GENTE 3 - K 0
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Quinta-feira:
Acho que hoje vou jantar aí. Que te parece?
- Chego tarde e o teu irmão não janta. Mas podes vir, claro.
Não. Então deixa lá.
Sábado (SMSs)
Se der, amanhã almoço aí.
- Filho, almoças cá sempre que quiseres.
Não fui na quinta para não sobrecarregar mas foi entendido de maneira diferente. Foi entendido como eu ter achado que não era tão bem acolhido como deveria e a consciência pesou.
Ela estava enganada mas comigo, às vezes, é difícil perceber quando me irrito e com o que me irrito.
Fiquei eu com peso na consciência.
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Sexta vens comer um bocado de bolo?
- Comer um bocado de bolo? Mas não vais fazer jantar no teu aniversário?!
Vou mas tu tens a tua vida. Se puderes vir comer um bocado de bolo, já era bom...
- Tu não estás bem. Venho jantar, claro!
As pessoas têm a sua vida mas, normalmente, não se aprecia quando a vida delas conflitua com o que queremos na nossa. Ou seja: eu quero isto e, por isso, amanha-te.
Ora, um aniversário não é bem um caso destes; um aniversário não é, exactamente, uma vontade momentânea.
Ainda assim, para não me ser imposto nenhum tipo de constrangimento, se desse para eu aparecer para uma fatiazita de bolo, já chegava.
É a gente assim que não sei dizer Não e isso acontece quer por não merecerem quer por não me pedirem muita coisa.
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K, falei de ti à J.
- Cool. E então?
Perguntou se eras bom rapaz.
- O que respondeste?
Que não. Não és bom rapaz, pois não?!
Não, não sou mas quando confrontadas com esta pergunta as pessoas tendem a dizer que sim. E tendem, especialmente, a dizer que sim quando envolve gente que não está de passagem na vida delas.
É verdade;
Não era previsível.
Porquê estas cenas em que fui derrotado?
Afinal, isto é escolhido a dedo. Se fosse contabilizado como deveria, estou a dar uma goleada tal é Humanidade que marcador nenhum aguentaria tanto dígito...
Bem,
este fim-de-semana foi-me dito, com pesar, que é desagradável eu estar sempre ou quase sempre certo quanto ao que as pessoas vão fazer porque, por hábito, as minhas opiniões vão de encontro à fraqueza humana e não à sua virtude (somos tão fracos...).
Estive a pensar - e fi-lo, também, enquanto respondia - e...e resposta a isto é difícil...
É verdade que confio muito mais na cobardia humana do que na coragem e isso porque a cobardia é mais fácil que a coragem mas a única explicação não é apenas essa.
Tem muito que ver com isto, também, quando falamos de relações:
Não acho que seja a única pessoa capaz de pensar um relacionamento da forma como eu o faço mas somos muito poucos aqueles que o colocam em prática.
Não acho que seja uma espécie espectacular entre os outros por ter uma capacidade incrível de gostar e de ser gostado; eu sou uma espécie espectacular porque sou capaz de esperar - indefinidamente - para que me aconteça o que pode acontecer a todos mas que a pressa e a pressão impedem.
Às vezes não é só cobardia.
Às vezes - talvez muitas delas - talvez seja desespero...o que até pode ser uma forma de cobardia mas não entremos nisto porque não tenho tempo.
Há humanos capazes de me surpreender e esses são os que mais aprecio.
Felizmente, não são muitos porque detesto estar errado.
Gosto mais do Fubá assim:
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