Friday, September 16, 2016

Ressentimento

Antes do descrito no anterior, a conversa acabou em Ressentimento.
Começou por outro lado...

Há uma família que se relaciona mal - ou não se relaciona - e um gajo foi tentar resolver mas pediu segredo à mãe da mulher para que a coisa não piorasse.
Não surpreendentemente, o segredo não foi bem sucedido e a maneira como foi denunciado foi revelador dos motivos pelos quais a coisa não endireita.
A minha opinião, como a transmiti, é que, infelizmente, muitas das vezes o melhor é ficar quieto porque, por norma, o que acontece é o que aconteceu.
Ele respondeu-me que não é tanto a separação física mas antes a separação física com ressentimento que o cheteia e que quer evitar.

E aqui está ele.

O problema da teoria dele, ainda que bem intencionada, é que o ressentimento não tende a diminuir sem a ausência em si e, para que assim ocorra, é preciso que as pessoas sejam um bocado diferentes de mim.
Tentar eliminar o ressentimento sem que haja tempo a erodir a coisa é virtualmente impossível.

E, talvez, o pior do ressentimento será que impede o copo de esvaziar. 
Percebem?
As pessoas fazem merda e, na altura, é desagradável mas se a merda não for demasiado violenta é perdoada e voltamos ao estado anterior.
O ressentimento impede este mecanismo.
Tenta-se perdoar e pensa-se que se consegue mas não se consegue voltar a um estádio em que se permitiam normalidades que incomodam mas que não são determinantes. Tudo passa a ser determinante.

Mas é mesmo por isso que acho que o melhor é cortar o mal pela raiz. É mesmo por isso.
Corta-se antes que o ressentimento tome conta. 

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