Ficar com as Pedras na Mão
Não se dando o caso de me irritarem, ando a ficar irritantemente compreensivo.
Parece-me que esta compreensão resulta, em larga medida, do facto de irem passando os anos e, com eles, irem-se acumulando coisas em cima de coisas e situações em cima de situações.
A culpa desta merda é da vivência.
Neste momento, tenho a impressão de que me encontro na fase em que deveria pôr-me a monte mas o que parece estar a acontecer é que deixarei amadurecer até apodrecer.
Isto, para já, é uma impressão e não uma certeza; é uma hipótese e não uma inevitabilidade.
Dá-se que prevejo que seja inevitável e, ainda assim, continuo na mesma estrada.
Acho que isto está a acontecer porque sou um gato escaldado e também porque a minha visão utilitarista me diz o seguinte: este problema não será ultrapassado noutro sítio porque é meu.
Por outro lado, ainda que esteja certo na origem o problema e quanto ao facto de que o contexto não resolverá nada, não é menos certo que é certo que este contexto não ajuda mas apenas provável que um outro dê no mesmo resultado.
...é por me parecer que estou a ser parvo que evito chamar parvo aos outros ou, para ser mais justo, tento evitar chamar parvo aos outros.
Isto a menos que me irritem.
Se me irritarem, parvo é o mais meigo que sou capaz de chamar.
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