Saturday, August 13, 2016

Porque São Os Animais Melhores Que Nós

1º É exagerado, não são sempre melhores que nós;
2º Este post a seguir ao que precede é, no mínimo, irónico.

Há uns dias, vi no programa do Cesar Millan um cão boieiro a arrebanhar gado.
Ora, é isso que ele deve fazer, certo? 
Sim mas aquele, como a maioria dos que são criados em cidades, nunca sequer tinha visto gado mas, deparando-se com ele pela primeira vez, fez aquilo para que nasceu e não precisou de adaptação nem lições.

Num dos episódios do House, a 13 arrepiou-se na presença de uma determinada paciente.
Quando o House deu por isso, disse-lhe que era uma reacção inata na presença de uma sociopata, ou seja, de um predador (parafraseei, aposto) mas isso não impediu a 13 de continuar a colocar-se em perigo e a quase foder-se, pelo caminho.

O relevo disto e a ligação com o título?
Bem, nós, racionais, procuramos justificar comportamentos estúpidos por motivos que a nossa razão impõe e, muitas das vezes por isso, ignoramos o que não se sabe bem o quê nos diz.
Em alguns de nós (EU!) a situação só é pior porque sei que as coisas funcionam desta maneira e tenho os olhos rasgados até à nuca, pelo que, quando me deixo enganar, serve como a melhor das luvas o pior cego é aquele que não quer ver.
Eu sei, eu sei. Depois de acontecer é evidente para todos e consegue-se descortinar de onde a merda vinha mas é pior quando se consegue cheirá-la à distância.

De uma forma menos etérea:

As pessoas não são lineares, o que não é a mesma coisa que dizer que são todas diferentes e especiais. O que isto quer dizer é que as cabeças têm caminhos diferentes e obstáculos próprios que dificilmente são replicados mas, no fundo no fundo, apesar disto somos todos o mesmo, excepção feita a meia dúzia de nós.

Assim,
porque os comportamentos divergem também não é de estranhar que o que eles significam sigam o mesmo destino; uma atitude minha quererá, eventualmente, significar o mesmo que uma atitude diferente de uma outra pessoa mas, no fundo, o significado não diverge.

(isto deu-me um bocado um nó, por isso, simplificando: 1 + 3 e 2 + 2 dão o mesmo resultado mas as grafias e algarismos são diferentes. Dois caminhos para o mesmo lugar e o comprovar que não é apenas 2 + 2 que dá 4, pelo que diferentes coisas podem dar o mesmo resultado)

De qualquer maneira, regressando ao porquê de os Animais Serem Melhores do Que Nós, um cão desvia-se do carro que vem aí porque...o carro vem aí e isso chega-lhe. Não lhe interessa o porquê do carro vir aí; vem e o melhor é bazar.
Nós, Humanos, não somos iguais.
Nós poderemos pensar que os travões vão funcionar ou que o automobilista nos está a ver ou que quando o semáforo virar ainda haverá tempo para não sermos varridos.

Neste cenários, o Cão nunca será atropelado mas Nós...vai depender.

Isto parece simples e tende a fazer-nos parecer estúpidos mas não estou certo que seja isto que acontece. O regresso aos instintos é difícil porque aprendemos que nem sempre estão certos - e não estão - a aprendemos que a racionalidade vem primeiro - e deve vir - mas...nunca os devemos ignorar e muito menos ignorá-los porque nos apetece.
Há um motivo para se ser mau juiz em causa própria e para em casa de ferreiro haver espeto de pau. Nós não estamos preparados para analisar o que se encontra demasiado próximo.

(Mais uma vez: sei tudo isto, o que só pior)

De uma forma mais ou menos involuntária questionei o comprometimento de uma pessoa com o objectivo.
Mais ou menos involuntária porque ou por preferir que não fosse verdade ou por não ter raciocinado sobre esse problema, a expressão saiu. Por norma, estou preparado para o que vou dizer porque quero estar preparado para o que vou ouvir mas não foi o que sucedeu. Foi como que uma golfada de ar expelido.

De uma forma comum, foi-me dito que estava enganado e, talvez racionalmente, achei que poderia estar. Eu faço 2 + 2 mas outras pessoas podem fazer 1 + 3.
Só que...

Bem, pensei em travões e em semáforos e em condutores mas esqueci-me de me desviar do carro.
Cool, não é?

Os animais são melhores que nós e, tristemente, eu também sou nós.

...e com alguma graça,

K, hoje jantas, não jantas?
- Sim, acho que sim.

Isto parece banal mas não é e, regressando aos olhos abertos, não é porque a pergunta que poderia (e ainda assim, não deveria) surgir seria Jantas, hoje?
Sim, deixou de ser habitual ou, sequer, regular eu jantar mas a pergunta surgiu de qualquer forma.

E por que motivo tem graça?
Porque nada indiciou que eu iria jantar e muito menos que seria provável eu jantar mas o facto é que iria, em princípio, acontecer de qualquer forma.
Porque não gosto que se metam em assuntos meus e, especialmente, que achem que algo não está como deveria estar, a minha atitude, voz e tudo o mais foi igual ao de sempre.

Só que, sem conseguir dizer porquê, algo não estava a jogar como deveria e há-de ter sido percebido...e confiem, eu sou óptimo a disfarçar.

Não foi o humano que fez a pergunta, foi o animal e animal assim deve ser admirado.

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