Friday, November 13, 2015

Darwin Só Pensou por Fora

A teoria evolucionista, lamentavelmente, tem pouco de intelectual, é um processo adaptativo primordialmente físico; mais pêlo, menos pelo; mais erecto, menos erecto; mais barbatana, menos barbatana.
No âmago, nunca mudamos, apesar do que nos querem fazer crer. Somo sempre os mesmos e parvos por esperar por resultados diferentes para a mesma actuação (a loucura, segundo diria Einstein).

O PS E O GOVERNO
Parvo me assumo: quando no dia seguinte às eleições vi o PCP esticar a mão ao PS e o PS ponderar se a agarrava, pensei que fosse uma forma de valorizar o peixe de que dispunha para vender à PAF, o partido vencedor. Cheguei, até, a dar de escárnio num outro blog onde costumo participar porque lá tomou-se por séria a hipótese de uma OPA um pouco hostil da comunagem à Assembleia da República e ao PS.
Ri-me, fodi-me.

Onde errei?
Não me escapa a natureza egoísta da humanidade nem a sua vontade de salvar o couro à custa de quase tudo (a lei contém, até, uma coisa chamada estado de necessidade, um momento em que a necessidade própria é passível de servir de desculpa para qualquer coisa).
O que aconteceu, aqui, na minha cabeça e em resumo, contudo, foi isto:
Foda-se, o Costa não se vai juntar a gente que só o quer esfaquear e nem sequer esconde! Ele não vai, à pala de meia dúzia de meses no Governo, juntar-se à corja anti-europa e anti-mundo e anti-democrática e nem é por princípio...é que quando der merda ele e o PS vão ficar agarrados ao chicote e levar uma pancada eleitoral que não é certo alguma vez recuperem...
Vêem? Nem se quer foi um pensamento inocente nem centrado em Portugal e no que o País precisa, é, também, de sobrevivência! Era um pensamento egoísta mas compreensível.

Como me enganei?
Ainda é difícil, para mim, encontrar uma resposta clara mas o vil da humanidade pode suplantar o que dele espero e eu espero muito!
O Costa terá pensado apenas no seu pescoço. Foi tosquiar e acabou tosquiado; do poucochinho que criticou ao Seguro levou uma pancada de criar bicho! Deve ter pensado, então, secundado por uma corja próxima do 44 (Ferro Rodrigues para Presidente da Assembleia? Mesmo? O abraçador de Paulo Pedroso e Sócrates? Mesmo?!), que mais valia Rei por um dia, independentemente do custo que isso venha a ter para o País e para o próprio partido.

Nisto, para piorar, abraça partidos não democráticos e parasitas da democracia que odeiam mas afirmar amar (negrito porque nunca é suficiente repisar este assunto!) que o engolem porque...bem, porque podem e nunca devem ter pensado possível.
A líder deste ajuntamento de gente maluca é a Catarina Martins e não o António Costa!
Os vencedores são os Comunistas que travam privatizações que aniquilariam os grevistas profissionais (reparem, nada contra a Greve enquanto tal mas contra a sua profissionalização)!
O que ganha o PS com isto? Suponho que um ou outro tacho, um PM tetraplégico e, suponho, uma necessidade de vaselina como nunca tinham imaginado (vaselina que serve para o rabo e não para os cotovelos, como diz agora o anúncio e só para não se fazer confusão).

É baixo!
É mesquinho!
É reles!
Não previa...fui burro. Não imaginei que a estupidez e a cupidez fossem tão longe.

Darwin não deu com estes fósseis lá na Ilha.

A CEGUEIRA
(uma nova referência, que aí vem, ao Comunismo não foi planeada, porque não é o tema, mas não me chateia)

Durante a IIGGM, houve uma altura, mais para o fim mas antes do fim mesmo, em que houve publicidade pró-Estaline pelo Mundo. Foi, a dado momento, realizado um filme (cujo nome me escapa) em que se demonstrava o líder visionário e justo que Estaline nunca foi. Por esta altura, momento em que os Russos eram a barreira mais forte aos Nazis e em que havia uma tendência rosácea em Londres e, de vez em quando, em Washington, pensava-se que a URSS havia encontrado algo fantástico e que o futuro do pós-guerra podia passar por lá.
Escritos fidedignos revelam, inclusive, que Churchill e Roosevelt não desgostavam de Estaline (ainda que mais o segundo que o primeiro) e que o defenderam perante a opinião pública.

Precisavam dele pareço ouvir-vos dizer e não me parece errado. Pensei mais ou menos o mesmo.
O que retirei, depois, foi uma outra coisa:
Os polacos (o seu assassinato massivo e deportação) pelos russos era conhecido; houve mais do que meia dúzia de gajos que relataram o pessoal que era abatido no meio da rua pelo NKVD e deixado onde caíam; o fenómeno dos kulaks era conhecido e assumido pela cúpula comunista; Estaline tinha feito um acordo com os Nazis de não agressão antes dos últimos se mandarem para a matança e prestaram-lhes auxílio (com víveres, por exemplo) enquanto eram amigos; o pelotão de fuzilamento comunista que varria a traseira do próprio exército e que servia para matar os soldados que batiam em retirada (pois é! Vitória ou Morte!) não era segredo...
....e nada disto interessou no momento em que se quis acreditar que o carniceiro Estaline era, afinal, florista.

As evidências não interessaram mas o milagroso acreditar, sim.
Como se sabe, Estaline só terá plantado flores, se alguma vez o fez, na sua datcha (não sei se se escreve assim).
A esperança não fundamentada é estúpida mas só se sabe depois, o que é uma grande merda.

....e isto será uma das coisas em que mais queimo neurónios: o esforço por ver o que lá está e não o que imagino.
Quero muito ser bem sucedido.

