Friday, October 21, 2016

A Maya

Como se escreve com Y, não é a abelha.
A Maya, para quem não saiba, é taróloga, comentadora de cenas cor-de-rosa, organizadora de eventos e por aí fora.
Como é bom de ver, tudo aquilo que ela faz me irrita - bem, às cartas acho graça como acho graça aos signos - e seria difícil imaginar um conjuntos de predicados, profissionais, que me dessem mais vontade de vomitar.

...dá-se que eu gosto da Maya.
A Maya trabalha muito.
Pode dizer-se - e eu direi! - que é a fazer coisas que desprezo mas o mais importante não é isso. O que ela faz, tanto quanto se sabe, não é ilegal e não aleija, pelo que o meu gosto pessoal é secundário quando comparado com a admiração que tenho por gente que faz pela vida e que trabalha.
Há anos e anos atrás cruzei-me com ela e pareceu-me, na altura como agora, muito simpática.

Por que me lembrei da Maya?
Há uns dias estive a ouvir uma entrevista dela e, nessa entrevista, veio à liça (gosto desta palavra) o gosto dela por homens (manifestamente) mais novos que ela. A Maya tem 56 anos e trabalha gajos na faixa dos 30.
Mais uma coisa que me incomoda? Não...nela, não.
Ela respondeu que prefere homens naquela faixa etária e - foi aqui que me ganhou - tem a perfeita noção de que os relacionamentos dela são a prazo.
Por que pensa ela assim?
Porque, parafraseando, os gajos bem mais novos que ela têm ainda coisas para viver, que a ela não lhe apetece, e os pontos comuns não são assim tantos.
Interessa-lhe?
Nop. Pelos vistos gosta da energia de gajos mais novos e (sim!) a parte sexual é também importante.

Isto não me incomoda nem critico.
E por isso fiquei a gosta mais um bocado, ainda, da Maya.
O que me chateia são as idiotas que vão atrás do Mundo Novo e juram que a idade não interessa nem tem influência.
Tem, tem.
As, como a Maya, que querem cenas e que sexualmente se sentem mais satisfeitas e que andam à procura de carne mais rija ou seja lá o que for, não me chateiam nada. Não são falsas; não são iludidas; não são parvas.

Gosto muito deste tipo de coisas e, verdade seja dita, fazem-me sentir um bocado melhor e comprovam, em termos práticos, o que já acho de mim:
Interessam-me as pessoas e não o que elas fazem.

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