Monday, July 26, 2010

FELICIDADE? I

É a mais comum das afirmações, a célebre "quero ser feliz".
É falso em tantos e tantos casos. Apesar de não duvidar que quem a profere a tem por veradadeira, o facto é que não é.

Vou contar-vos porquê. Vou contar-vos algo que, na minha cabeça, parece saído de um episódio do NIP/TUK, não tanto por se referir a cirurgia estética mas porque parece uma produção pejada dos mais poderosos alucinogeneos a que se consegue deitar mão.

Então, o enquadramento.
Esta conversa tem toneladas de peso afectivo. Para ser sincero, não poderei assumir a parte do desinteressado, de um mero analista mas, como sempre me esforço por fazer, serei o mais verdadeiro e imparcial que os meus dedos permitirem. Em caso da coisa sair mais subjectiva que objectiva creiam que não é esse o meu objectivo, até porque o que aqui constará em nada vai alterar os lugares por onde passam os nossos pés, isto porque apesar de ter sido muito honesto neste momento que contarei não fui totalmente honesto porque não consigo ser.

Há pessoas que têm sorte. Eu sou uma dessas pessoas.
Não esconderei que sou sombrio por natureza ou por opção, que raramente me sinto feliz (muito raramente) e que os últimos tempos da minha vida não têm sido os mais verdejantes. Ainda assim, sou um tipo com sorte.
A sorte de que vos falo estende-se a algumas vertentes, não a todas mas a algumas.
Uma dessas vertentes são as mulheres. Tive sorte com todas e em todos os aspectos (não falo de fodas mágicas mas de mulheres com quem partilhei algum tempo (nem sempre muito) e com quem conversei depois de ultrapassado o síndrome de "mas quando é que nos despimos?". A maioria destas mulheres também tiveram sorte comigo, não todas porque não consigo dar-me com facilidade, mas nunca lhes menti, uma consolação minha que não será extensível a todas.
Isto para vos dizer que sei o que é a felicidade junto de uma companheira. A FELICIDADE e não um bem estar. A plenitude. Sexo, interesse, cumplicidade, verdade...enfim, aquilo com que se sonha.
Evidentemente, não durou para sempre, ou não estaria solteiro, mas sei o que isso é como realidade e não como ficção.

Ora, ninguém é feliz dessa maneira sozinho, é impossível, daí haver, pelo menos, mais uma pessoa no mundo que teve a mesma experiência que eu, que sentiu o mesmo que eu senti e que sabe da existência dessa coisa quase etérea. Sentiu, soube e sabe que sabe, o que só torna as coisas ainda mais alucinantes.

(continua)

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