Tuesday, May 31, 2016

Tempo e Espaço

Há uns dias disseram-me que estava a precisar disto (ir uns dias para outro lado) e de me distanciar um bocado...fez-me tão bem... e isto é relativamente comum ouvir-se ou dar como conselho.
Quando estive numa fase péssima, disseram-me várias vezes e várias pessoas que deveria fazer isso: ir para sei lá onde por uns dias para espairecer.

Ouço tantas vezes este tipo de coisas que tendo a achar que deve funcionar e que deve ter bons resultados mas não me atrai nada.
Pode ser uma cena masoquista ou obsessiva ou uma conjugação de ambos mas é-me quase impossível desligar temporariamente. Consigo fazê-lo em definitivo mas não temporariamente.

Quando estive na tal fase, só a queria resolvida, fosse como fosse, e o mais rápido que conseguisse.
A ideia de ir para qualquer lado e fazer qualquer coisa para depois ter de voltar não me atraiu e ainda não me atrai. Detesto problemas e fingir que não existem, ainda que por pouco tempo, não me é possível porque enquanto estou a espairecer estou a pensar que vou reencontrá-los assim que o espairecimento termine.

Por exemplo:
tenho muitas vezes vontade de ir mas nunca penso em voltar, quando esta coisa me passa pela cabeça.
Não estou a ponderar ir experimentar, estou sempre a pensar em ir viver.

Por exemplo:
não gosto de sair e bater com a porta e evito-o com todas as forças.
Também ouço que as pessoas às vezes precisam de espaço e também acho que isso é verdade e também acho que sou uma pessoa...mas comigo não funciona...
Só bato a porta uma vez e pode dar-se o caso de me vir a arrepender mas o mal está feito. Não se volta ou não volto.
Sim, provavelmente às vezes estou a contragosto e, provavelmente, às vezes torno tudo pior naquele momento mas a alternativa é sempre pior.

Por exemplo:
há uns dias, um gajo pediu-me que fosse com ele encontrar-me com duas gajas.
Uma das gajas quer comer-me há bastante tempo e ele quer comer a outra, sendo que, por uma daquelas coincidências muito esquisitas, viemos a descobrir que moram juntas.
Lamentei muito mas recusei o favor que me foi pedido. E lamentei mesmo...mas o que se passa - e expliquei-lhe isto - é o seguinte: SE eu fosse ia dar a entender à gaja que quero o mesmo que ela, o que não é o caso por mais do que um motivo, e eu, no lugar dela, pensaria o mesmo.
Ora,
é certo que não iria abrir a porta, por iniciativa minha, mas se ela se atirasse de cabeça é improvável que eu conseguisse recusar porque, afinal, o que teria ido eu lá fazer?
Disse-me ele que ninguém te obriga a fazer nada! Finges-te desentendido ou dizes que não queres nada que só foste pela música...é. Como se fosse possível.
Eu só ando para a frente.

Aparentemente, isto terá ficado desregrado no que tange à temática mas é tudo um bocado a extensão da mesma coisa:
não protelo;
não finjo;
não fujo;
não fico quieto.

Nem sou capaz de dizer que isto são tudo coisas boas (não são, só para ficar claro) mas é o que é. 

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