EUROPEIAS
AS EUROPEIAS
Desta vez não fui votar. Eu, que nem sou um gajo indeciso nem que precise de muito para escolher o mal menor não o consegui fazer desta vez.
Portugal mostrou mais uma vez, para o bem e para o mal, que é comedido e muito pacífico (para o bem porque nos mantém com as montras inteiras e para o mal porque nos mantém as montras inteiras); o PSD teve uma derrota que foi, na prática, uma vitória porque ficou, salvo erro, a 5% do PS que cantou vitória com uma derrota esmagadora...pelo mesmo motivo mas inversamente; o PCP e o BE são cenas que, nesta conjuntura, tinham tudo para disparar nos votos mas o com povo nacional não é de ir nessas camelices, como provou e prova vezes sem conta, e deu um crescimento pírrico ao PCP e cavou mais um bocado a cova onde, mais cedo do que mais tarde, o BE vai ver escrito RIP; o Marinho Pinto foi a expressão do descontentamento - antes ele que o PCP e o BE - e vai fazer barulho para a Europa o que pode nem ser uma coisa muito má.
O Seguro, depois do discurso de vitória viu a realidade das coisas com o reaparecimento de um não muito heróico ainda Presidente da Câmara de Lisboa. Costa, juntamente com todos os portugueses, percebeu que o PS perdeu, teoricamente, e caminha apressadamente para nova derrota, prática, nas Legislativas.
O facto de esta posição ser do agrado dos pequenos Sócrates (como aquele idiota que tem um piercing e deve acordar todos os dias molhados a pensar no original) e do próprio só nos pode preocupar porque como os demonstrou e demonstra à saciedade o Hollande, a Esquerda e a Direita andam na mesma estrada enquanto o sinal da auto-estrada é o Euro (ou qualquer outra moeda, na verdade. Se quisesse, o que neste momento não quero, provar que o dinheiro é SEMPRE rei e senhor falaria da queda da URSS e do Berlusconi, por exemplo).
Antes de passar para as EUROPEIAS na EUROPA, deixem-me só dizer isto:
Estou cansado desta gente toda e especialmente desta gente que tentam mentir e enganar-nos.
Só um idiota pode imaginar que a reestruturação da dívida depende de nós; só um idiota pode imaginar que Portugal, sozinho, tem peso para o que quer que seja; só um idiota acha que as coisas podem melhorar por magia. E a maioria de nós não é idiota.
Ainda por estes dias estive a ver o Olhos Nos Olhos do Medina Carreira e o convidado (cujo nome não me recordo mas que é muito conhecido e muito público) continua a defender que o mal de tudo é do Euro e que enquanto lá estivermos nada vai melhorar, muito pelo contrário.
A Judite, que teve um momento de clarividência, perguntou-lhe, então, se o melhor seria sair ao que ele respondeu: Não, não podemos sair!
E um gajo fica a pensa: Foda-se, temos mesmo de ouvir estes camelos que propõe saídas que dão para paredes...paredes que os próprios conhecem?!
O resto da Europa reduz-se, na verdade, a um país: França.
É verdade que a Angela ganhou mas isso nada muda: é verdade que há uns quantos países que caíram para os extremos (onde já andavam alguns, como a Hungria) mas o que interessa mesmo é a França!
Porquê?
1. A França é metade da Europa, sendo que a outra metade é a Alemanha. Podemos dispensar muita gente, onde se incluem os ingleses, para que a Europa ande para a frente mas nunca a Alemanha ou a França;
2. A Le Pen é igual ao Le Pen mas usa verniz, tanto nas unhas como nas palavras; não a ouvi dizer que o Holocausto nunca existiu nem que os imigrantes deveriam ser fuzilados mas em momento nenhum duvido que pense;
3. O Hollande, a grade esperança da Esquerda (como a Esquerda é parva...) levou uma paulada da qual não se vai levantar e, para mim, só não se demite porque pior que a Le Pen ganhar as Europeias era ganhar as legislativas;
4. A França pode servir de exemplo a seguir, os outroas países não.
Ou seja: não é indiferente a Hungria nem a Grécia nem mesmo a Rússia (porque apesar de próxima está fora) mas estes são sintomas. A DOENÇA é a França.
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