"Tu gostas é de te sentir moralmente superior!"
Ouvi isto por estes dias.
Não me insurgirei contra a afirmação, por certa, mas quanto ao contexto em que surgiu, por errado.
Eu gosto de me sentir moralmente superior e faço por isso.
É uma das manifestações da minha fixação por estar certo.
A moralidade defino-a eu (a minha, pelo menos) e sigo-a o mais estritamente que me é possível. E quando digo que me é possível trata-se de um esforço a sério! Trata-se de uma tentativa real e não o tentarei, desde que não me cause muito transtorno que é o que as mais das vezes as tentativas querem dizer.
É por isso que faço o que digo.
É por isso que sou o único responsável pelos meus actos.
Mais:
não faço por ser moralmente superior para, depois, atirar isso à cara de quem quer que seja; certo é, contudo, que o farei se sentir necessidade - e não gosto de o fazer independentemente do quão certo esteja - e que ninguém saiu prejudicado por ter demasiadas munições.
Ah, o problema foi eu ter balas a mais! disse ninguém nunca.
Sucede que, neste caso em concreto, não fiz nada para ter a superioridade moral.
Neste caso em concreto a minha superioridade moral está muito mais que estabelecida; está muito mais que cimentada. Não precisava de fazer o que quer que seja para ter esta vantagem.
Neste caso em concreto fiz o que fiz não para me revelar superior mas antes para não ser uma coisa rasteira e mesquinha que não sou mas que de vez em quando consigo ser.
O que o meu temperamento me disse para fazer foi ah, bebé! Lei de Talião nessa merda! Olho por olho, dente por dente! mas o que o meu cérebro velho e cansado contrapôs foi Nã. Vais ser mesquinho e, depois, a coisa azeda muito mais porque daí não te levantas! e decidi dar ouvidos ao meu cérebro.
Tenho para mim que há lugares de onde não se volta.
A vingança é um deles. Quando a minha intenção é vingança não tenho interesse em que sobre pedra sobre pedra;
O cortar da corrente é outro deles. Quando a corto não tenho nenhuma expectativa que os gajos da electricidade apareçam para a restaurar.
...gostaria de estar convicto que o meu cérebro é mais esperto que o meu temperamento mas não estou.
Raciocinar e racionalizar são coisas muito diferentes mas que, volta e meia, são difíceis de distinguir.
Alea jacta est.
E, no trânsito:
E, no trânsito:
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