Thursday, December 17, 2015

As Crises e Os Heróis

Não falemos dos que voam mas daqueles, de carne e osso, que assim são considerados.
Por falta de paciência, darei um exemplo histórico e outro ficcional.

Churchill

Churchill é imensamente admirado pelo papel que teve em tempo de guerra.
É justo.
O que acontece é que Churchill não existiu - enquanto humano - apenas em tempo de guerra mas existiu apenas - enquanto figura acarinhada - em tempo de guerra.

Quando o Reino Unido não estava nas cordas, Churchill não servia porque as enormes qualidades que tinha era proveitosas em circunstâncias adversas mas insuportáveis quando não expressamente necessárias.
A Guerra acabou e ele também.

House

Num determinado episódio, apareceu um gajo que se tinha curado de cancro mas recaiu.
Quando voltou ao hospital onde tinha sido tratado, o Wilson perguntou-lhe pela mulher e soube que ele a tinha trocado por um modelo mais recente.
A merda do cancro azedou e a ex apareceu e - vá - reconciliaram-me.
Ele curou-se o Wilson perguntou pela ex que seria, agora, actual. Tinha voltado para o modelo mais recente.

Porquê?
Quem queremos quando estamos a morrer não é, necessariamente, quem queremos quando estamos vivos.

Então,
acho que esta gente é uma besta mal agradecida?
Mal agradecida, sim.
Besta...

Há uma banalidade que se diz amiúde e que consiste em achar que as pessoas vêm-nos nos momentos difíceis...
Digamos isto: só se uma vida for completamente miserável é que será uma imenso amontoado de momentos difíceis, o que significa que, durante - espera-se, a maioria do tempo estamos em paz.

Seremos mais A pessoa nos poucos momentos de dificuldade ou no resto integral do tempo?
Não é tão fácil como aparenta, a resposta, e os exemplos citados parecem ser uma prova contra-intuitiva mas nem por isso errada.

QUEBRAR EM CASO DE CATÁSTROFE?

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