Monday, November 30, 2015

Sociologia dos Pobres

O Homem é homem e a sua circunstância, o que deverá querer dizer que o que se faz depende de onde se está inserido, não havendo quem seja alheio ao ambiente onde cresceu e onde se insere em determinado momento.
A avaliação que fazemos dos outros é, por isso, bastante difícil quer porque não somos os outros mas nós quer porque não estamos onde os outros estão, às vezes fisicamente e outras emocionalmente.

Então, a Sociologia dos Pobres:

O circuito que agora vou fazendo à noite é mais ou menos previsível (sendo mais do que menos) porque, sempre que consigo, sigo uns gajos que fazem samba por onde andarem e andam mais ou menos nos mesmos sítios, sendo que vou a dois deles.
São dois bares que não variam muito em ambiente porque, como eu, andamos uma dúzia ou mais qualquer coisa a fazer o mesmo e a distância, geográfica, dos bares é, também ele, coisa nenhuma.
A verdade é que, apesar de ser a mesma banda e as mesmas pessoas a coisa não é igual; um dos bares é manifestamente mais tranquilo que o outro; num dos bares se estivermos sossegados deixam-nos sossegados, as mais das vezes, e no outro a coisa é diferente.

Estive ontem a pensar nisto para ver se me dava uma luz quanto ao porquê e a conclusão a que cheguei é exactamente essa: Luz.
Um dos bares é bastante mais iluminado que o outro e, como tudo o resto se mantém mais ou menos constante (pessoas, nível de álcool, música...) parece-me ser este o diferenciado, algo que corroborará com o à noite todos os gatos são pardos.

Para mim, é relativamente indiferente se é de dia ou de noite e se está mais claro ou mais escuro mas não será comum: 3 das pessoas que vejo semanalmente no outro sítio e com quem nunca falei decidiram alterar o comportamento com a deslocação física e foram, pelo menos duas delas, bem menos...bem...circunspectas do que é costume.
Ao olá, já nos vimos várias vezes e nunca nos cumprimentámos respondi que bem, é verdade. Também acho que demoraste muito tempo a dizer olá.
O gajo que estava comigo ficou mais ou menos escandalizado por eu ter dito o que disse em vez de me desfazer em loas por me terem abordado. Pois, amigo, eu sei que é suposto um gajo excitar-se porque uma gaja toma a iniciativa mas, como já muitas vezes disse, comigo foi ela que pediu mas admito que não tem de pedir muito.

A diferença que a Luz faz, não é?
Luz que, enquanto nome próprio, me traz recordações muito desagradáveis.

E, Choro Pró Zé:

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