pois... ficou com a banda.

Sabem porquê?
Porque estes gajos que falam da saúde não querem saber disso pra nada, só querem ficar contentes (e nunca ficam) quando olham para o espelho.
Detesto gente mentirosa.

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