Wednesday, June 06, 2018

Ermita

(este pensamento começou ontem e deu na frase do Thoreau.
Diga-se que a frase é bem mais ermita que o Thoreau)

Quando estive internado, Ela foi jantar duas vezes - acho que foram duas - com os meus.
Isto nada tem de mais e, verdade seja dita, achei e acho uma coisa boa; não faz sentido que seja diferente. E é tão natural que este assunto não foi sequer...assunto.

As pessoas não andam por aí a chamar atenção para o banal e normal, não é?

Enter K!

Não me passa pela cabeça fazer o mesmo.
Entendam: não estou a dizer que não o faria e muito menos estou a dizer que recusaria um convite para o efeito.
O que estou a dizer é que eu nunca tomaria a iniciativa.

Este tipo de afirmações pode ser entendido como uma depreciação das pessoas Dela. Não é.
Sempre fui optimamente tratado e nem sequer chatos considero. É verdade que têm interesses diferentes dos meus. É verdade que são em quase tudo outros quando vistos à minha luz mas isso não quer, em si, dizer nada.
São boa gente. Tratam-me bem. Só isso interessa.

O que ocorre é que, por natureza, prefiro ficar e estar sozinho.
Um outro factor que apoia este comportamento é que não gosto de coisas confusas ainda que muito remotamente possam ser consideradas confusas.
A minha relação é com Ela e quanto menos pontos de intercepção houver, melhor.

(a este respeito e em coisa mais abrangente: não me lembro de alguma vez ter pedido o número de telefone a alguém. Tenho a certeza que já o fiz - até por uma questão estatística - mas não me lembro de uma única vez, pelo que não poderão nunca ter sido....vá...5!)

Mas, sem sair daqui, há mais!
Agora, quando olho para o K de 25 anos penso foda-se, que penedo!! mas na altura não o sabia; imagino que o K de 50 há-de pensar o mesmo do K de agora...o que quer dizer que é muito possível que não me seja possível estar completamente correcto sobre muitos dos meus traços e reacções.

Há muitos anos, uma ex disse-me K, tu não tens estrutura para ser rejeitado! e acho que ela estava certa. Aliás: acho que ela está certa.
A afirmação é exagerada porque já fui rejeitado e a minha estrutura aguentou mas se lhe dermos um bocado de liberdade literária a afirmação passa a completamente certa.
Ou seja, 
é possível que o meu desapega esteja embaraçado na minha falta de vontade de me pôr a jeito para ser rejeitado.

...mas ainda que considera possível, considero, também, improvável.
Ainda que tenha medos eu não sou medroso;
Ainda que tenha inseguranças eu não sou inseguro.
O que eu detesto - odeio mesmo! - é confusão e tudo que envolve pessoas é confuso.

Ainda tenho mais umas linhas para escrever mas esta merda está a deprimir-me um bocado.

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