Thursday, March 30, 2017

Confirmações

Às vezes não é fácil sabermos se o que dizemos parte de uma convicção ou da aceitação de uma circunstância que se confunde com uma ideia própria e uma conclusão despegada do que rodeia.

Por exemplo:
Há gente que diz que não quer encontrar ninguém.
A ideia, filosoficamente, é lógica por motivos que, para o caso, não interessa, mas e se essa mesma gente o diz não porque evoluiu para a solução - como se de um problema matemático se tratasse - mas porque, pura e simplesmente, ninguém a quer?

Eu estou convicto de não ser materialista e, as mais das vezes, não tenho qualquer dúvida a respeito.
Há muita e muita coisa que não compro porque não dou valor mas, naturalmente, há algumas que não compro porque não tenho dinheiro para isso.
Além disso, mais do que não ser materialista, só gosto de coisas a que acho graça, independentemente do preço mas, coincidentemente, muitas das coisas a que acho graça são caras para caralho e entram no plano do que não posso, ainda que quisesse.

Então,
acho um bom princípio saber se faço o que quero ou se o faço porque tenho de fazer e ignoro a circunstância.

Depois:
Foi barato e estou contente com ele há uma semana.

Confirma-se: não é do preço que eu gosto, é da coisa.
Não é do que a coisa revela de mim aos que me rodeiam em termos de sucesso ou posição, é da coisa em si que eu gosto.

...apesar de não gostar de coisas por aí além.

Dei por mim a pensar será que me importava se a merda do candeeiro partisse? E a resposta foi não.
Será que se a merda do candeeiro partisse ia comprar outro? E a resposta foi não.

Eu gosto desta coisa mas...caguei em coisas. 

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