O Presidente Marcelo
Pá...o Marcelo Rebelo de Sousa chateia-me um bocado e já o faz há muito e muito tempo.
Quando, num determinado dia, estava em casa de uma amiga a festejar o seu aniversário e começou o comentário semanal do Professor na TVI e toda a gente se dirigiu para o sofá e assistir. Perguntei-lhe J, o que se passa?! porque ainda não tinha percebido e nunca me ocorreria e ela respondeu-me vai começar o comentário do Professor.
O Marcelo, à excepção da intriga que estimulava e das (in)directas que mandava para o pessoal não dizia coisa nenhuma. Era uma amálgama de palavras vazias de sentido mas que, aparentemente, saiam com a gravitas de um sábio.
...mas as pessoas ouviam e viam e isso alimentava aquele ego de pessoa que adora ser o centro das atenções e que adora, talvez ainda mais, o som da sua voz.
Não confio em gente assim.
Não gosto de gente assim.
Depois, correu solta uma história nunca desmentida de que ele não aceitava há sei lá quantas décadas (é possível que fossem bastantes anos e esteja a exagerar) que lhe pagassem, sequer, um jantar porque estava a planear ser PR e não queria que a sua honestidade fosse questionada.
Say what?!
Caros... eu admiro gente honesta. Admiro mesmo. Até porque também sou. Agora...não vos parece um bocado extremo?
Este tipo de merdas para sair no jornal e serem aplaudidas trazem-me à memória os incontáveis padres que andavam a evangelizar com a direita e a apalpar crianças com a esquerda.
Moralistas de plástico ainda me chateiam mais do que moralistas.
Não confio em gente assim.
Não gosto de gente assim.
(em nota: Marcelo, o incorruptível dos jantares não dispensava férias com o amigo Ricardo Salgado. Porque não sou moralista, não irei criticá-lo por ter os amigos que quiser mas, convenhamos, talvez seja pior ser amiguinho do Salgado do que aceitar que lhe paguem uma bifana).
E depois, passou a PR e nunca mais saiu do caralho dos telejornais.
Antes, ainda me escapava se evitasse a TVI mas, agora, fodi-me ao comprido.
(apetecia-me continuar a cascar nisto mas porque o assunto que me trouxe foi outro, ainda que não pareça, vou para sob pena de ficar kilométrico).
Então,
hoje, quando dava uma volta pela imprensa, li que o Marcelo terá dito que em ditadura, nunca ninguém percebia bem os contornos das tragédias.
Não me restavam dúvidas que a questão se referia a Pedrogão e também não me restavam dúvidas que esta atoarda viria na sequência da divulgação da lista de mortos.
Estava, obviamente, certo.
Em termos académicos, poderia e poderá discutir-se a falta de liberdade de imprensa no Antigo Regime. Questão real e comprovada mas...isso interessa para quê?!
Na altura do Antigo Regime as mortes doíam menos aos entes queridos?
Na altura do Antigo Regime era pior mentir do que agora?
Na altura do Antigo Regime os incêndios queimavam menos?
Não.
Este gajo (queria tanto escrever outra coisa mas fui travado por uma atenção idiota ao posto mais alto do País - ia qualificá-lo como qualifiquei a atenção) está a defender a (nesta altura, provável) mentira sobre o número de mortos e a defender um Governo que não tem de defender porque...ele é Presidente do portugueses.
Para que se mete nisso?
E para que se mete nestes termos?
Acho, mesmo, que é porque não pode ver uma puta de uma câmara e um caralho de um microfone.
Quem perguntou pela ditadura?
Quem perguntou pela liberdade de imprensa?
O Presidente Marcelo chateia-me muito...
Só para constar: votei Henrique Neto.
Foda-se...
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Bem...cool & sexy.
Estou a abanar o rabo na cadeira em repeat há bastante tempo:
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