Monday, April 16, 2018

TEMPO

Há gente que é muito eficiente e gente que parece muito eficiente.
Já conheci dos dois tipos e, às vezes, é difícil saber quem é quem.

Uma coisa é certa: o tempo não multiplica e o dia tem a mesma duração para todos.

Eu sou, por natureza, desorganizado. Há gente que discorda disto e discorda porque eu tenho sempre tudo em dia e faço-o atempadamente.
Estas pessoas não são parvas. O que me parece é que não conseguem perceber que é possível ser-se desorganizado e, ainda assim, manter a vida organizada.

A minha estratégia é simples e foi aprendida há muito tempo: os meus dias nunca são completamente preenchidos à partida.
O que quer isto dizer?
Em termos profissionais, nunca tenho a minha agenda mais do que 70% preenchida (obviamente, isto não é um cálculo científico; isto é uma coisa a olhómetro).
Faço isto por dois motivos:
1º porque pode dar-se o caso de não me apetecer fazer o que tenho agendado no dia em que tenho agendado. Porque tenho os 30% todos os dias, nunca é grave; vai para qualquer um dos dias seguintes sem me fazer mossa;
2º porque há sempre a hipótese de haver um imponderável. Pode sempre dar-se um qualquer acontecimento que me faça ter de para o que estou a fazer e passar a outra coisa; como não está pelas costuras, um gajo orienta-se.

Além disso, só tenho dois tipos de coisas: urgentes e outras.
Não há uma sub-divisão paneleira com muitos graus porque...tudo se torna confuso.

Não tenho pastas e pastinhas.
Tenho escrito o que tem de ser tratado hoje e mais nada.

Em termos pessoais, não é particularmente diferente...
Não tenho 5 merdas marcadas para um determinado dia e, se for para ser o mais honesto possível, também é raro ter 5 merdas marcadas para uma determinada semana.
Na verdade, se numa semana tiver 3 jantares marcados já começo a ficar nervoso...

E perguntam mas por que motivo precisas de tanto tempo livre?!
A resposta é simples: Para fazer o que me apetecer.
Se de um momento para o outro me apetecer ir andar 2 horas, posso.
Se de um momento para o outro me apetecer ler durante 2 horas, posso.
Se de um momento para o outro me apetecer ir a Penamacor, posso.

...há pessoas a quem não ter muita actividade programada faz confusão porque terão a sensação de que estão a usar mal o tempo.
Eu não.
Eu quero ter o mínimo de programas possível. 
A minha vontade não conhece relógios nem calendários.

Se fosse diferente, como poderia estar horas a ver análises e testes a lentes de máquinas fotográficas que provavelmente nunca vou comprar?

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