Tuesday, December 29, 2015

Coisas Com Graça, o Tamanho das Pilas e Gente de Vistas Curtas

Já por aqui rolou a seca de jantar que tive com pessoal sofisticado e acho que contei que um dos convivas referiu a puta da loucura que seria agora, porque a minha faculdade tem gajas boas, se tirasse o curso e a minha resposta a esta demonstração de super-heterossexualidade que é meramente verbal.

A continuação desta coisa foi curta mas teve um segundo.
Quando lhe disse que era estúpido estar a dizer que agora seria uma loucura, porque não fazia parte das características dele, acrescentei:
- Pá, não percebo muito bem que vergonha hás-de ter - porque ficou envergonhado. Não me arrependo de nada do que fiz e do que não fiz quando tirámos o curso e se não tivesse arranjado namorada no 3º nunca acabaria aquela merda em 5.

Isto teve duas reacções muito engraçadas:
Os 4 ou 5 que estavam à mesa e me conheciam pior (onde se incluíam 2 que tiraram o curso comigo) ficaram estupefactos por ter acabado o curso no tempo previsto (um deles não se acreditou nisso enquanto eu o dizia);
A generalidade, menos 1 que me conhece melhor, ficou de olhos esbugalhados porque eu tinha admitido - como sempre, mas sempre, admiti - que a coisa podia ter azedado se tinha continuado à solta.

A Graça:
É divertida a reacção das pessoas ao que não contam poder acontecer ou ser dito.

O Tamanho das Pilas:
Porque sou o que sou, há uma tendência para gente insegura tentar parecer o que não é quando exposta ao sangue que me pulsa nas veias.
Passam a comer mais gajas e a gostar mais de o fazer, passam a andar mais à pancada do que andam de facto e passam a dizer mais palavrões.
O outro quase se arrependeu de ter namorada durante o curso porque acha que isso o torna menos homem.

Gente de Vistas Curtas:
Porque tomamos os outros como nos tomamos a nós, presumimos, também, que o que nos torna os maiores é o que torna os outros os maiores.
Se não fizermos exactamente o que dizemos esperamos o mesmo dos que nos rodeiam.
Se somos incapazes de ter mais do que uma camada, achamos o mesmo e presumimos o mesmo relativamente a quem partilha este Mundo.

Ora,
porque eu saio, porque eu bebo, porque eu não ia às aulas, porque eu não tinha namorada, porque não evito o que quero dizer e porque sou pouco sociável passa a ser só isso que eu (e qualquer outro com quaisquer características) sou.
Depois, quando sou um bocado mais e quando demonstro não precisar de ser o que se pensa de mim porque não tenho, necessariamente, uma imagem a defender... gasp!

Tem graça mas às vezes cansa.
Chocar, especialmente sem esforço, é divertido mas desilude.

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