Wednesday, August 17, 2016

Energias e Cristais e Cenas

Sou um gajo avesso ao exoterismo. Melhor. Sou um gajo avesso a levar o exoterismo a sério.
Já me puseram as cartas, tenho um mapa astral feito, sei as características do meu signo e a compatibilidade com outros.
Leia-se sei como leio o que dizem ser.

Acontece que não levo nada disso a sério, não planeio nem penso a minha vida em torno destas coisas mas, a experiência ensinou-me qualquer coisas como isto:
Tem de haver um motivo para as pessoas se atraírem as mais das vezes por um determinado tipo de pessoa; tem de haver um motivo para um gajo pouco interessante sacar mais gajas que um gajo muito interessante (igual para mulheres); tem de haver um motivo para sentirmos empatia imediata com uma pessoa mas não com outra sem um motivo palpável.
Se se chama energia ou não, é um bocado irrelevante mas é intangível.

Isto já aceitei...mas a conspiração do Universo é um passo demasiado grande, para mim.
Dá-se, contudo, que há mais coisas intangíveis que me fazem muita confusão.

Há uns meses, quando estava numa situação chata, encontrei, em lado nenhum, uma das minhas Exs. Podia ser normal, vivemos nas mesma cidade, mas não é: o lugar era completamente inesperado e, verdade seja dita, passo, literalmente, anos sem a ver nem falar com ela.
Ontem, estava sossegado - ok, não ando lá muito sossegado - e tocou-me a app com um tudo bem? Voltei hoje de férias e decidi dizer olá.
A situação chata em que estava quando ela me apanhou há uns meses é a mesma de agora (não é exactamente igual mas é tão mas tão semelhante...) e, se não me engano, o período que decorreu entre ter conhecimento da situação chata e o em quem ela apareceu é mais ou menos o mesmo.

Não acredito em bruxas mas...

Depois, deu-se uma coisa comum mas que se tornou engraçada porque tive uma perspectiva que, à data, não me tinha ocorrido.

Como de costume, apareceu o seguinte:
Já tive várias relações e de vários tipos, antes e depois de ti mas nunca tão apaixonada. Nunca gostei de ninguém assim!
(só porque sou honesto: mas o teu dark side...nunca mais me diverti tanto mas também nunca mais apanhei um feitio como o teu)

Não vou descrever mais da conversa porque foi aqui que tive uma perspectiva diferente daquela que tenho tido.
Como é claro e abertamente transcrito da minha cabeça para aqui, é só isto que me interessa e é só disto que tenho medo.
Só quero isto porque muito pra mim é tão pouco;
Só disto tenho medo porque pensar que eu posso ser o marido dela é pior que ser amputado (pode ser exagerado mas, enquanto escrevo, não estou a hiperbolizar).

Mas a perspectiva:
É certo que me faz sentir o maior ser o maior.
É certo, também, que, na minha opinião, ela tomou a decisão certa ao querer menos mas um menos que consegue gerir em vez do muito que custa muito.
É certo que acho que ela era mais feliz comigo mas, em média, deve ser mais feliz agora (não acho, foi-me confirmado expressamente).

Sucede que, pela primeira vez, pensei no miúdo gordo de quem as gajas gostam muito mas como amigo.
Neste contexto, eu sou o gajo que rebenta todas as barreiras mas não o gajo com quem se quer ficar.
A minha experiência a respeito é esta:
eu já fui o miúdo gordo em questão;
eu fui/sou o gajo que rebenta barreiras mas que, depois, salta fora/é empurrado para fora.

É triste, não é?
Eu acho que é.
Uma pessoa inteligente tentaria mudar isto, não é?
Eu acho que tentaria.

....e estive a pensar nisso...
Cheguei à conclusão que a hipótese disto acontecer é quase nula.
A minha natureza é outra e se é verdade que se pode tentar melhorar aspectos, mudar por completo nunca vi ter sucesso.

second place is the first loser e eu até admito que possa perder - já aconteceu muitas vezes - mas não consigo jogar para o prémio de consolação.
Racionalmente, 
entendo que ser segundo é melhor que ser último mas, para mim, ambos perdem e só isso interessa.

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