Tuesday, February 16, 2016

Sempre As Pequenas Diferenças...

Parece-me que terá sido há bastante tempo que contei que uma gaja que por aqui anda me contou que não queria ter filhos, coisa que não correspondia à verdade. Agora está grávida (não estou a ligar uma coisa à outra. Podia ter-se dado de ela mudar de ideias mas não foi o que aconteceu) e comprovou-se o que me pareceu na altura: não é que ela não quisesse, o que se deu foi que acreditou que já não podia/ia a tempo, ou seja, que a janela se tinha fechado e fingiu que o que aconteceu foi que deixou de a querer aberta.

Ontem disseram-me que a minha suposta aversão por relacionamentos fazia lembrar o que acabei de descrever.
Ledo engano.
Há algum tempo - que não foi tanto assim - disseram-me que eu dizia que queria ter um relacionamento mas que, na realidade, não queria.
Ledo engano.

Esquisito, não é? Supostamente será verdade a primeira ou a segunda afirmação, certo?
Ledo engano.

A PRIMEIRA

Nunca escondi que queria ter sido Pai, por exemplo, desde os 20. E como não queria ser Pai solteiro, queria ter uma família completa desde essa altura.
Essa vontade não se alterou (bem...quanto aos filhos a vontade não se alterou mas sinto que talvez o tempo tenha passado...). Eu quero as mesmas coisas.Digo-o a quem quiser ouvir.

O que acontece, então, para que me ouçam dizer isto - se quiserem, e ainda assim tenham a mesma opinião?
Bem...não é porque são parvas...

É relativamente visível que não é por falta de oportunidades que não tenho companhia assídua.
Para as pessoas que me conhecem melhor, é, também, visível que tenho qualidades que fazem com que não seja de desprezar.
Somando as duas coisas, é porque não quero. 
Errado mas não parvo.

O meu romantismo, que não é o dos filmes parvos que vendem romantismo como ramos de rosas, dificulta-me a vida. Não aceito o menos o que leva a que ande, normalmente, no nada. Não aceito coisas mornas, não as aguentaria. Não aceito as metades que as pessoas estão dispostas a oferecer, interessa-me as metades que escondem.
Este conjunto de vontades que, na minha cabeça, são ordens não me deixam ter o que muitos dos outros têm e o que são as mais das relações que nos envolvem a todos.

Então, o que me distingue da outra é mais ou menos isto: Eu quero e quero muito mas eu só quero o que quero e como quero, não aceitarei menos.
Se não der, será um falhanço assumido mas não o mascararei de escolha.

(ah...e também é verdade que a minha esperança que o que eu quero me aconteça se foi desvanecendo...)

A SEGUNDA

Esta demora menos tempo...
Ela também não era parva.

Deixem-me entrar devagar nesta porque tinha e tenho apreço à mulher que me disse isto:
Quando as coisas correm mal na cama é raro alguém dizer: hmm...sabes, eu gosto de foder só não gosto de foder contigo...
Aliás, a uma que conheço aconteceu o seguinte: o gajo disse-lhe que ela era frígida e ela não teve coragem de lhe dizer não, não sou. Sou frígida contigo, só.

Foi mais ou menos isto que aconteceu: Eu quero...só não quero contigo.

Felizmente, quando me atirou isto à cara pôs-se a monte e não tive de lhe responder, o que faria se me fosse perguntado.
Felizmente, quando confrontado com um não dá mais! não costumo argumentar porque se não dá, não dá...

Exemplo dentro da primeira:
Não aceito que haja coisas que não me queiram contar, ainda que aceite que há coisas que não se conseguem contar.
O Eu conto tudo nunca é verdade mas a vontade de contar tem de ser.

Não concebo segredos, não concebo medo de magoar que impeça de falar, não concedo roupa quando quero nua.

....e é por causa de merdas como esta que não é o eu não quero mas antes o eu não quero de qualquer maneira!

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