Tuesday, December 04, 2007

Quando o Sol Nasce

Se quando o Sol nasce a pele aquece, ainda espero que ele apareça.
Se quando o Sol nasce a luz aparece, ainda espero que ele apareça.

Serei o único a achar que se vive numa, quase, constante penumbra?
Com o amontoar de horas que se transformam em tempo de vida, cada vez tenho mais a sensação que todas as histórias de amor e felicidade plena são lidas a partir de um guião que, uns ou outros, tentam seguir num esforço inglório de má representação.
Só se consegue ver o felizes para sempre nos 90 minutos de fita que se transferem para uma qualquer tela.

Quando a fita acaba, é muito comum ouvir-se o discurso político dos impostos, o foi bom enquanto durou ou o foi pra sempre enquanto durou ou, o pior de todos, não mudaria nada do que fiz.
Quem se pode acreditar nisto?!
Alguém teria dado aquela foda que acabou na transmissão do HIV?
Alguém teria entrado naquele helicóptero para aquele passeio de sonho se soubesse que ele iria cair?
Alguém teria simulado o fim se soubesse que o seria de facto e não apenas um intervalo para publicidade?

Desculpas de mau pagador ou qualquer outro bordão popular que sirva para o caso.

Na verdade, nunca vi uma pessoa feliz porque o que pra sempre enquanto dure não tenha durado para sempre.
Se só interessa ter vivido e não o desfecho, para quê a depressão?
Se só interessa que foi bom, porque escorrem légrimas?

Eu tenho para mim que se me perguntassem se preferia ficar cego ou nascer cego eu escolheria a segunda hipótese.
Se não as verei outra vez o que me interessa que um tigre tenha listas?

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