Saturday, May 16, 2015

MAYWEATHER vs PACQUIAO

Para começar com honestidade, não tenho a certeza que tenha escrito correctamente o nome deles.
Para continuar, não vi o combate todo mas apenas um resumo alargado.

As notícias que li depois do combate davam conta de que o filipino tinha sido roubado e que merecia a vitória. Li, também, que o combate foi uma seca.
A primeira não se confirma, pelo que vi. Ganhou e ganhou bem.
A segunda confirma-se mas não é surpreendente. Quando duas pessoas que são muito boas no que fazem se encontram é raro a coisa ser mesmo espectacular. Em casos destes, sabendo cada um ao que está sujeito, é muito comum tratar com mais respeito e, em sequência, ser mais avisado nas decisões que toma.
Quando se quer espectáculo, mete-se um gajo mais fraco para apanhar e dar para a pirueta e para o festejo avassalador.

É assim em quase tudo.
Um jogo entre o Real Madrid e o Bayern nunca acabará em goleada (escolhi este em específico porque já acabou mas não desvirtua o princípio, a anomalia não pode ser tida como regra ou afectá-la), uma corrida que tivesse o Rossi e o Dohan não terminaria com voltas de avanço, um jogo do Kasparov e o americano cujo nome não me recordo (acho que era Fisher) não terminaria em 20 minutos.

De volta ao combate:
Eu acho que o Floyd ganhou bem e apesar de pouco espectacular, se se apreciar a arte em si, é incrível a capacidade dele de não apanhar na tromba. Dar KOs em boxe, para um pugilista, não é difícil, difícil é evitá-los.
É menos espectacular mas muito mais difícil.

O POLITICAMENTE CORRECTO

Mandaram-me, ontem, uma história - verídica - sobre uma família que foi abalroada por uma tempestade perto dos Açores e que, se bem me lembro, apenas um dos membros sobreviveu.
Lida a história, quem a escreveu usou-a como um clássico cada um é cada qual. Irritou-me muito.
Então,
os Pais levaram os filhos a dar uma enorme volta de barco. Decidiram que deveriam dar-lhes a conhecer o Mundo e que isso seria mais importante e mais útil que a vida clássica de escola que está destinada às crianças.
Contra isto? Nada.
O gajo que escreveu, para dar ênfase, explicou que eles decidiram voltar da viagem porque tinham saudades da terra e porque começaram a sentir-se afectados pelo franzir de olhos social que entenderia que as crianças deveriam seguir o manual que a comunidade lhes entrega de escola, amiguinhos, rotinas e por aí fora...e quando decidiram o regresso, a natureza castigou-os e matou-os.

Isto sim, irrita-me.
Na tentativa de mostrar a rebeldia de desafiar as regras e não se conformar o que se conseguiu é o que é hoje o politicamente correcto.
Hoje em dia estamos numa fase em que as pessoas criticam o equilíbrio e fazem gáudio de não se enquadrarem e de serem extremos e de ou as amarem ou as odiarem. E o pior é que não são nada disto. Quando chega o momento de mostrar que não se conformam, conformam-se; quando chega a altura de mostrar que conseguem ser extremos e defender os princípios em vez da pele que os cobre, conformam-se.

Novamente,
o meu problema não é com os conformados nem com os que não se conformam, com os heróis ou com os cobardes, o meu problema é com mentirosos e, pior, moralistas.

Para que se entenda mais ou menos o que quero dizer:
a) quando os gajos do Bloco de Esquerda não usam gravata por serem anti-sistema, o não usar de gravata torna-se igual ao usar de gravata; quero com isto dizer que é uma farda na mesma, não os torna diferentes e fora do sistema, faz exactamente o contrário;
b) quando os vegetarianos criticam os que o não são não ajudam a causa da natureza e da liberdade, defendem o seu contrário; não é a ordem que os incomoda, como dizem, é a ordem que não querem que seja seguida;
c) quando se quer lutar contra o sistema e o resultado da luta é a morte em alto-mar, o que se repudia não é o sistema, é aquele sistema.

Eu sou muito anti cenas, como se retira facilmente, e não tenho orgulho nisso quanto à esmagadora maioria das coisas; os extremos não são uma coisa boa e só acha isso quem é burro ou quem não é assim.
Quando chega a altura de pagar por se ser radical os voluntários são muito poucos.

(ainda devo voltar...)
(sim, é mais uma ameaça!)

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