Saturday, April 23, 2016

Forma VS Substância

Comecemos pelo mais simples: Restaurantes.
O que mais interessa num restaurante? O que se come.
Não sou indiferente ao ambiente nem à decoração nem a nada disso mas tudo depois de o que se come.
Ora, não é estúpido presumir-se que se comerá melhor onde se paga mais mas já é estúpido que se volte ou se aprecie um lugar onde se paga mais e não se come condignamente...e o pior é que isso acontece com muita frequência. E porquê?

Há uns tempos, uns gajos pegaram em duas garrafas de vinho, esvaziaram-nas e trocaram os líquidos de uma para a outra.
Uma delas era caríssima (com o líquido barato) e a outra barata (com o líquido caríssimo). Mesmo com o líquido barato, ganhou a garrafa caríssima. GANHOU A GARRAFA!

Isto devia ser suficiente para se entender que a presunção é certa mas sempre passível de ser demonstrada errada.

1
É sabido por quem me conhece, mesmo que mal, que não tendo a andar a passear mulheres. Não janto fora, não vou aos meus spots habituais e não faço reuniões de amigos com elas...a menos que me digam mais do que duas horas de diversão - e elas sabem sempre o fim a que a coisa se destina.

É, também, sabido que sou pouco dado a lugares da moda (daí a cena dos restaurantes mais acima) e prefiro coisas mais terrenas e simples. 
O que se passa é que se confundem as coisas porque se presume o que se não sabe: não é que não jante fora com mulheres, só não janto fora com qualquer mulher; não é que não goste de luxo, só que luxo real não se mede em ouro e em veludo mas em subtileza (gente de bom gosto usa Jaqut Doroz e não Jacob e cenas cravejados de diamantes).

Então, eu conheço e eu sei...mas não parece.
Fiquei surpresa por conheceres todas essas coisas, depois do que me dizes...
Não devia.
Eu sei. Eu conheço. Eu gosto. Eu só não preciso de demonstrar com palavras e o bom gosto não precisa de holofotes.
Sou sofisticado mas não pareço...

2
Eu disse à X o que fazias mas disse que não serias nada do que se espera de quem faz o que tu fazes.
Até tenho vergonha...
O termo vergonha não foi o que se pretendia usar, por isso não me irritou. 

Ri-me muito. É exactamente o que me agrada em ser o que sou e como sou.
É um facto que não me pareço com as outras pessoas que fazem o que eu faço. É verdade que é inesperado. É verdade que me atribuiriam muitas outras profissões.

...o que se passa, contudo, é que na profissão em si eu não sou nada de deitar fora.
Eu sou exactamente o que se precisa de quem faz o que eu faço mas, concedo, não pareço.

Como antes, a substância interessa sempre mais mas, sem qualquer margem para dúvidas e sem nenhum ressentimento, é certo tirarem-se conclusões quando se vê a forma. É como a história dos lugares comuns, o pessoal ri-se destas coisas redondas mas isto é certo: os lugares comuns existem por isso mesmo, porque são comuns e, por isso, certos a maioria das vezes.

3
Ontem encontrei meia dúzia de pessoas que não via há bastante tempo e de quem não tinha saudades.
Por causa da minha transformação física e do tempo que passou desde que me viram, foi assunto.

Sim, novamente uma questão de forma vs substância mas aqui era tão óbvia que o foco será outro:
De entre as pessoas, havia 2 casais e as mulheres desses casais ficaram impressionadas (sim, uma outra vez: sou a mesma pessoa que sempre fui - com ligeiras diferenças, claro - mas agora olham para mim de maneira diferente).
Como perdi muito peso mas continuo a ser encorpado, elas perguntaram-me o que andava a fazer para estar assim e lá lhes disse.

Elas: nota-se. Estás óptimo. Agora a coisa deve estar movimentada...
Eles: oh. Isso não é possível. Deixa-me ver uma cosia (e um deles apertou-me o braço e pediu que contraísse, coisa que fiz porque até reflexivamente o faria se fosse apertado sem me pedirem nada). Hmm...os meus são mais grossos!
Eu: Oh, L, tu não podes estar bom da cabeça. Esses fósforos que tens presos aos ombros são como os meus?! Pá, se calhar pedimos à C (mulher dele) para desempatar...

