Às vezes sinto-me como os animais. Ia dizer como os cães mas acho que animais é mais certo porque uma vez que há-de ser uma característica universal mas como não vivo na selva...
Porquê? Porque tendo a sentir o aproximar das tempestades.
Há, ainda assim, algumas diferenças.
Contrariamente aos animais, não tenho por hábito evitar as tempestades (o que parece corajoso mas não estou certo que seja e não é um assunto que me apeteça abordar).
Também contrariamente aos animais, sou capaz de provocar tempestades mas, já como os animais, em instinto e como reacção, nem sempre por vontade.
Uma vez, num filme cujo título não recordo, ameaçaram um gajo com tortura e ele respondeu-lhes "façam o vosso pior!"; não se chamava Vítor mas podia.
Sinto muitas vezes o mesmo. Digo muitas vezes o mesmo. Penso muitas vezes o mesmo. Faço muitas vezes o mesmo.
Pensem nas nuvens escuras como maus pensamentos que vão chamando outros.
Agora pensem que os pensamentos não são maus mas reais.
E agora pensem em quem não é muito profícuo em evitar que o pensamento se torne realidade.
E, por fim, pensem que essa pessoa está, várias vezes naqueles dias difíceis do mês.
Um sonho, não é?
Ando, há anos, a tentar sentar-me para que passe, como os Alentejanos fazem com a vontade de trabalhar, mas ainda não aperfeiçoei a técnica.
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