Thursday, August 25, 2016

O Tema Da Ignorância Está a Tornar-se Recorrente...

(parafraseando umas linhas do último episódio do Blacklist)
Tenho uma genuína admiração por ti. 
Enquanto a maioria de nós decide o código de conduta a seguir e aquilo em que acredita e segue essa linha, tu acordas todos os dias a pensar o que será melhor fazer no momento em que tens de decidir.
Isso é coragem, para mim.

É certo que é usado o termo coragem mas isto em nada se distingue da ignorância.
É, de facto, mais fácil usar a mesma medida para todas as coisas independentemente do contexto e das circunstâncias e mais fácil ainda se torna quando a dita conduta ou a crença nos é dada e não criada.
A realpolitik é isto e isto é, também, o Henry Kissinger.
Podemos, com facilidade, diabolizar o Kissinger e a sociedade aceita esta caricatura...o que ocorre é que talvez a sociedade não consiga ver o quadro geral e não tenha a capacidade de aceitar que, na melhor das hipóteses, gente boa faz coisas más porque tem de fazer.

O Stephen Colbert - interregno para dizer que me surpreende e deixa contente que ele tenha sido escolhido para substituir o Letterman porque o que ele faz não é o entretenimento tipo Fallon - num segmento com alguém que, agora, não me recordo, disse qualquer coisa como isto:
Mas não era muito melhor ter alguém para nos dizer o que fazer? Um ditador poupava-nos tanto trabalho. Em muitos aspectos era tão melhor...
Sim, foi dito em tom jocoso mas é uma ideia filosófica que não é parva e, melhor, que explica o surgimento de Hitlers e afins.
Concedendo que a coisa depois descamba, na altura em que se escolhe uma figura autoritária a ideia é que não se tenha de suportar o peso de escolher cenas; a ideia é de que pensar e decidir cansa.

A diferença entre a fala do Blacklist e a ideia do Colbert?
Não sei se haverá alguma...

O que torna tudo isto muito divertido é que aqueles a quem este tipo de dúvidas assola - será melhor ter um ditador?! - são, na minha opinião, os mesmíssimos que não o aceitariam e, potencialmente, os revolucionários.

Aqueles que se dão ao trabalho de ponderar o que pode ser entendido como blasfémia são os mesmos que se permitem e conseguem fazê-lo;
Aqueles que pensam se não seria melhor sermos simples são os mesmos que não vivem em simplicidade.

To live is to suffer, to survive is to find some meaning in the suffering
FN.

Depressivo? Não.
Um gajo tem é de ser o mais livre que conseguir e não se prender a um tipo de moral que apenas traz benefícios aos que gostam de estar agrilhoados.

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E rockin out!


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