Uma Semana - 2.000 Kms
Descontando tudo o que de muito mais fiz, o título resume as minhas férias.
Poderia ser relevante uma descrição mais pormenorizada quanto a lugares e que tais mas isso interessa-me, em geral, menos porque as especificidades são menos relevantes do que as abstracções. Menos relevantes ou menos interessantes o que acaba por dar no mesmo.
Se as férias servem para sermos, durante algum tempo, aquilo que gostaríamos de ser a tempo inteiro então foi isso que fiz.
Saí apenas com o destino seguinte programado. Passei de um destino para o outro apenas com o seguinte passo na agenda e de dia para dia era isso que ia acontecendo.
Ir aqui deve ser giro e, depois, dar espaço ao tempo para tudo o que pode acontecer pelo meio. Saber que o programa é chegar ali mas consciente de que, como tudo o resto, muito pode ocorrer até se chegar lá e, as mais das vezes, o mais significativo acontece no entretanto e não no princípio nem no fim.
O inesperado é inevitável por muito que se programe, pelo que o melhor é abraçar essa incerteza e deixá-la assumir a importância que terá quer queiramos quer não.
Para se Ir da forma que me agrada Ir há dois caminhos: sozinho ou com alguém.
Apesar de parecer uma evidência parva, nem todos conseguimos ir sozinhos e nem todos encontramos alguém para ir connosco.
No meu caso, ir sozinho não me causa nenhum embaraço e é a regra geral das minhas partidas. Não é a mais fácil das empreitadas encontrar companhia para estar em constante ou quase constante movimento.
É certo que irão ouvir ou ler por toda a parte gente que se assume como aventureira e à procura de experiências novas mas metam essa gente em trilhos de cabras durante uma hora para descobrir uma praia; metam essa gente em trilhos de cabras durante uma hora para descobrir uma praia que, à partida, não se sabe se compensará o custo....e, depois, de não valer, descubram nessa gente quanta não ficará fodida e apenas pensará bem...falhou. Sa foda.
Neste tipo de aventuras, como na vida, nem tudo corre bem e isso não é um problema. Isso faz parte.
No meu caso em concreto, vou perder-me muitas vezes; vou olhar para coisas que não corresponderam ao que queria; vou procurar o que não conseguirei encontrar; vou jantar em lugares que não valeram a pena depois de me ter esforçado por lá chegar; vou pensar caralho! Mas o que vim aqui fazer?!.
....e nada disto me demove nem me entristece. Não fico triste quando corre mal. Fico triste quando não vou.
Voltando um pouco atrás:
não fui sozinho e fiquei e estou contente por não ter ido sozinho.
Também por defeito de fabrico, procuro perceber o que falha muito mais do que festejar o que consigo e, no seguimento desta falha, tendo a procurar o que me chateia para estripar. Só que, em certas ocasiões, não é de estripar mas de colocar em perspectiva: é óbvio que vai haver chatices porque eu sou como sou e a minha capacidade de criar confusão onde ela não existe é virtualmente ilimitada mas, depois, e muito mais importante:
Eu tenho muita sorte de tu seres assim...se não fosses isto não seria tão bom.
O que acabei de escrever não é segredo: disse-o.
Foram umas férias óptimas e - acho que pela segunda vez que me lembre - não estava com vontade de voltar. Melhor: não costumo ter vontade de ficar ou de voltar porque...bem, não ligo muito a uma coisa ou a outra.
Acho que pela segunda vez não queria voltar.
0 Comments:
Post a Comment
<< Home