Horta
Estava a dar uma volta pelos periódicos e vi uma notícia dando conta que o Lloyds considerava que o Horta Osório não tinha usado os custos de representação em despesas pessoais.
Pelo meio, en passant, dizia que tinha sido em Singapura e que teria feito a viagem com uma antiga colaboradora do Blair.
Noutra jornal, sobre o mesmo assunto, foram mais claros: Horta Osório terá partilhado o quarto com a dita colaboradora e jantado fora com ela em diversas ocasiões; não insinuaram um caso, disseram que era mesmo um caso.
O que me interessa isto?
Em termos de haver ou não haver uma traição, nada.
Para mim, o banqueiro que - tanto quanto se sabe - é genial não é minimamente afectado e, ainda de forma mais clara, fosse ele meu funcionário e estar-me-ia a cagar quanto a quem fode ou deixa de foder.
Problema dele e da família e, talvez, da consciência que tenha ou não.
Por que motivo isto me interessou?
O Horta está envolto numa imagem mais que imaculada: é uma tal beatitude (Opus, talvez) que faria tremer muita gente no sacerdócio.
O Horta aplicou um restrito código de conduta no Loyds que, parece-me, não se resume ao estritamente profissional.
Novamente: não tenho nada que ver e nem me interessa o que as pessoas de carne e osso fazem.
Não tenho nada que ver mas irrita-me muito pessoas que dão lições de moral e, reforço, mesmo aqueles que permitem que os usem como exemplo de moral.
Everybody Lies.
E
Acabo de receber uma notícia sobre um determinado acontecimento.
O acontecimento, em si, só me afecta muito indirectamente mas estive envolvido no desenrolar de toda a situação.
Foram delineados vários quadros sobre o que significará isto e o que significará aquilo. No fim - se o transmitido se confirmar no período em que se prevê - vou ter razão.
Ter razão, para mim, é suficiente. Certo? Foi por isso que fiquei contente. Certo?
Neste caso, nem tanto.
É certo que ter razão me deu prazer, dá sempre, mas aqui há uma outra variante que tem um peso muito significativo.
A pessoa que estava e está directamente envolvida não vive no mesmo Mundo que eu em que tudo tem de ter uma explicação e tudo quer dizer alguma coisa.
É certo que também é control freak mas não como eu. Esta pessoa tenta controlar o que está a acontecer enquanto está a acontecer (relativamente comum) enquanto eu tento controlar o que ainda está para acontecer, o que significa que vivo em constantes cenários para prever e ajustar as variáveis que irão construir o que acontecerá.
Bem,
essa pessoa aprendeu a fazer o mesmo que eu - ainda que de forma muito mais amadora porque tem muito menos experiência - e andou a fazê-lo durante todo este percurso que trouxe à notícia de hoje.
A opinião quanto ao desfecho era diferente e, como disse, quem teve razão fui eu mas se não é irrelevante acertar-se é muito mas muito mais importante aprender-se a ver mais além; é muito mais importante tentar ler o que não é óbvia.
Neste caso, era possível que quem estivesse errado era eu, o que acontece amiúde, mas o relevo tem de ser dado ao caminho neste caso específico:
O caminho assim feito vai levar a que se acerte mais do que o que se falhe.
A mudança de atitude muda a estrutura.
A manutenção da atitude, mesmo que se acerte, muda coisa nenhuma.
...e um clássico (ainda antes do Magic Mike)
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