Somos do Reino Animal
(estou muito cansado e sem energia para fazer coisa útil, pelo que em vez de trabalhar e fazer merda...)
Há uns dias atrás, quando entrei pareceu-me que a casa estava mexida. Então, fui dar uma revirada nas divisões e que tais para confirmar se não estava alguém lá dentro, ainda.
Quando a vistoria acabou, dei conta que fui patrulhar o território com o peito mais cheio do que é costume e os ombros mais direitos do que os costumo transportar.
Nenhuma destas duas coisas foi intencional mas a intenção foi a mesma que os outros animais: parecer maior e mais ameaçador.
Pensei neste tipo de comportamento, outra vez, ontem.
Tive um jantar de apresentação a familiares e cenas.
Não sou de falar muito e também não sou de me preocupar ou ficar nervoso com essas coisas. É verdade que talvez tenha estado um bocado mais calado mas isso resulta do facto de estar com estranhos com os quais desconheço ter alguma cosia em comum.
A mulher (Mãe) foi aquilo a que estou habituado que as mulheres sejam comigo.
Simpática e sorridente; com atenção ao que vou dizendo e fazendo e, com o passar do tempo, a aproximar-se em termos literais.
O homem (Pai) foi o completo oposto da mulher (Mãe).
Distante e sem, sequer, contacto visual e o despedir a custo, depois de não me ter sequer dirigido a palavra.
Poderia haver quem se chateasse com isto.
Tomo como um elogio.
(agora, por favor, entendam como uma interpretação que me parece correcta mas muito discutível porque, em termos reais, não conheço nenhuma das pessoas)
O que aproxima as mulheres de mim é a mesma coisa que afasta os homens: sou Homem e pareço Homem.
Há mecanismos que não se controlam e este será um deles. As mulheres tendem a achar que lhes posso ser bom e os homens tendem a pensar que a coisa pode azedar porque, se der para o torto, haverá pouco que possam fazer para me impedir do que quer que seja,
Reparem: isto não é nada de agressivo ou ostensivo. Isto é o cérebro reptiliano.
Teve muita graça. Tomei como elogio. Isto é bem mais agradável e divertido do que ser artificialmente - e realmente, se for para ser honesto - simpático.
Para ilustrar, duas coisas que aconteceram entre ontem e hoje:
Ao ver uma foto minha em que aparecia em tronco nú: Ei, K...Tens um peito...
Pessoa que gosta de gente esguia e definida: não sou nenhuma das duas.
Quando se é exposto a massa - e se não está habituada - a realidade entra sem licença.
Pois, pois...devíamos todas ter um K, em casa.
Depois de ter arrastado um frigorífico - obviamente porque me pediram - duas casadas disseram-me isto.
Nem elas - nem eu, na verdade - medem o que é ser Homem pelo peso que conseguem levantar ou arrastar....mas, depois, a realidade entra sem licença.
Somos engraçados e interessantes porque não somos só racionais.
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