Tuesday, November 29, 2016

Igualdade de Géneros

Há uns poucos dias, casualmente enquanto caminhava, disse que é mais difícil a progressão na carreira das mulheres e que essa dificuldade é, até certo ponto, justificada. 
O meu argumento é de que é legítimo pensar que entregar um cargo de responsabilidade e importância a uma mulher poderá ter a desvantagem de que se decidir engravidar a empresa ficará sem ela uns 4 ou 5 meses. Na verdade, já houve empresas que tentaram integrar uma cláusula no contrato que previa que a mulher não poderia engravidar, o que é e foi considerado, naturalmente, ilegal.

Isto foi dito a uma mulher e poderão pensar que deu confusão.
Não deu.
Ela conhece-me e sabe que sou muitas coisas mas machista não é uma delas. 
Tratou-se de uma mera observação fisiológica e anatómica.

Ela disse-me isso é injusto... e eu respondi pois é mas é um problema da natureza...
Poderia, agora, carregar com outros argumentos para o facto de ser mais difícil a progressão na carreira das mulheres mas não o farei. E não o farei por não ser este o principal objectivo da coisa.

O que me trouxe, hoje, é isto:
Se eu tivesse dito a mesmíssima coisa a quem não tem qualquer opinião a meu respeito, por não me conhecer, é provável que a indignação fosse profunda. 
Nos dias que hoje correm, há assuntos que não podem ser abordados sem ser pela noção parva do politicamente correcto; nos dias de hoje, não se pode ter uma opinião que não bata com os indignados que percorrem todos os meios de comunicação; nos dias de hoje, não é possível, sequer, chegar à justificação porque nem a premissa é aceitável.

Pode-se dizer, por exemplo, que o instinto maternal não é igual ao paternal?
Pode-se dizer, por exemplo, que as mulheres são mais individualistas e os homens são melhores a trabalhar em equipa?
Não. Não se pode.
O que acontece é que os indignados provavelmente não conseguem entender que desde a altura das cavernas os homens saíam para caçar e faziam-no em equipa. Nestes mesmos tempos, as mulheres ficavam a tratar das crianças e, apesar de poder ser uma prática com auxílio comunitário, não era, em si, uma prática colectiva.
Isto são factos. Isto não é aceite.

Podem-me dizer que as coisas estão diferentes e, de facto, estão. O que não me podem dizer é que estes eventos recentes podem concorrer com milénios de informação genética.
As coisas mudam mas não mudam porque se diz que mudam. A coisas mudam quando mudam.

É deveram engraçado que neste tempo de suposto respeito pela individualidade e de tolerância continue a ser impossível ter-se uma opinião - mesmo que fundamentada - sobre temas interditos.
Só para que conste: quando digo fundamentada não quero dizer correcta. Quando digo fundamentada quero dizer com motivos e alicerces para assim se pensar, só e apenas.

Em nota e talvez com alguma ligação:
Anda toda a gente feliz e contente com o Presidente Marcelo. É um sonho!
Esquecendo o que me desagrada nele e que é manifestamente subjectivo, direi o seguinte: ontem vi-os com os Reis de Espanha e tive alguma vergonha alheia pelo ar embevecido do Marcelo. Um deslumbramento provinciano.
Só achei isto ontem?
Não. Com a Rainha de Inglaterra foi pior...

Apesar de preferir, sem comparação, o Marcelo ao Cavaco, não posso deixar de admitir que o Cavaco, pelo menos, ciente da sua qualidade de provinciano (que era, é e sempre foi) não abria o flanco a este tipo de demonstrações.
O Marcelo tem-me em muito melhor conta do que o que devia.

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