Filho da Puta...
Coloquei, aqui, um mapa da Auto-Estrada Pan Americana.
Como de gajo obcecado tenho pouco, andei a ver mais cenas a respeito, incluindo os não tão escassos relatos de gente que fez isto.
Um dos relatos foi de um casal que fez isto de mota e demorou um ano.
Na parte em que descreviam os preparativos, revelaram que o plano era arrendarem a casa e ir usando esse dinheiro - suponho que com mais outro mas não sei se disseram - como fonte de rendimento durante o tempo em que andavam pela América do Sul...como não conseguiram arrendar...venderam.
A primeira coisa que penso sempre que vejo esta gente admirável é e depois? Quando acabar e tiver de voltar, venho fazer o quê? E o meu emprego? E a cheta que me custa tanto juntar vou voltar a arranjá-la como? e isto resulta daquilo que muito critico nos outros: ideias pré-definidas que me foram vendidas.
É certo que sou mais desprendido que a maioria e muito mais do que uns outros quantos.
É verdade que o meu emprego me diz pouco enquanto tal; não é tanto que não goste dele mas, no fundo, como só me interessa ter sucesso o que ando a fazer, em concreto, é mais relevante.
É da mais clara evidência que devemos fazer o que nos faz feliz. Não quero dizer descurando as consequências mas suportando o que nem é, realmente, uma má consequência.
Preferia estar a andar durante 4 anos pela Ásia do que estar aqui. Até porque, estou aqui a fazer o quê, exactamente? Melhor: o que estou a fazer aqui é assim tão importante?
...e depois, quem diz que volto? Não tenho de ficar mas também não tenho de voltar.
Concordo com tudo isto mas, depois, fico na mesma preso na primeira premissa: e o que vou fazer quando acabar a viagem? sendo óbvio que a viagem não tem de acabar.
Eu quero ser livre e pareço muito livre mas, nos meus parâmetros, não sou assim tanto porque continuo a estar amarrado ao que acho que não devia.
Como disso, outro diz vi o livro do Theroux e aquilo entristeceu-me.
E continua a entristecer-me.
Filho da Puta...
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