Agora, estou a sentir-me bem! Estou contente comigo.
Eu sei que parece uma coisa mais ou menos comum porque, as mais das vezes, tenho-me em boa conta mas nestes dias, como tem sido latente, não tem sido o caso porque em esforço fico mais fragilizado.
Agora, neste momento, não.
Mais uma vez - é a segunda esta semana mas a primeira não estava pronto para saborear - fiz o que muito me agrada: cumpri o que tinha planeado e mais do que cumprir o planeado fi-lo em força bruta, a minha favorita; há, em geral, uma ideia de que são bonitas vitórias técnicas ou floreadas mas eu prefiro das outras, prefiro das que acabam em goleada (se futebol) ou com corpos estendidos no chão (se rugby ou desportos de luta), sem apelo nem agravo. KO logo no início.
Há um pensador chinês cujo nome não me recordo que disse que se quiseres paz prepara-te para a guerra e a minha ideia não é muito diferente: se queres que não te chateiem, enforca uns quantos que os outros passam a evitar a corda; se andares às voltas cansas-te e encorajas.
Então,
esta semana foram duas dessas.
Objectivos altos, sem temor, sem retrair. Força, só força, nada de subtilezas.
Por isso, se me perdoarem - e como estou com a adrenalina a bombar se não perdoarem dá no mesmo - serei mais atroz com a natureza do que me rodeia e menos compreensivo porque estou em cima do cavalo e isto não me acontece muitas vezes.
O QUE NÃO SE ENTENDE EM MIM
É difícil, nos dias que correm, ser entendido que não se faz tudo por dinheiro ou por vantagens óbvias, ainda que nem sempre materiais.
Imaginem:
é pedido que se faça alguma coisa e a contrapartida é receber algo em troca, seja dinheiro, dias de férias ou palmadinhas nas costas.
Como é óbvio para quem por cá passa, as palmadinhas nas costas dispenso; o dinheiro, não dispenso; os dias de férias fica entre uma coisa e a outra, estar de férias para fazer nada interessa-me isso mesmo, nada...
Onde a coisa dá uma volta, no sentido contrário aos ponteiros dos relógios, é quando digo (deixei de dizer para não ter de falar muito) que não me interessa muito a recompensa além de conseguir. Lamentavelmente (e lamento mesmo!) não faço mais por mais dinheiro, por exemplo. E porque assim é fico fodido quando não tenho a paga que mereço e mais fodido ainda porque não deixo que isso, conscientemente, afecte o meu esforço.
Eu não farei mais do que tudo por trocos ou parabéns; Eu farei sempre tudo porque odeio perder e falhar e a sensação de falhanço não é compensado com coisa nenhuma.
Missão dada é missão cumprido diziam os gajos do BOPE e diziam-no sobre mim.
Isto cria-me problema...
Como sei que não consigo arrastar os pés, quando sinto que mereço mais mas não recebo não consigo fazer perceber - pela míngua - o valor que tenho...vou-me embora.
Já me rebentei muito com isto mas não me parece ter aprendido.
Uma vez, numa conversa com gente com poder, perguntaram - gente com peso directo na minha vida - foi-me perguntado o que eu queria e eu respondi Ganhar!. A pessoa em causa ficou um bocado surpreendida e questionou Mas ganhar em quê? ao que respondi Em tudo!
Nada mais me interessa. Não penso em mais nada. Se não ganhar fico muito queimado. Odeio falhar.
Eu sei que é contra-corrente pensar em mais do que o carro e a casa e o fato de Saville Row (e quantos sabem o que isto é? Podia dizer Boss mas isso iria fazer-me menos pedante e, neste momento, não me apetece). É estranho, hoje, medir o sucesso sem alguma medalha que o comprove.
Não preciso de nada disso. Nem preciso que saibam que ganhei. Só preciso de ganhar.
O QUE NÃO ENTENDO NOS OUTROS
Também porque não gosto de desapontar, tendo. como já muitas vezes o disse, ser manifestamente claro com as pessoas que me interessam quanto ao que quero, ao que faço e o que sou. Não quero margens para dúvidas porque não quero que se desiludam comigo.
Parece justo, certo?
Ainda por cima, se ligarmos a televisão ou lermos um jornal não conseguimos escapar à ladainha da frontalidade e da transparência; Eu sou o que sou!! dizem os otários que são uma outra coisa e querem uma outra coisa do outro.
Então,
vamos lá.
Em tese, haverá coisa melhor do que ter alguém que diga:
Isto é o que me interessa, nada mais!
Isto é o que me incomoda e não me queres incomodado.
Isto é o que eu faço e isto é o que eu sou.
Eu sei que lendo assim e imaginando-se isto a ser dito a coisa anda muito perto da ameaça mas a realidade é outra: este tipo de coisas, vindo de mim, só são ditas a quem sabe que não tem qualquer motivo para se sentir ameaçado. Isto nem sequer é um aviso, o que, normalmente, é um eufemismo para ameaça.
Isto é uma forma de ser previsível nos meus acessos de raiva e nos pontos onde sou mais sensível e onde reajo mal ao toque.
Ora, isto parece um mapa dos melhores!
Pois, é feito para isso.
O que dizer ou fazer quando a reacção ao eu digo o que faço e faço o que digo é eu sei mas não pensei que fosse mesmo assim...
A linha que separa a verdade da mentira esfuma-se quando uma coisa e outra dão no mesmo...
Se mentes, é expectável que mintas;
Se dizes a verdade, é expectável que faças outra coisa.
Onde está a vontade da verdade?
É aquilo a que chamo de banho de realidade e a que não se costuma estar habituado. É fácil dizer-se que se espera e se quer uma coisa quando ela não acontece; o problema é quando ela acontece e, depois, não era bem isso...
Lembro-me que uma amiga minha disse-me, uma vez, que um gajo com andava a dar umas voltas lhe tinha pedido indicações quanto à forma de melhorar a performance.
Tudo certo, não? Eu faço o mesmo, quando tenho dúvidas.
Não, tudo errado.
Quando ela teve a infelicidade de responder, ele ficou muito chateado...porque ele não queria mesmo saber, o que ele queria era que lhe dissessem que não havia como melhorar.
Pediu realidade; teve realidade; não se foderam mais os dois.
Gosto que saibam o que esperar de mim, detesto desiludir.
E o burro sou eu?!
ESTE CLIP JÁ O PASSEI AQUI
mas vou passá-lo, outra vez, numa versão mais suja e que, por ser mais suja, prefiro.
Não é, ainda assim, por isso que vai tocar outra vez. O motivo é outro.
O cerne da letra diz:
se você chegar e me encontrar
no samba eu lhe peço um favor
respeite o insano
sagrado e profano
que foi nosso amor.
Ele ficará agradecido e vai admirá-la se ela não se exibir no braço de outro gajo à frente dele.
Ora,
é a isto que chegamos... admiração por alguém ter algum respeito pela outra pessoa que fez parte da sua vida.
Reparem: não é pedir que ela não apareça com outro gajo, o que seria desmesurado, é que não se exiba!!
É esta a tão baixa opinião que se tem dos outros e, por isso, a fasquia que temos para nós porque nós somos os outros dos outros...
...e pronto.
Da próxima vez é possível que seja, novamente, um bocado mais meigo, como costumo ser, com as fraquezas e falhas dos outros - as que entendo como tal, o que não é o mesmo de serem...
Por hoje vou sentir-me bem para outro lado durante o tempo que conseguir porque, daqui a pouco, a adrenalina esvai-se e venho por aí a baixo....mas antes vou ouvir outra vez Se a Fila Andar.
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