Nada Mais Perto E Mais Longe
Quando era mais miúdo senti algumas vezes o aproximar do nada quando fechava os olhos. Não estou a tentar ser dramático nem poético: o que acontecia era que o próprio do escuro se aproximava e afastava, parecia vertigem. Eram noites muito desagradáveis.
Como já não me lembro se havia cirscunstancialismo específico, não consigo determinar padrão.
O afastar e aproximar do negro acho que não voltou a acontecer mas o sentimento de vertigem aparece de vez em quando. E não preciso de fechar os olhos.
Agora - por estes dias, na verdade - é uma sensação de inquietude que me levou a ponderar sair para comprar merdas...sendo que há pouca coisa que me incomode mais do que o sentimento consumista de que se quer comprar coisas sem se saber, exactamente, o quê e para quê.
É evidente que anda alguma coisa desequilibrada e aqui surge o problema: o quê?
A resposta não é clara ou, eventualmente, não a pretendo clara.
Normalmente, quando estas coisas me acontecem faço terra queimada. Sou um homem simples, de gostos simples, com uma rotina simples e uma vida leve e livre. Não tenho coisas e não devo nada. Não estou, normalmente, demasiado envolvido em coisa nenhuma e posso pegar numa sacola (sim, nem de mala preciso) e pôr-me a monte.
Apesar de me agradar esta vida de leveza, a verdade é que não é completa. Mas isso de completa existe?
Bem, na minha cabeça existe mas ela não é das coisas mais fiáveis quando não estamos a discutir sobre o que é palpável.
Terra queimada?
Não sei.
Será que a táctica do alentejano para a vontade de trabalhar (sentar e esperar que passe) vai funcionar?
Estou a tentar a aplicação mas a passividade não faz mesmo parte da minha natureza.
Conflitos interiores são uma merda...
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