AD HOMINEM
É difícil tentar perceber quando demais é demais.
Muitas das vezes é evidente quando visto de fora mas a busca da verdade, que está, muitas vezes, de mãos dadas com a nuance, não é um momento fácil de encontrar.
Não será muito diferente do gráfico que revela quando é atingido o pondo de produção máxima de petróleo porque só se sabe qual é quando já tiver sido; será, também, relativamente parecido com aquele wiskey que fez a alegria tornar-se bebedeira.
É, também, difícil conseguir-se distinguir quando se fala com alguém para se ter perspectiva e quando se fala com alguém para se ver replicada uma perspectiva em específico.
Se formos suficientemente espertos - e nem é muito, sabemos, mais ou menos, o que nos dirá esta ou aquela pessoa; então, quando tomamos a decisão de, por exemplo, ligar a este ou aquele ou a esta ou aquela sabemos o que iremos ouvir e escolhemos, mesmo que inconscientemente, o que estamos dispostos a saber.
É esta verdade vista de forma extremada que leva a que o House não pergunte coisas aos pacientes porque parte do princípio (mais vezes certo do que errado) que lhe vão mentir.
É, ainda, complicado contrariar que os actos valem mais do que as palavras mas se atentarmos as limitações que nos impregnam a todos vemos que a verdade é menos líquida do que parece.
Eu disse: Eu quero ter um relacionamento mas acho que não consigo... Ao que me responderam que digo isso mas, a verdade, é outra: Não quero.
A verdade está entre o que digo e o que faço: Eu quero, por isso digo. Eu não quero, por isso faço. Mais a fundo, ainda, seria dizer que só quero se for de uma determinada maneira e aquela não era a maneira.
Quererá isto dizer que quero ou que não quero?
Alguém lê: Se precisas de mim, diz-me, paro tudo por ti e mesmo não achando que lhe estão a mentir sabe não ser verdade.
Não há afirmações absolutas, é óbvio. Não se deve, por exemplo, largar quem está numa situação pior por outra sendo que ambas essas pessoas são importantes.
O que sucede é que nem relativamente é verdade. Poderia ler-se Paro tudo, se não me for muito inconveniente, algo que ainda assim mereceria apreço mas que não é bem a mesma coisa.
...e voltemos ao início: Quando é demais?
Vai sempre depender a quem se perguntar, certo?
Poderemos, talvez, encontrar uns termos mínimos mas mesmo isso é difícil.
Talvez seja justo pensar que quando quem, de facto, não merece ser afectado pelas merdas por que estamos a passar é afectado seja o momento...
Talvez quando a evidência que se vê mas que se crê ser uma impressão deixe de o ser...
Talvez quando nos sentirmos mais burros do que estamos dispostos a ser.
Nem tudo valerá a pensa, independentemente do tamanho da alma.
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