Friday, August 07, 2015

O Nosso Cão de Guarda!

Ontem estive a ver um bocado da entrevista do Jorge Jesus.
JJ, como era previsível, entende que se o Benfica ganhar ao Sporting, no Domingo, ainda assim é ele quem ganha porque jogará contra si mesmo.
O SLB continua com a mesma equipa, a mesma estratégia, o mesmo modelo de jogo, o mesmo tudo... as mesmas ideias, as minhas ideias, nas palavras do próprio.

Tenho acompanhado o Donald Trump na corrida para candidato dos Republicanos.
Tenho-o visto dizer que o Mccain não é um herói de guerra (só por ter sido prisioneiro de guerra e sobrevivido, é curto...quando o próprio não pôde ir para a guerra porque tinha bicos de papagaio nos pés, coisa que não existe), que os mexicanos são traficantes e violadores, que ver uma mulher amamentar é nojento... enfim, só coisas boas.
Os Republicanos estão a entrar em transe com este tipo de postura, sendo certo que os incomodava menos quando o alvo era o Obama.

O que quero dizer com isto?
Bem, quero dizer que o problema das bestas, como tanta outra coisa na vida, depende, apenas, do lado em que nós estamos.
O Jesus não passou a ser uma besta por ter trocado de clube;
O Trump não passou a ser uma besta por estar a atacar os Republicanos.

Sempre foram o que são, a diferença é, apenas, o alvo.

Por isso me lembrei dos cães de guarda, aqueles ferozes. Aqueles de que eu gosto.
São admiráveis quando defendem quem devem (e quando quem devem somos nós) mas um animal, seja ele qual for, onde se incluem os humanos, só consegue ser controlado até certo ponto; quando um caniche se descontrola, ninguém liga muito; quando um bullmastiff se descontrola, liga-se muito.

Ora, o que é esquisito é que todos se surpreendam quando o JJ ou o Trump morde quem eles não esperam, sendo certo que eles sempre foram indiscriminados. Apenas estiveram de um dos lados durante algum tempo e, depois, mudaram-me para outro. Mudaram de lado, não de comportamento.

Não é diferente, por exemplo, de quando se vê uma pessoa a cortar outra da sua vida.
Nós, que não fomos cortados, achamos admirável gente com força suficiente para não apanhar na pá; com ele não fazem farinha, ouve-se com bastante frequência mas, não se tendo o cuidado devido, um dia o cortado deixa de ser o outro para sermos nós porque cesteiro que faz um cesto faz um cento.

Nós só somos especiais na nossa cabeça.

....e...
como já por aqui escrevi, as pessoas tendem a contar-me coisas. Muito provavelmente porque não pergunto; muito provavelmente porque sabem que não me meto se não me perguntarem; muito provavelmente porque pensam que sou mais ponderado e esperto do que aquilo que penso de mim mesmo.

Então, hoje, foi um desfraldar de cenas.
E, para ter graça como costuma ter, sempre que a conversa tomba para gente que ambos conhecemos - e quando a conversa envolve apreciações mais pessoais - os nomes desaparecem. Passa-se para expressões como a pessoa de que estamos a falar ou o casal de que estamos a falar o que eu acho imensamente divertido porque, aparentemente, se não se disser o nome não existem.

As sextas têm sido menos más.

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