Friday, March 18, 2016

"Não Consigo Fazer Isto Sozinho"

A objectividade revela que dizer isto nada mais será do que a constatação de um facto, aplicável ao que quer que seja que não se consegue fazer sozinho. Desde construir uma casa e mudar o curso de um rio.
Nada tem de especial, como nada têm de especial afirmações que comprovam o que é visível.

A subjectividade, como em tantas e tantas ocasiões - muitas mais do que o número de casas decimais do PI - impede que se tome o que quer que seja como o seu valor facial.

Dependendo de quem diz não consigo fazer isto sozinho, o não conseguir fazer sozinho é uma realidade quotidiana, como deve ser, ou uma facada, como não deve ser.
Pensem no gajo que apenas construirá uma casa se o conseguir fazer sozinho, ou ficará a viver na rua; pensem no gajo que se não conseguir mudar o curso do rio sozinho, verá a sua terra submersa e despedaçada.
Este último gajo é estúdio mas um clássico: é o que é.

Então,
para quem está habituado, adaptado e conforme com a realidade que o rodeia, pedir ajuda é ordinário;
para quem está habituado, adaptado e conforme com a realidade que criou, pedir ajuda é extraordinário.

Como tudo o resto, pedidos ordinários que sejam recusados ou mal sucedidos não constituem problemas porque são muitos e, por isso, não é demasiado decepcionante;
Como tudo o resto, pedidos extraordiários que sejam recusados ou mal sucedidos, constituem problemas porque são muito raros e, por isso, é demasiado decepcionante.

...e talvez o pior de tudo, quando pedidos especiais que põe o pessoal a jeito são mal sucedidos a ideia anterior (de que ou se faz sozinho ou não há quem faça, então, para quê?) sai reforçada e, por isso, cada vez menos se pedirá o que quer que seja para, num Mundo ideal, parar de se pedir o que quer que seja.

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