Thursday, October 01, 2015

A ideia de que ser-se muito sério e, eventualmente, austero é uma vantagem é uma miragem de mentes pequenas.
Reconheço o valor da imagem de seriedade em algumas situações, como por exemplo numa primeira abordagem; parece-me normalíssimo que numa entrevista de emprego o pessoal se barbeie e não diga palavrões (dois quesitos em que nem sempre fui bem sucedido...) e que não se queira revelar a quem se conhece pouco que putaria é o hobbie praticado.

Reconheço, também, o valor do chicote que uso de vez em quando. É óbvio que, de vez em quando, se torna necessário puxar a trela e mostrar que, quando necessário, o pessoal tem de ter cuidado. 
Há relativamente pouco tempo ouvi um gajo que faz cenas dizer algo com a qual concordo e que pratico: prefiro ser descontraído quase sempre e, de vez em quando, bater com força! Andar a dar raspanetes é cansativo e pouco útil, torna-se chato; uma vez ou outra, quando preciso de me impor faço-o sem contemplações. É próximo do conceito de enforcar um de vez em quando que verbalizo ou o que leva os EUA, por exemplo, a invadir uns ou outros para avisar os que rodeiam.

Infelizmente, uma lição pouco entendida.
Há uma ideia corporate - dos de miolo pequeno - que a seriedade é tudo! Bem, não será bem dos de miolo pequeno mas dos intermédios ridículos.

Por estes dias, por encomenda (o que só me enoja mais), foram feitos alguns avisos à navegação. Avisos que têm que ver com barulho e linguagem.
Reparem: não sou completamente destituído! Entendo e pratico a ideia de que é necessária ordem mas ordem a mais é contraproducente.

A este mesmo gajo que serviu de veículo já lhe tinha dito uma vez qualquer coisa como:
Pá, não sejas parvo (pouco corportate da minha parte). Não podes ser burro ao ponto (pouco corportate, outra vez) de achar que as parvoíces e alguns dos excessos não compensam. Não te pode escapar que, por acaso, são os mesmos que se excedem de vez em quando e que não estão sisudos o dia todo que chegam mais cedo e que trabalham, de forma clara e óbvia, mais!

Não acho que lhe escape mas alguma testosterona escapou, eu acho.

Há algumas coisas que não são compreendidas pelo quadro intermédio e que, por isso, sempre o será.
Uma delas é que dinheiro não é tudo. É muito mas não é tudo.
O quadro intermédio não entende que a vontade das pessoas estarem onde estão as motiva a estarem lá; o sentimento de que se vai para um lugar onde se diverte - de vez em quando - e onde se é querido é fundamental para o funcionamento de qualquer conjunto de pessoas ou equipas.
O quadro intermédio não consegue compreender que um palavrão aqui e ali aproxima as pessoas; não consegue compreender que alimentar uns minutos de completa parvoíce corta a tensão e faz retomar em dobro.
O quadro intermédio não consegue compreender que as pessoas não seguem o título (ainda que sejam forçados a obedecer-lhe) mas a pessoa... por isso, por exemplo, apesar de outra a estrela do Barcelona era o Xavi a quem seguiam.

....e coisas que não revelo nem partilho porque ninguém tem nada que ver com isso, não é ao quadro intermédio aquele a quem trazem rebuçados do sabor que ele gosta nem canetas com as quais escreve mas que lhe estão a faltar e não lhe apetece comprar.
...e não compreenderá nunca o quadro intermédio que alguém um bocado fora da caixa e, por vezes, verdadeiramente insuportável é muito melhor tratado do que aparentemente merece e não compreenderá porque não vê um palmo à frente do nariz!


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