Friday, January 22, 2016

Como Cerejas e os Idiotas que Pululam

GENTE ESQUISITA?

Ontem, entre as primeiras cervejas da noite (2 delas tinham 11%...foi má ideia) estávamos a falar das provações familiares que uma criança nova, especialmente quando é a primeira, provoca. 
A dada altura, diz-me ele: Pá, de onde esperava menos está a aparecer mais. A minha mãe, por exemplo, pega na A e começa a dizer "não te ris para a Avó? Pois...nem me conheces.." e essa merda irrita-me (a A tem, acho, 8 meses).

E a partir disto, entrou-se naquilo que parece ser a génese de toda esta gente que nos rodeia.
Dá-me nos nervos aquele clássico de tratar as crianças como animais de circo. Sim, animais de circo: olha o que ele aprendeu a fazer! Oh X, faz lá o pino! Oh Y, diz lá olá em inglês! Oh Z, desenha a mamã!"
Não. Não.
Depois as crianças que se tornam adultas acabam a pensar que quando comem uma perna de frango e mostram que a estão a comer deveriam ser aplaudidos em pé e que isso é muito interessante (olá, Facebook e quantidade de likes). Depois as crianças que se tornam adultos precisam que os aprovem e sentem que devem agradar os outros a qualquer custo (olá, por exemplo, crianças estrelas de cinema que depois crescem e ficam perdidas).

Temos de ter respeito e ser educados mas não temos de ser outra pessoa para espelhar o que de nós se espera porque, nestes casos, é possível que nem sejamos outra pessoa mas antes ninguém.

E não termina aqui...
O caso da avó que se queixa que a criança não se ri para ela precisa de ser aprovada pela criança! Já viram esta puta da loucura? E é comum.
Olhem para as estupidezes a que se sujeitam as pessoas para que as crianças gostem delas. Será que porque uma criança - que pode ser uma besta, diga-se - não lhes dá (ao adulto...puta da loucura, de novo) atenção isso revela-o um falhado?
Para que conste:
eu gosto muito de crianças e dou-me muito bem com crianças mas caguei se preferem ir brincar sozinhos ao invés de falar comigo; se não estão numa de se rir do que digo; se estão numa de ver televisão e que não os chateiem. 
E nunca, NUNCA, as trato como atrasadas mentais.

Eu sei que isto parece extremo mas não me parece que o seja.
Como já disse, passei a minha vida a dizerem que sou um génio e a mostrar as merdas que escrevia noutros lados desde a primária e a ser bem sucedido no desporto e por aí fora. A minha vida está a léguas de ser só sucessos mas não tenho o pior dos CVs.
Ora,
não me foi fácil abrir os olhos e perceber que não sou um génio porque não tinha descanso;
não me foi fácil perceber que shit happens;
não me foi fácil convencer os outros que não é porque esperam coisas de mim que as vou fazer.

Mudei muito desde os meus, vá, 20 anos e talvez seja por isso que consigo ver coisas que escapam a muitos. Já as vivi e saí delas.

OS IDIOTAS

Vou descrever-vos, não sei se já o fiz, o que faço quando saio à noite: pista (muitas das vezes sozinho) a curtir a minha e a ver o que se passa à minha volta; falo pouco, não mudo muito de lugar a menos que vá ao bar e seja ocupado; não tendo a dar sorrisinhos e olás às gajas do nada.
Ontem não foi diferente.

Houve 2 ou 3 ameaças mas uma delas com sede.

Só para se ter uma perspectiva real da coisa: porque não tenho pachorra para trabalhar forte e é preciso mostrar-me o pescoço (quanto mais cervejas mais pescoço tem de ser mostrado), perco muito e, pelo menos, duas das que me ameaçaram acabaram a ser roídas por outros gajos que têm mais paciência (e bem!) que eu.
Só para que conste, também: mesmo para este tipo de coisa descartável não sou muito apreciador de andar atrás de gazelas mancas.

Voltando:
uma delas estava a ser violentamente atacada por dois gajos, dois gajos que se não eram amigos pelo menos eram conhecidos (nem vou começar a falar do nojo que este tipo de competição me provoca...) e, no entretanto, estava a atacar-me. Não tenho a certeza se não terei ficado com um decalque das mamas dela na minha T-shirt.
(não esquecer que eu não saio do lugar, nem para mais perto nem para mais longe e não me ando a esfregar em gajas, ainda que não evite que se esfreguem em mim).

Ora, um dos gajos ficou sem espaço para se pôr entre eu e ela e fez menção de me afastar com o braço. Não levei a bem...
Perguntei-lhe o que queria e ele responde-me: é que eu estava a dançar com ela... e assim não consigo (gajo mais velho que eu, não era nenhum miúdo...). Disse-lhe pá, que queres que faça? Não vou desaparecer daqui. Puxa por ela ou leva-a para outro lado.
Ficou convencido e lá a puxou.

Fiquei a rir-me e a gaja percebeu que me estava a rir daquilo.

No fim, avisei o gajo que estava comigo que estava na nossa hora, aquilo tinha acabado.
Ela percebeu, largou o gajo e perguntou-me Já vais? Precisas que te vá abrir caminho?
Não, não preciso. Não sou fraquinho. E não quero que os teus amigos se chateiem!
Ri-me outra vez e fui embora.

Gabo muito - e invejo - a paciência que os gajos têm para apalpar um rabo mas gabo menos - e não invejo nada - a figura triste e desesperada que fazem por um qualquer par de mamas. E o risco que correm de levar na boca para guardar um território que nem está a ser ameaçado... quando é o gado que sai da reserva não se vai reclamar mais terra, puxa-se o gado de volta.


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