Monday, November 27, 2017

Transparência

Estava hoje a discutir futebol e as tecnologias e disse ao gajo não percebo muito bem por que motivo não se pode ouvir o que o árbitro diz aos jogadores, como no rugby.
O gajo discordou porque acha que o mal é desconfiarmos todos uns dos outros. E rematou com um daqui a pouco tenho microfones e câmaras em casa, para me controlar!!!

Estes são dois assunto interessantes.

A Transparência é a melhor maneira de afastar as sombras e é especialmente útil para afastar qualquer eventual suspeição.
Podem dizer-me que há limites porque transparência não é o mesmo que deixar invadir e obrigar a defender quem não deveria ter de fazê-lo.
Também acho. 
A Transparência é um valor, para mim, absoluto mas a Transparência é a Transparência e a sua Circunstância.

Então:
Parte do meu trabalho é quase plenamente público e, por isso, quando estou a fazer esta parte digo tudo aquilo que quero dizer para que toda a gente - mais interessada e menos interessada - possa aceder e ver;
Parte maior do meu trabalho é pública dentro da estrutura e dentro da estrutura é plenamente acessível a todos.
Quero com isto dizer que em ambas as circunstâncias, todos os que estão envolvidos podem ver o que estou a fazer; é certo que não digo exactamente o mesmo a ambos os círculos mas digo exactamente o mesmo a todas as pessoas que integram o respectivo círculo.
Nada para mostrar a uns e esconder a outros. Há luz e claridade em tudo. Não há o risco de, sequer, pensarem que estou a esconder o que quer que seja.

O árbitro de um jogo de futebol está em funções públicas e deveríamos ter acesso a tudo o que diz porque não deverá ter nada a esconder.

E a devassa da vida privada, K?!
Tu és o gajo que não usa via verde porque ninguém tem nada que ver com onde estás.
Tu és o gajo que tem um blog sem identificação real!

É verdade.
É uma outra coisa mas dentro desta coisa sou completamente transparente.

Por exemplo:
Às pessoas que conheço dou um acesso não adulterado ao que penso, desde que me perguntem ou, em alternativa, direi não tens nada que ver com isso. Não minto. O Mundo é pequeno e as mentiras correm muito devagar.
Aos meus menos de meia dúzia de amigos conto tudo aquilo que me perguntarem e não direi não tens nada que ver com isso. A estes, porque poucos e em quem confio quase cegamente, não tenho motivos para dizer coisa que seja menos que verdade ou esconder e ser uma pessoa que não conhecem.

A distinção, por isso, é de proximidade e não de opacidade.
Eu digo tudo na medida em que isso interesse ou na medida em que eu julgue dever ser revelado dentro do nível de exposição que terei para com essa ou essas pessoas.

Detesto gente misteriosa.
Não confio em gente que rodeia e não diz nada.

....e é esse, por exemplo, o meu problema com o Enriquecimento Ilícito.
Eu não acho que deva ter de comprovar como tenho o dinheiro que tenha. Eu não sou eleito. Eu não me sujeito nem quero sujeitar-me ao escrutínio público E não é o contribuinte que me paga.
Um político é-o porque quer e pela inerência da própria função deveria ser forçado a um muito maior nível de exposição e a um muito maior nível de escrutínio.
Um político deveria ter de comprovar a que propósito tem uma vida 5 vezes superior ao que os seus rendimentos permitem.

Transparência.
Só a luz afasta a sombra.

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