Wednesday, January 27, 2016

Coisas Que Aprecio

Uma vez (mais que uma mas para efeitos literários comecemos assim) perguntaram-me o que queria numa altura em que estava em baixo. Não estava irritado, não estava chateado...estava em baixo, coisa que preocupa muito mais quem me é próximo do que as alternativas anteriores.

(considero quase uma marca de água de carinho aqueles que se preocupam mais quando ficamos com pouca reacção do que quando estamos dispostos a bater)

A minha resposta não costuma variar: preciso que me distraiam, quando possível, ou que estejam lá e só isso. Não gosto de desabafar porque me faz, normalmente, sentir pior. Só consegui falar sobre a pior fase por que passei mais de 1 ano depois de ter acontecido mas aí foi só falar, já não se considerava um desabafo e isso consigo.
Então, é distrair-me ou estar lá.
....e distrair-me, quando a coisa está um bocado pior é difícil.

Ontem, quando já estava em casa, recebi uma mensagem que dizia qualquer coisa como vê lá se te animas para amanhã, ó franganote coisa a que respondi com franganote é o caralho! e depois, as, assim está melhor!
Quem me mandou a mensagem esteve comigo o dia todo mas preferiu não tocar em assunto nenhum nem perguntar coisa nenhuma. Esteve por perto e tentou distrair-me, sendo que distrair não resultou.

Bem ou mal, depende sempre das pessoas com quem se interage, não há muita gente assim ou, pelo menos, não as conheço. E como é uma característica - que, por norma, acompanha outras - que me é querida tendo a ser um bocadinho mais para este tipo de gente e, naturalmente, bocadinho é um eufemismo por ser uma prática que me escapa.

Se olharmos à volta e muitos de vocês para o próprio umbigo, repararão que os mais que nos rodeiam são os que correm para a maternidade quando uma criança nasce não porque querem agradar os novos pais que provavelmente precisam de paz mas porque se sentem importantes por serem os primeiros ou segundos; repararão que os mais que nos rodeiam ficarão fodidos se os nossos pais falecerem e não os avisarmos disso.

Há uma confusão generalizada entre os conceitos de egoísmo e altruísmo. O pessoal confunde mas eu não, independentemente de quantas vezes quiserem travestir as palavras eu continuo a saber o que querem dizer.
Eu, por exemplo, sou egocêntrico porque acho que tudo tem que ver comigo mas não egoísta porque distingo o que os outros precisam daquilo que eu preciso.
Eu, por exemplo, não pararei se sentir que outra pessoa precisa de qualquer coisa mesmo que ela não saiba ou não diga mas não insisto se for em meu benefício.

Acho que tudo isto faz de mim esquisito.
Tudo isto e mais coisas, suponho...

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