A CAVERNA DE ONDE NUNCA SAÍMOS

Há uns anos, fui forçado a andar em ginásios.
Não é nova a minha relutância a máquinas e gente a admirar-se ao espelho (o que, com pena, de vez em quando também faço) e pretensas preocupações com saúde que são eufemismo para ficar bem de fato de banho.
De todo o modo, na minha busca por atenção juvenil, achava engraçado o ar consternado com que os bombados eram expostos a um miúdo que puxava 3 vezes mais peso que eles sem precisar, de quer, de esgar de dor ou guinchar. 
Este sainete nunca o presumi para com o elemento feminino, As mulheres, pensei e continuo a pensar, não admiram conscientemente demonstrações puras de força, especialmente quando a força é efectiva e não acompanhada de músculos definidos que nunca tive.

Fastforward na minha vivência e experiência e vontade de compreender como funciona a humanidade e a minha percepção dos tempos de ginásio e do efeito no elemento feminino não mudou mas sofreu uma nuance.
Ilustrando antes da conclusão:
Há algum tempo, que não muito, houve uma mulher que se mandou mais ou menos para a piscina. Ora, como repito com frequência, não sou uma metralhadora na noite e nem sequer uma espingarda de precisão. Provavelmente, como me disse uma das minhas exs eu não tenho estrutura para ser rejeitado, então preciso sempre de um incentivo mas depois de cheirar sangue na água...
Voltando,
a mulher demonstrou algum interesse mas nada de muito avassalador, sendo certo que foi o suficiente para me cheirar a sangue na água e depois da coisa se ter concretizado dei por ela agarrada ao meu braço. Não sendo a coisa em que mais frequentemente sou agarrado, perguntei-lhe porquê toda aquela vontade (sim, eu quero SEMPRE saber o que não entendo) e ela respondeu-me qualquer coisa como: eu achei-te graça, foi óbvio, mas quando me puseste o braço à volta da cintura percebi que não iria acabar a noite vestida. Mantive o silêncio que empurra as pessoas para preencher o vazio (obrigado, Daniel Oliveira) e ela continuou: ...não sei dizer porquê mas quando me agarraste achei que podia acontecer tudo à minha volta que a mim não me ia acontecer nada.

E a conclusão:
Vivemos num Estado de Direito em que a violência é um monopólio estatal. Somos ensinados que a polícia existe para nos proteger caso alguma coisa aconteça. Que diferença faria o meu braço especialmente sem nenhuma ameaça por perto?
Vivemos numa época em que as armas andam cada vez mais à nossa volta, tornado a sua exibição algo não tão estranho assim. Que diferença faria o meu braço perante uma bala?
Em qualquer um dos casos, a resposta é nenhuma mas o cérebro dela, que vem de há milhões de anos como todos os outros, está programado para reagir ao que a consciência não entende e o que ela sentiu, naquele momento, foi presença e protecção, ainda que desnecessária.
Se ela me tivesse visto a puxar ferro, não acredito que ficasse impressionada.
Quando ela sentiu o resultado de conseguir puxar tanto ferro, ficou impressionada ainda que o não soubesse.

Somos todos e sempre animais.

IA SER DIFERENTE

Ia acabar isto com uma história engraçada que resultou de ontem, depois de um dia mais bem passado do que seria de esperar ainda não saiba explicar por que motivo esperava menos, passei por um grupo de 4 miúdas (deviam ter entre 12 e 15 mas sou péssimo em idades) que cantaram é lindo, é gostoso quando estava a passar e dois passos depois imitaram um gato a miar.
Ia falar sobre estas duas coisas, o dia e o seu fim mas tive de sair para acudir a uma urgência, no entretanto, pelo que:

O avançar da idade tem coisas boas e coisa más e ainda coisas boas que, em certas circunstâncias, me parecem más.
A minha evolução levou-me a que pense antes de queimar. Ainda queimo com alguma facilidade mas, agora, tendo a contar até 10 ou embrenhar-me em trabalho ou vir aqui queimar uns minutos ou algo que me impeça de reagir como quero naquele momento e espero querer a mesma coisa uns tempos depois, momento em que tomo uma atitude.

Ora,
de vez em quando, fico profundamente fodido por pensar que não devia esperar mas antes encharcar tudo com gasolina e fazer tudo arder!
Nesta urgência, que pareceu mais do que o que era, fui outra vez exposto à estupidez que me anda a roer por dentro há muito tempo.
Então, se já contaste até dez e não mudou, por que continuas nisso?!
Pergunta que me faço muitas vezes. Pergunta a que respondo com a necessidade de me sacrificar (coisa que detesto) em prol de quem entendo merecer.

Quanto tempo vai durar é imprevisível mas queria que já tivesse acabado há muito!
Há 10 minutos atrás, vi passar-me à frente - não de forma tão figurada assim mas não literal - uma imagem em que esmago uma traqueia com a sola do pé direito. Caralho. É uma vergonha.
Depois de acudir ao que tinha de acudir e, quando já não deveria ser preciso, continuei porque alguém teve de atender telefonemas, entrei no silêncio que precede a tempestade, tempestade que se avizinha há anos e de que ando em fuga. Calei-me e comecei a contar.

Agora, estou a arder.
Ah, parabéns! Seguraste-te!
Admitiria e aceitaria os parabéns com alegria caso isto tivesse sido pontual e, por isso, merecesse ser evitado.
No caso, vai-se repetir e é porque se repete com frequência que passei de pensar vai para o caralho para imaginar pisar traqueias. Está a aumentar e não tende a reverter.

A minha cabeça diz que aguentar só vale a pena se o período em que tal é necessário for suportável, caso contrário uma bombinha de carnaval tende a tornar-me uma bomba mesmo.

(isto não era suposto acabar mal mas...)

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