Monday, November 30, 2015

O Aviso

Desde relativamente cedo deixei de ver utilidade em avisar do que quer que seja. 
Em termos externos, comecei a achar uma perda de tempo porque ou não eram tidos em conta ou tomados como ameaças (se deixei de tender a avisar nunca fui de ameaçar);
Em termos internos, ficava com a sensação - e ainda fico - de que tenho de cumprir com o aviso, uma coisa parecido com dizer é igual a fazer caso contrário só se enche ar e não sou bem nisso.

Se o efeito externo não é particularmente relevante porque me interessa pouco o que se pensa e tem apenas relevo porque detesto perder tempo, o efeito interno não é devastador mas é bastante desagradável.
Por tudo quanto fui dizendo, avisar tornou-se contra-natura e destina-se, agora, a casos muito específicos em que quero evitar o resultado; pelos dias que correm, só vou dizendo coisas deste tipo quando não tenho vontade que o circo arda e, (in)felizmente, isso é cada vez menos recorrente.

Novamente, em termos internos, a coisa é muito desagradável quando me coloco na posição de avisar porque, de vez em quando, a pessoa a quem digo este tipo de cenas tende a sentir-se atacada e responder com já seis ou já me disseste, o que me faz sentir pior e, em resultado, faz-me ter menos vontade de falar e quando tenho menos vontade de falar tenho uma tendência natural a fazer e fazer nem sempre é bom.

Fazer-me sentir parvo não costuma dar bom resultado para ninguém.

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