Ele não quis. O que tinha dito era demasiado estúpido e a mulher poderia gostar mais do que devia.

O que isto revela é mais ou menos isto:
Ele - como muitos e muitos outros - sentiam-se melhor na minha presença antiga porque os fazia (achavam...) parecer mais desejáveis mas o tempo passou e, para mim, andou para trás. A coisa mudou e isso chateou a testosterona que lhes há-de andar a faltar.
A mim, nunca fez qualquer diferença.
Os outros podem ver-me por comparação mas eu não me vejo por comparação a ninguém.

Estive lá pouco tempo e fui-me embora. As pessoas chateiam-me cada vez mais...

CRISE POR CAUSA DE MISS BUMBUM

Título de uma notícia do VIDAS.
O que terá acontecido é que o Ângel - O terá tentado sacar a Miss BumBum e soube-se porque ela deu com a língua nos dentes. A Iva Pamela não gostou.
Perguntarão: O que me interessa isso?
Bem, em concreto, nada. Em abstracto, muito.

Esta é uma relação entre uma gaja de 39 e um gajo de 28 e estarão juntos há 6 ou 7 anos. Esta é uma relação que começou entre uma gaja de 33 e um gajo de 22.
Ora, qualquer pessoa de 22 é uma criança. Um homem de 33 é discutível que seja adulto; uma mulher de 33 é, muito provavelmente, adulta. A hipótese de um miúdo de 22 ter interesse para uma mulher de 33 é ou nula (se ela for...normal) ou possível (se ela for...limitada).

Já ouço as feministas histéricas vociferar contra este machismo mas interessa-me pouco.

Há uns anos violentos, era pouco comum relações em que a mulher era bastante mais velha que o homem e nesses tempos concebo que seja possível que as excepções ditassem regra. Ou seja, nesse tempo poderia ocorrer que essas mulheres tivessem encontrado homens bastante mais maduros do que a idade revelaria, o que é perfeitamente possível.
Agora, que a coisa é manifestamente mais comum, não entendo como a manifestação de uma emancipação mas uma regressão e uma tentativa triste de dizer se eles podem nós também podemos.

Até biologicamente faz sentido os homens procurarem mulheres mais novas mas deixarei esta coisa de parte. O que interessa é que nós, portadores de pila, fomos montados para ser outra coisa que não maduros ou, pelo menos, não tão maduros como as mulheres ou muito mais tardiamente maduros.

Para que não se pense que ando aqui a ser anjinho e falo de coisas etéreas:
Ainda hoje, sabendo que isso nunca vai acontecer, adoraria ter conhecido apenas uma mulher na vida. Adoraria que aquela coisa de conheci-a na primária e fiquei com ela para sempre! me tivesse acontecido mas isso era completa e absolutamente impossível! Jamais poderia ter ido para a cama com apenas uma mulher. JAMAIS.

Uma criança de 22 anos manter-se numa relação com uma mulher de 33 (clássico: fiél e feliz e tal) serão sempre erros estatísticos. Um homem com 22 ainda não viveu nada e muito menos terá vivido aquilo que quer viver.

A JLo tem uma música que verso sobre não querer ser a mãezinha do seu namorado/marido/gaja que anda a comer, seja lá o que for.
A JLo tem 45. O namorado/marido/gajo que a anda a comer tem 25.
Teria graça se não fosse trágico.

Meninas: se querem andar a comer miúdos porque eles têm ou parece que têm mais saúde ou são mais rijos ou mais definidos ou mais fáceis de lidar, tudo bem. Ninguém tem nada que ver com isso.
Se querem convencer que querem relações sérias com miúdos....bem, ou estão a mentir (o que me desagrada) ou estão a tornar-se demasiado verdes (o que me entristece).

...e tenho a impressão que já por cá não passa Samba há muito.
Não entendi o enredo desse samba, amor...

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