Futebolês
Acabei de ver uma notícia que revela a indignação de muitos porque o Messi apoiou o ditador gabonês ao deslocar-se ao país para publicitar (acho) o CAN que se vai lá realizar.
Este fim-de-semana, fecharam-se ruas no Porto porque o Jorge Mendes se casou e os moradores das ruas em questão ficaram um bocado fodidos. Um comentador televisivo disse que se a lei prevê e ele pagará os custos, nada a dizer.
Pois, alguma coisa a dizer.
O Messi foi fazer o que o pessoal faz: ganhar dinheiro. É certo que foi a coberto da sua Fundação e as Fundações, ou aquilo em que se tornaram, são algo muito pouco recomendável.
O Jorge Mendes fez o que fez pelo mesmo motivo que os cães lambem os próprios tomates: porque podem.
O problema é que se pensa ou se vende que pessoas como Messi devem dar o exemplo, demitindo os pais dos jovens de o fazer.
O problema é que se tende a permitir tudo a pessoas bem sucedidas, como o super-empresário, porque ganham e dão a ganhar rios de dinheiro.
Ambos os problemas só o são por problemas de perspectiva; tanto Messi como o Mendes são pessoas cujo percurso deve ser admirado mas os messias, a existirem, não se revelam por saberem dar pontapés na bola ou por terem a capacidade de fazer o dinheiro, que não os pães, multiplicarem-se.
Não se deve esperar dos outros aquilo que nós não conseguimos fazer só porque há mais gente a conhecê-los do que a nós; não devemos tratá-los como seres superior só porque, de facto, são mais importantes.
Outro problema é que o Messi, e em certa medida o Mendes, são a versão moderna da história da gata borralheira e não sei se a fantasia de pensar que a vida lhes deu, e terão merecido, o que nos pode dar a nós tendo por base apenas talento natural...e pior ainda é que se acha, apenas por ser o que a epiderme revela, que foi apenas o talento natural que os levou onde estão.
...é que o suor não fica bem nas câmaras.
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