Desinformação
O House não gostava de falar com os pacientes para os diagnosticar.
À partida, isto parece parvo mas tem muitas virtudes.
Há uns tempos, descreveram-me uma situação que envolvia gente que eu nem conhecia e nem conheço; foi-me dado um enquadramento e uma descrição de cenas que as pessoas envolvidas faziam (cenas que nada tinham que ver com a situação em concreto mas apenas situações e questões mundanas).
A minha ideia sobre o que aconteceria estava certa;
A ideia de quem me contou e prestou informações estava errada.
Ah, K, queria ser esperta como tu! e apesar de não ser de descartar a minha superioridade intelectual, há dois factores que, na minha opinião, pesam mais que isso:
1. A pessoa não me interessa mas AS pessoas interessam-me;
2. Eu nunca tinha falado ou, sequer, visto qualquer uma das pessoas.
Isto pode parecer contra-intuitivo e, mais do que contra-intuitivo, pode estar errado mas a experiência que fui adquirindo aponta noutro sentido ainda que não tenha - tanto quanto sei - qualquer base científica.
O Nosso Problema
Nós somos influenciados pelo que nos dizem.
Podemos achar que o que nos dizem é verdade ou mentira mas, em qualquer dos casos, somos influenciados por isso.
Então, é difícil fazer um raciocínio absolutamente objectivo quando somos bombardeados por pormenores e circunstâncias que não interessam para nada.
Por exemplo:
quando o MAC ia lutar com o Floyd, parti, imediatamente, do princípio que o MAC ia ser destruído mas...depois comecei a ouvi-lo e a mais uma dúzia de gajos que diziam que isso não ia acontecer e a explicar a motivação da sua opinião.
Nesta altura, dei por mim a pensar: Caralho, o gajo ainda vai ter hipóteses!! para, uns minutos depois, dar conta que OH, K, deixa de ser burro!! A vontade destes gajos não vai alterar a realidade! e não alterou.
Fui, ainda que brevemente, influenciado por palavras dos outros.
O Problema dos Outos
Se se assumisse que o que disse faz sentido talvez se entendesse que teríamos retrocedido centenas de anos.
Esta época estúpida em que vivemos tenta impingir-nos que somos todos diferentes e que cada pessoa é única e irrepetível mas nada disto é verdade.
Nós somos, quando plenamente despidos, iguais uns aos outros e iguais a milhões de pessoas que andam a percorrer este planeta.
É certo que há diferenças mas são de epiderme e nada mais.
Uns podem gostar de azul e outros de amarelo mas todos gostam de cores.
Dá para perceber o que quero dizer?
Os comportamentos repetem-se independentemente do gajo que, num determinado momento, os incorpora.
....mas como o pessoal acha que uma capa de telemóvel personalizada os torna uma luz muito própria na imprópria escuridão...
Ah, K, este assunto apareceu do nada?!
Não, nunca aparece.
Eu, como vocês, evita assuntos que não quero abordar mas como, no meu caso, eles são pouquíssimos parece que não existem.
Eu sou igual a todos vocês ainda que não precisamente igual.
If you prick us, do we not bleed?
Shakespeare, Bitches!!
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