Saturday, December 26, 2015

É Redutor Mas...

Ando a dar forte nos livros, por estes dias, e os últimos 2 (um dos quais inacabado, ainda) versam sobre a Opus Dei e a Maçonaria e outro sobre a crise que se abateu pós 2008 (acho que é este o ano mas parece que foi ontem).
Como sou egocêntrico - ainda há uns poucos de dias me chamaram isso outra vez...não neguei - olho para as coisas e penso como me afectam; ah, pode não ser egocentrismo, pode ser que, como Voltaire, prefira falar de mim porque não sei mais sobre outra matéria.

OPUS E MAÇONARIA

Estive a ler e fiquei com a nítida sensação que cenas organizadas deste tipo não são para mim, o que acaba por ser mais ou menos esquisito porque pratiquei desportos de equipa e nem funciono mal em conjunto.
Pensar em passar por fases e usar adereços e fazer cerimónias e prometer coisas e jurar lealdade (coisa que sou sem jurar mas que se for imposto não resulta) faz-me uma extrema confusão. Pensar em mim de avental ou com uma cena amarrada à perna para me fustigar deixa-me com urticária e isto só de pensar.

Tenho problemas com autoridade e organizações de qualquer tipo.
Quando tive de fazer uma cena chamada team building fiquei próximo do homicídio; quando quiseram que fosse praxado dei por mim a pensar que talvez não fosse pior comprar um colete suicida.

Já tentei ser cordeiro, não resultou.

O DA CRISE

É muito engraçado, e interessante, que se procurem explicações técnicas para se entender o que aconteceu e por que deu merda. Tão interessante que não parei de ler cenas sobre política monetária e macro-económica e a consequência de excesso de poupança e a consequência dela no que concerne à insuficiência de crédito.
No fundo, contudo, radica quase tudo no mesmo: a humanidade.

É muito comum, por exemplo, dizer-se que os computadores e as máquinas não se enganam mas isto parte de um princípio altamente duvidoso: o de que quem as programa não comete erros.
Ora, se uma máquina é programada em erro ela limitar-se-á, sem falhas, a replicar o erro inicial para sempre.

É mais fácil radicar as explicações na nossa própria natureza.
A crise, esta e todas, acontece quer porque não temos memória quer porque somos, intrinsecamente, gananciosos e nada chega.
Explicações mais rebuscadas são divertidas e servem, apenas, para pensar que controlamos o incontrolável e que racionalizaremos, mais cedo ou mais tarde, o irracional.

...E PARA (DES)ENJOAR

Para complementar a estupidez que nos lambe a todos, tive um jantar de Natal que se previa vir a ser uma seca, seca que se confirmou.
Para ser honesto, poderá ter sido menos mau do que me lembro porque a minha disposição era um bocado má...juntou-se a época, a ressaca, o cansaço e a vontade de estar a fazer outra coisa com a previsível chatice que segue uma prova de vinhos com umas tapas.

Pá... é absurdo como as pessoas pensam ser sofisticadas porque sabem (o que nem corresponde à verdade) o que é uma casta e esse tipo de merdas. 
Os sofisticados, depois, dizem coisas como:
Para vocês estarem juntos há tanto tempo é porque têm mesmo de gostar um do outro - é, não se desse o caso de não ser essa a justificação;
Ah, estive a ver as fotos das gajas que andam, agora, na nossa faculdade e são muito melhores do que no nosso tempo! Ai se andasse hoje na faculdade! - sim, porque quando andaste viveste atrelado à tua namorada e hoje seria completamente diferente! Era só comer gajas!
Oh pá, hoje em dia é tudo descartável. As pessoas casam para se divorciar... - sim, nada tem que ver com a emancipação da mulher e com o facto de, hoje, como tomam conta de si não precisam de papar o chaço de aturar um homem das cavernas...

Vêm nada, sabem nada mas sentem-se espectaculares porque este vinho tem um travo a maçã ou isto tem muita classe!

Não, não tem.

...de todo o modo, como nem tudo são espinhos:
- K, onde estás?
- Estou a jantar perto do X. E tu?
- Tou a jantar no Y. Queres passar por cá?
- Quando acabar, ligo para saber onde andas e encontramo-nos.
- Tenho uma surpresa para ti! Liga mesmo.
- Ok.

Qual era a surpresa?
Estava uma preta no jantar. 

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