Wednesday, October 14, 2015

Hoje, não sei bem como, uma conversa de circunstância que passou por uma informação de que os homens preferem as mamas parecidas com as das mães, algo que, aparentemente, é científico mas que nunca me dei conta (e só recentemente me parece poder corresponder à verdade), acabou no muito mais evidente: os homens andam à procura das mães e as mulheres dos pais.

Eu sei que não é uma verdade universal mas tendo a achar que anda quase lá quando temos bons pais e boas mães ou, se calhar mais precisamente, quando achamos que temos bons pais e boas mães.

Assumi, como assumo, que não há mulher com quem me relacione que não compare com a minha mães e ela assumiu a mesma coisa mas relativamente ao pai.
É inevitável.

Inevitável é, também, defender-se de tudo quanto se pode as mães e os pais, não por serem mães e pais mas porque gostamos deles (quando gostamos).
A minha, por exemplo, teve uma vida de abandono que, infelizmente, aconteceu no plural e isso tem muito peso sobre mim. É uma obrigação que sinto e que já ma tentaram retirar. Deseja-se que eu tome o meu rumo e que seja feliz e por feliz entende-se o clássico de ter família e tudo isso.

O que ocorre, contudo, é que não fazer absolutamente tudo por quem merece, independentemente de relação sanguínea ou ausência dela, faz-me infeliz e lido mal com isso.
A minha consciência pesa-me demasiado por isso sinto um enorme alívio quando me dão uma desculpa para me aliviar dela.

Ontem, no meio de uma conversa, disseram que uma gaja que é uma cabra teve de baixar a bola e quase chorar no momento em que sentiu o terreno fugir-lhe debaixo dos pés. 
Respondi: Foda-se, é altura de passar a faca!
Responderam-me que não tiveram coragem... ela estava fragilizada. Deve ser verdade mas:
a) não se criam cobras;
b) não se negoceia com terroristas;
c) não se tem misericórdia para com quem tudo fez para a não merecer.

QED

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