Thursday, October 26, 2017

Sem sair por completo do Tema do anterior

A minha Mãe aprendeu que o melhor a fazer quando estou com pouca vontade de falar é não tentar fazer-me falar.
Isto parece óbvio mas não é tão fácil de fazer como de dizer.

A minha Mãe faz bem e quem lhe segue o exemplo também.

Faz bem porque impede receber pedradas, que é o que acontece quando se pressiona quem não tem tendência a ser vítima; é o que acontece quando se pressiona quem está em ebulição.
É bom para mim também. Impede fazer-me sentir uma besta muito maior quando a febre me passa e percebo que fui um idiota que merece umas valentes vergastadas e que, em abono da verdade, as receberia de bom grado se isso aliviasse a minha consciência.

Faz bem porque a tempestade há-de passar e se não passar...bem, o resultado é o mesmo.

Há vários motivos para eu não gostar de falar quando estou muito irritado.

Um deles, que não o principal, é que tenho a sensação que me vou queixar por estar desequilibrado e serei, ainda que por momentos, uma pessoa que não sou e nem quero ser.

Outro deles, o principal, é que não sei exactamente o que quero dizer porque já nem sei o que me leva a querer pegar fogo ao Mundo inteiro.
Nestas fases, tudo é tudo e tudo me vem à memória.
Nestas alturas, sou o gajo que se lembra do que sei lá quem fez sei lá onde e sei lá quando.

....e eu detesto estar confuso.

Assim, por muito que me custe (e não custa assim tanto), é ficar quieto e calado até que a ventania perca intensidade e as chamas se consumam por falta de alimento e, depois, consiga ver o que está, em concreto, a rebentar-me as veias.


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